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Site aproxima agricultores de consumidores na Alemanha

Carla Bleiker(cn)5 de dezembro de 2013

Cada vez mais as pessoas querem saber a origem do que comem. Por isso, fazendeiros alemães criaram um canal de vídeo onde é possível acompanhar a rotina da produção de alimentos.

Foto: DW/C. Bleiker

Carne de cavalo em lasanha, doença da vaca louca, galinhas em fazendas industriais sem espaço sequer para se movimentarem. Com o aumento dos escândalos alimentares nos últimos anos e a preocupação com as condições dos animais, cada vez mais consumidores procuram saber a origem do que comem.

Para acompanhar essa tendência, uma associação de agricultores no estado alemão da Baixa Saxônia criou o My KuhTube (minha vacatube). Vídeos diários sobre a rotina no campo são postados por cerca de 20 fazendeiros, para satisfazer a fome de informação dos consumidores.

O agricultor Dirk Böschen, de Grasberg, no norte da Alemanha, é um dos participantes do projeto. Ele transformou sua fazenda de gerência familiar em um negócio bem-sucedido que emprega 18 pessoas.

"Nós possuímos mil vacas leiteiras na fazenda. Nós as ordenhamos três vezes por dia", conta Böschen. Uma etapa de ordenha dura seis horas, incluindo a limpeza, e dela participam dez funcionários.

Para mostrar aos consumidores como é a ordenha e a fazenda, Böschen posta vídeos no portal My KuhTube. Os espectadores podem ver, por exemplo, como o pasto é cortado ou como agricultor marca os cordeiros recém-nascidos.

Böschen possui mil vacas leiteirasFoto: DW/C. Bleiker

"Nem todo mundo tem a possibilidade de visitar uma fazenda. Mas se alguém está interessado, é ótimo ter acesso a essas informações pela internet", afirma o fazendeiro.

Agricultura na internet

O conceito da plataforma surgiu no final de 2012, quando a Associação da Indústria de Laticínios do Estado da Baixa Saxônia começou a pensar em projetos para mostrar ao público processos agrícolas.

"Nós percebemos que os consumidores estão cada vez mais interessados em saber a origem de sua comida. Com todos esses escândalos alimentares, as pessoas estavam ficando cada vez mais inseguras", conta Christine Licher, porta-voz da associação.

Então a organização escreveu para 50 agricultores, perguntando se eles gostariam de compartilhar sua rotina diária. Deles, 16 concordaram e agora recebem treinamento sobre como operar uma câmera de vídeo e como se comportar diante da câmera.

Segundo Licher, o treinamento era bem básico, pois eles não estavam à procura de atores profissionais. "Nós queríamos apresentar a realidade direto do estábulo", diz. O projeto se tornou um sucesso entre os consumidores. Desde o início, em maio de 2013, os 40 primeiros vídeos já renderam mais de 92 mil cliques.

Tendência mundial

Vídeos são postados para mostrar rotina nas fazendasFoto: DW/C. Bleiker

Não são só os alemães que desejam saber mais sobre a comida que estão comprando. No Reino Unido, os consumidores podem recorrer ao Which. A organização inspeciona a rotulagem dos alimentos e confere se o alimento é produzido realmente no local determinado.

Segundo Meera Khanna, do Which, houve um aumento das chamadas compras éticas, ou seja, produtos orgânicos e regionais. Mas há também uma contratendência. "Algumas pessoas querem comprar mais eticamente, porém, com a crise econômica, eles estão sentido o aperto. O preço se tornou um fator relevante", afirma Khanna.

A compra ética se tornou popular, e cada vez mais as pessoas querem saber a origem da sua comida. Böschen, o agricultor do norte alemão, se preocupa muito com o cuidado dos seus animais. "Vacas são a minha paixão. Uma vaca é vida, natureza. Ela produz leite que é valioso e bom para nós. Por isso a vaca é, na minha opinião, a criatura mais fascinante do planeta", afirma.

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