Sindicato pede maior vigilância sobre refugiados na Alemanha
25 de julho de 2016
Após ataques na Baviera e em Baden-Württemberg, presidente do sindicato dos policiais da Alemanha pede maior controle sobre requerentes de asilo. É preciso identificar os que representam risco em potencial, diz.
"Nem a identidade de todas as pessoas que chegam até nos é conhecida nem suas condições física e mental", afirmou à emissora HR-Info.
"Observamos nos dias de hoje que instabilidade mental, terrorismo e crime se misturam", acrescentou. Para Wendt, é fundamental que a preocupação não esteja apenas em acomodar e alimentar os refugiados, "mas determinar quem são os que chegam ao nosso país", para verificar se representam algum risco em potencial.
Em Ansbach, um refugiado sírio de 27 anos detonou uma bomba caseira na noite deste domingo na entrada de um festival de música. Doze pessoas ficaram feridas, três delas em estado grave. Os investigadores trabalham com a hipótese de que se trate de um ato de terrorismo islamista.
No mesmo dia, um sírio de 21 anos matou uma mulher a golpes de facão na cidade de Reutlingen, no estado de Baden-Württemberg, e feriu outras cinco pessoas. Segundo a polícia, não há indícios de motivação extremista. Os investigadores analisam a possibilidade de se tratar de um crime passional.
RC/afp/ots
Alemanha é palco de ataques
Quatro incidentes violentos são registrados em menos de uma semana, todos no sul do país – em Würzburg, Munique, Reutlingen e Ansbach.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Golpes a machado e faca
Em 18 de julho de 2016, um jovem de 17 anos atacou passageiros de um trem em Würzburg, no sul da Alemanha. Com um machado e uma faca, ele deixou cinco feridos.
Foto: picture-alliance/AP Photo/K.-J. Hildenbrand
Estado de choque
Os cinco feridos no ataque em Würzburg foram quatro passageiros de Hong Kong e uma mulher atingida pelo agressor no momento em que este deixava o trem. Outros 14 passageiros ficaram em estado de choque.
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
"Estado Islâmico" reivindica ataque
O agressor de Würzburg entrou na Alemanha em junho de 2015, como um requerente de asilo afegão, e foi morto pela polícia durante a fuga. O "Estado Islâmico" reivindicou o ataque e divulgou um vídeo mostrando o agressor, que se declara um soldado da milícia islâmica. A Secretaria do Interior da Baviera confirmou a autenticidade das imagens.
Foto: picture-alliance/dpa/Amak
Ataque a tiros em Munique
No dia 22 de julho de 2016, um alemão de origem iraniana de 18 anos abriu fogo contra passantes numa área comercial de Munique, desencadeando uma grande operação policial na cidade.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
Apenas um atirador
De início, a suspeita era de que se tratasse de três atiradores, mas no fim da noite a polícia confirmou que o ataque havia sido perpetrado por apenas um agressor, que se matou. O corpo do jovem foi encontrado a poucos metros do shopping-center Olympia, onde ele fez a maioria de suas vítimas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Widmann
Luto em Munique
Nove pessoas, além do atirador, morreram na capital bávara, e outras 35 ficaram feridas. Quase todas as vítimas tinham entre 14 e 21 anos. A cidade no sul da Alemanha amanheceu em luto após o ataque. Um pequeno memorial, com flores, velas e cartazes, foi montado próximo ao shopping Olympia e a uma filial do restaurante McDonald’s, que foram palcos do tiroteio.
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Ataque com facão
No dia 24 de julho de 2016, um refugiado sírio de 21 anos atacou passantes na cidade de Reutlingen, no sul da Alemanha, usando um facão. Uma mulher morreu e outras duas pessoas ficaram feridas. O jovem já tinha passagens pela polícia por agressão e foi preso. As autoridades descartam motivação terrorista para o ataque.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Schmidt
Bomba em Ansbach
Mais uma cidade bávara foi palco de um ataque na noite de 24 de julho de 2016. Em Ansbach, uma explosão na entrada de um festival de música deixou um morto e 12 feridos. O autor do ataque foi um refugiado sírio de 27 anos, que morreu na explosão, segundo a polícia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Em busca dos motivos
No dia seguinte ao ataque, investigadores coletaram objetos no abrigo de refugiados onde o sírio de 27 anos vivia, em Ansbach. As autoridades não descartam se tratar de um ato de terrorismo islâmico. O agressor estaria em tratamento psiquiátrico e teve o asilo negado há um ano, vivendo no país desde então com status de "tolerado" (geduldet).