Torcidas organizadas realizam protestos silenciosos contra horários dos jogos e fragmentação das rodadas da Bundesliga. Desavenças entre torcedores e federações reacenderam com a introdução de partidas na segunda-feira.
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Silêncio absoluto nos primeiros 20 minutos de jogo na Allianz Arena, no Weserstadion e no RheinEnergieStadion. Os protestos realizados na terça-feira (25/09) pelos chamados "ultras" de Bayern de Munique, Werder Bremen e Colônia, respectivamente, marcam o mais novo capítulo nas divergências entre as torcidas organizadas, de um lado, e as federações e a liga que comanda o futebol profissional da Alemanha.
A manifestação foi convocada para todas as partidas das três divisões profissionais do futebol alemão do meio desta semana. Com a ação, as torcidas organizadas voltaram a criticar a comercialização do futebol e a manifestar suas posições contra os altos preços de ingressos, horários e dias dos jogos e o tratamento dado aos torcedores.
"O futebol é para você e mim, não para a m... da televisão a cabo", dizia uma das faixas estendidas no Weserstadion, em Bremen. "Parem com a fragmentação das rodadas", dizia outra, numa crítica aos horários e às datas dos jogos. O primeiro gol da partida – marcado pelo austríaco Martin Harnik aos 11 minutos – praticamente não foi celebrado pela torcida do Werder Bremen. Os donos da casa derrotaram o Hertha Berlim por 3 a 1.
Em Munique, uma faixa em forma de documento comunicava ser proibida a presença de qualquer funcionário da Federação Alemã de Futebol (DFB) em qualquer área ou campo do Bayern de Munique. "Vocês vão ouvir de nós – ou não", dizia outra faixa, em alusão ao protesto silencioso.
A cena se repetiu e será repetida em diversos estádios durante esta semana. "Nos primeiros 20 minutos dos jogos não daremos o nosso costumeiro apoio organizado", disse a aliança das torcidas organizadas num comunicado emitido na semana passada. "Em vez disso, vamos levar nosso protesto aos estádios e mostrar que a grande maioria dos torcedores não concorda com o que poucos funcionários estão fazendo com o nosso amado futebol."
Em suas próprias palavras, o objetivo central da aliança é um futebol que foque nos torcedores, e não em dinheiro e investidores.
Faixas de protesto contra a comercialização do futebol não são raras na Bundesliga – uma liga que possui regras fiscais e financeiras muito mais rígidas e que, também por isso, está perdendo terreno no campo econômico e na quantidade de astros em relação às principais ligas europeias.
As exigências das torcidas organizadas não são novas. Já nos jogos da primeira rodada da Copa da Alemanha (DFB Pokal), no início desta temporada, houve protestos sob o lema "DFB, DFL & Co. – vocês vão nos ouvir". Logo em seguida, a comissão que representa as torcidas organizadas encerrou o diálogo com a DFB e a DFL, a Liga Alemã de Futebol.
Na época, as torcidas organizadas justificaram o rompimento ao afirmarem que "o futebol segue ainda mais privado de suas raízes sociais e culturais, a fim de ser colocado no altar dos gananciosos das federações".
Manifestações de torcidas organizadas têm sido frequentes na Alemanha nos últimos anos. Em 2012, torcedores do Borussia Dortmund realizaram um protesto silencioso contra uma proposta da DFL de restringir de dez para cinco o percentual da capacidade dos estádios reservado para as torcidas visitantes, entre outros. O movimento, chamado de 12:12 porque a DFL votou e aprovou as medidas em 12 de dezembro de 2012, organizou protestos de 12 minutos e 12 segundos nos jogos.
Ao longo dos anos, houve protestos também pelos preços de ingressos para visitantes, questões de segurança e alocações de torcedores. O movimento das torcidas organizadas contra as instituições que regem o futebol alemão voltou a ganhar repercussão na temporada passada, com a inclusão de jogos às segundas-feiras.
As rodadas das três divisões profissionais têm a seguinte organização (horário alemão), salvo rodadas de meio de semana: Bundesliga:
Sexta-feira 20:30h; sábado 15:30h e 18:30h; domingo 13:30h e 15:30h; segunda-feira 18:00h 2. Bundesliga:
Sexta-feira 18:30h; sábado 13:00h; domingo 13:30h; segunda-feira 20:30h 3. Bundesliga:
Sexta-feira 19:00h; sábado 14:00h; domingo 13:00h e 14:00h; segunda-feira 19:00h
Dois clubes têm animais de verdade como mascotes, os demais, são bichos de pelúcia. Mas um dos clubes que disputam o campeonato alemão tem a mascote inspirada no Brasil. Você já viu este bicho?
Foto: picture alliance/Pressefoto Ulmer/M. Ulmer
O bode Hennes, do Colônia
O bode Hennes é a mascote mais velha da Bundesliga. Em 1950, um circo doou o primeiro Hennes ao Colônia. Claro que ele não existe mais. O atual já é o oitavo. Ele mora no zoológico de Colônia e sempre está presente na lateral do gramado quando a equipe joga em casa.
