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Sinal verde para a escola integral

lk13 de maio de 2003

Acordo entre a federação e os estados para fomentar a criação de escolas integrais faz parte de um programa para elevar o padrão do ensino na Alemanha.

Foto: AP

Ampliar o sistema de escolas que funcionam em período integral é a meta de um acordo assinado na segunda-feira (12) pelos governos federal e estaduais. A ministra da Educação, Edelgard Bulmahn, assegurou subsídios do governo federal no montante de quatro bilhões de euros para a implementação de até 10 mil escolas integrais em todo o país nos próximos anos.

Atualmente, das 46 mil escolas alemãs, apenas duas mil funcionam em sistema integral. Nas outras, as aulas são dadas sempre pela manhã, encerrando-se em torno de 13 e 14 horas. A ministra Bulmahn define o fomento desse tipo de instituição de ensino como o primeiro passo de uma ampla reforma do sistema de ensino no país. Ela anunciou ainda a criação de uma comissão de peritos para a análise da situação do ensino e o estabelecimento de padrões nacionais para a educação.

Combinar aprendizado e lazer

Os primeiros 300 milhões de euros do pacote serão colocados à disposição dos estados pelo governo federal ainda este ano. Segue um bilhão de euros por ano, de 2004 a 2006, e os restantes 700 milhões em 2007. Os recursos destinam-se a investimentos em materiais e projetos; os custos de pessoal ficam por conta dos estados.

Também a concepção pedagógica é atribuição dos estados, a quem cabe na Alemanha a competência pelo ensino. Mas a ministra da Educação já esboçou concepções que prevêem integrar no programa das escolas também cursos e projetos desenvolvidos por outras entidades, tais como clubes esportivos e conservatórios musicais.

O sistema rígido de aulas de 45 minutos deve ser flexibilizado. Ou seja, freqüentar uma escola em período integral não deve significar para os alunos apenas assistir a aulas em disciplinas tradicionais, mas também a possibilidade de combinar os estudos com atividades de lazer de acordo com suas aptidões pessoais.

Escola integral não é panacéia

Se, por um lado, a federação e os estados concordam na necessidade de fomentar esse tipo de escola na Alemanha, existe também consenso em que ela não pode ser vista como panacéia para as deficiências do sistema de ensino no país. Seria um erro querer superar os resultados negativos apontados pelo estudo internacional Pisa por meio da escola integral, afirma Karin Wolff, do estado de Hessen e atual presidente da Conferência dos Secretários Estaduais de Educação.

O projeto conta com ampla aceitação por parte de professores, alunos e pais, afirma a secretária da Renânia-Palatinado, Doris Ahnen, que acentua também a vantagem que esse tipo de escola tem para pais que pretendem conciliar a vida em família com o exercício de uma profissão. Outro aspecto ressaltado pelos políticos é a intenção de prestar maior assistência individual aos alunos, fomentando em especial os que têm dificuldade de aprendizagem de um lado e os superdotados de outro.

Segundo a ministra Bulmahn, a escola integral vai contribuir para superar os fossos resultantes da proveniência social dos alunos, uma das deficiências do sistema escolar alemão apontadas pelo Pisa. Uma idéia "absurda", afirma o diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, o qual adverte que a escola não se torna melhor pelo simples fato de durar mais tempo.

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