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Greve

(bg/sv)4 de dezembro de 2006

Médicos, farmacêuticos e representantes de organizações do setor vão às ruas protestar contra a reforma planejada pelo governo alemão. Ministra da Saúde rejeita reivindicações e pacientes temem ter que "pagar a conta".

Médicos, farmacêuticos e enfermeiros nas ruas de PostdamFoto: picture-alliance/ dpa

Enquanto os profissionais da saúde afirmam que o sistema de saúde alemão encontra-se "em estado de emergência", a ministra responsável pela pasta em Berlim, Ulla Schmidt, acusa os médicos de tomarem os pacientes como "reféns" ao levarem a cabo uma greve de um dia nesta segunda-feira (04/12).

"Coisa podre"

No dia de reivindicações organizado sob o lema "aí tem coisa podre", mais de 30% dos mais de cem mil consultórios do país permaneceram fechados. Um terço dos hospitais do país atenderam somente casos de emergência.

"As verbas destinadas à saúde estão ameaçadas de cortes, de forma que deve haver também menos dinheiro para o tratamento dos pacientes. Isso significa que as condições de trabalho vão piorar ainda mais, o que deve levar os médicos alemães a deixar cada vez mais o país em busca de postos de trabalho mais lucrativos no exterior", afirma a neurologista Rebecca Kretz, funcionária do Hospital Universitário Charité, em Berlim.

Perda de qualidade

Médicos: cada vez menos tempo para os pacientesFoto: dpa - Bildarchiv

Segundo representantes da classe médica, as limitações no atendimento neste dia de greve dão apenas uma idéia da situação após a entrada em vigor das mudanças estabelecidas pela reforma.

"Tínhamos, até agora, no país, um sistema de saúde não estatal, controlado por aqueles que trabalham no setor. O Estado criava leis regulatórias e deixava o resto nas mãos dos profissionais competentes. Agora, tudo deve ser estatizado, como acontece no Reino Unido, Holanda ou Suécia. E acredita-se que com isso os custos vão ser reduzidos. O problema é que sabemos, através da experiência nesses outros países, que não há apenas uma redução de custos, mas também uma piora sensível na qualidade do atendimento, com esperas longas e cada vez mais freqüentes", aponta Jörg-Dietrich Hoppe, presidente do Conselho Federal dos Médicos no país.

"Falta de sugestões"

Do outro lado, a ministra da Saúde, Ulla Schmidt, acusa os médicos de só estarem em defesa de aumentos salariais para a própria categoria. Segundo Schmidt, as organizações do setor não apresentaram até agora sugestões praticáveis e acabam apenas bloqueando a reforma, sem qualquer projeto comum para as mudanças necessárias.

A reforma da saúde deverá ser aprovada pelo Parlamento em janeiro próximo. Até lá, o governo terá certamente que se defender de uma série de acusações. "Acredito que essa lei é a expressão de um enorme erro político", diz Frank-Ullrich Montgomery, diretor de uma associação da categoria.

Convencer o Parlamento a rejeitar a reforma por completo certamente não será tarefa fácil, mas é provável que a coalizão de governo venha a ter que engolir algumas mudanças na reforma. Principalmente entre os parlamentares do Bundesrat (câmera alta) e os governos estaduais há ceticismo em relação a diversas cláusulas da reforma.

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