Foto: picture-alliance/dpa/K.D. Heirler
Emma, do Dortmund
As cores do Borussia Dortmund são amarelo e preto, por isso nada mais natural que uma abelha como mascote. O nome Emma vem do jogador Lothar Emmerich, que de 1960 a 1969 vestiu a camisa do clube 215 vezes e fez 126 gols. Emma tem 2,25 m e calça 66! Ela usa a camisa 9, porque o clube foi fundado em 1909.
Foto: picture alliance/dpa/M. Hitij
Berni, do Bayern de Munique
O urso de pelúcia Berni apoia desde 2004 o time alemão recordista em títulos. Ele sucedeu a Bazi – um garoto de calça de couro, nariz redondo e orelhas de abano. Berni, que tem até uma música própria, conta em seu site no Facebook que seu padrinho é Bastian Schweinsteiger.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Erwin, do Schalke
A mascote do Schalke lembra a tradição mineira da região de Gelsenkirchen, cidade do clube. Erwin foi criado em 1994 e, com seu nariz grande e pequeno boné, representa milhares de torcedores do Schalke.
Foto: picture alliance/augenklick
O leão Brian, do Leverkusen
O sonoro rugido de Brian the Lion é a característica da mascote do Bayer Leverkusen. O animal está no brasão do clube e da cidade de Leverkusen.
Foto: picture alliance/Revierfoto
Wölfi, do Wolfsburg
Wolf significa lobo em alemão, por isso, Wölfi (diminutivo carinhoso) é a mascotinha do Wolfburg desde 1997, quando o clube começou a disputar a primeira divisão do campeoanto alemão. Por ironia, pouco tempo depois, o clube teve um técnico que se chamava Wolfgang Wolf. Este ficou até 2003, mas Wölfi ainda continua na equipe. Ele mede 1,95 m, pesa 85 quilos e calça 49!
Foto: picture alliance/Revierfoto
Füchsle, a raposinha do Freiburg
Fuchs quer dizer raposa em alemão, e Füchsle é o diminutivo carinhoso no dialeto local. Ele está no Freiburg desde 2011, mas como figura de história em quadrinhos ele já existe há mais tempo. Ele usa a camisa 4, porque o clube é de 1904.
Foto: Imago/M. Heuberger
O dinossauro Hermann, do Hamburgo
O Hamburgo é a única equipe que joga na primeira divisão da Bundesliga desde que ela foi criada, em 1963, sem nunca ter caído para a segunda. Por isso, o clube também é chamado de "dinossauro da Bundesliga". A mascote ganhou o nome de Hermann Rieger, massagista do time por mais de 20 anos.
Foto: picture alliance/dpa/A. Scheidemann
O potro Jünter, do Mönchengladbach
A mascote do Borussia Mönchengladbach tem pelo preto, crina branca e 2,10 m de altura. Ele nasceu em 1965, quando o clube ascendeu à primeira divisão. Ele acompanha as partidas no estádio do clube desde 1998. O nome vem do famoso jogador e mais tarde comentarista Günter Netzer, que jogou 297 partidas pela equipe em dez anos, fazendo 108 gols. Jünter é uma forma renana do nome.
Foto: picture alliance/dpa/Revierfoto
A águia Attila, mascote do Frankfurt
Só o Colônia e o Frankfurt têm mascotes vivos. A asas da águia Attila têm uma envergadura de até dois metros. O animal pesa quatro quilos. Attila participa de todos os jogos quando a equipe atua em casa. Ele tem até cartão autografado com sua pegada.
Foto: picture alliance/Sven Simon/W. Schmitt
O dragão Schanzi, do Ingolstadt
O dragão vermelho apoia o Ingolstadt desde 2011. Seu nome vem de "Schanzer", apelido de quem mora na cidade. O número da camisa dele é 4, pois o clube foi fundado em 2004. O dragão de dois metros de altura só não consegue cuspir fogo.
Foto: picture alliance/M.i.S.-Sportpressefoto
Bulli, do RB Leipzig
O clube existe desde 2009. Na realidade, seu nome é RasenBallsport Leipzig, mas a fabricante de bebidas RedBull usa as iniciais para "Rote Bulle" (boi vermelho, em alusão ao símbolo da marca). O nome Bulli foi escolhido pelos torcedores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Hoffi, do Hoffenheim
O alce Hoffi nasceu em 2004 e nunca perdeu uma partida do time em casa. O talismã do ex-goleiro Christian Baumgärtner era um alce, que ficava no banco de reservas. A mascote tem dois metros de altura e pesa 100 quilos.
Foto: picture alliance/augenklick
Herthinho, do Hertha Berlim
O símbolo de Berlim e da equipe da capital alemã é o urso-pardo. Por isso, esse também é sua mascote. Mas no clube dizem que Herthinho é um urso-pardo trazido do Brasil quando o então empresário Dieter Hoeness retornou de um giro pela América do Sul em 1999. Com 2,35 e 128 quilos, é a maior mascote da Bundesliga. Ele já existia quando o brasileiro Marcelo Paraíba jogou no clube, de 2000 a 2006.
Foto: picture-alliance/dpa
Os sem mascotes
Quatro equipes que disputam a temporada 2016/2017 da primeira divisão do campeonato alemão não têm mascotes: Darmstadt, Augsburg, Werder Bremen e Mainz.