Sindicatos e adversários criticam Stoiber
14 de janeiro de 2002Três dias após a nomeação de Edmund Stoiber como candidato oficial da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã (CSU) ao cargo de chanceler federal, os sindicatos alemães declararam oposição aberta à plataforma do político bávaro no que diz respeito ao mercado de trabalho no país.
Com suas últimas declarações, Stoiber não mostrou-se "exatamente um amigo dos sindicatos", ironizou Dieter Schulte, presidente da Confederação Sindical Alemã (DGB). Segundo Schulte, a igualdade social "não deve ser sacrificada em função de interesses econômicos", referindo-se às intenções de Stoiber de anular reformas empreendidas pelo governo social-democrata. Edmund Stoiber é governador da Baviera e presidente da CSU, partido irmão da CDU, e que existe somente naquele estado.
Volta ao passado
- Frank Bsirske, presidente da união sindical ver-di, que reúne os sindicatos de prestadores de serviços do país, alerta que "se Stoiber buscar um confronto aberto com os trabalhadores, os sindicatos não vão ficar de braços cruzados". A central sindical ver.di deverá apoiar a reeleição do atual chanceler social-democrata Gerhard Schröder nas próximas eleições. Uma coalizão entre democrata-cristãos e liberais, como no governo anterior, encabeçado por Helmut Kohl, seria "uma reedição de antigos conceitos políticos, incapaz de convencer os eleitores na Alemanha", completou Bsirske.Líderes social-democratas e liberais do país apontam com a escolha de Stoiber uma clara guinada à direita dos democrata-cristãos, pois o seu candidato vem da CSU, mais conservadora do que a CDU. Segundo declarou nesta segunda-feira (14) Franz Münterfering, secretário-geral do Partido Social Democrático (SPD), Stoiber teria se distanciado do centro político com suas últimas declarações. O candidato bávaro anunciou em sua plataforma política o fim do imposto ecológico e uma retomada do uso de energia atômica no país.
Retrocesso
- De acordo com a secretária-geral do Partido Liberal, Cornelia Pieper, Stoiber deverá levar a União Democrata Cristã para a direita. A presidente do Partido Verde, Claudia Roth, vê em uma possível eleição de Stoiber um retrocesso político e social no país. Segundo a representante verde, Stoiber conduz uma campanha eleitoral contra minorias como imigrantes ou homossexuais, além de ter ficado conhecido por seu ceticismo em relação à União Européia. "Nós não queremos uma Europa de Haider ou Berlusconi. E não queremos também uma Europa de Stoiber", comparou Roth.