A Caritas alemã, entidade da Igreja Católica, oferece em seu site na internet (www.caritas.de) a possibilidade de aconselhamento a mulheres que tenham engravidado contra a vontade e se encontrem em situação de conflito. As interessadas podem comunicar-se num chat room reservado, ou por e-mail, com uma de seis assistentes com experiência em atendimento familiar.

Os responsáveis vêem a oferta online como uma grande chance de chegar até às mulheres jovens, acostumadas a lidar com as modernas mídias eletrônicas, levando-as a dirigir-se a um dos escritórios da rede de aconselhamento antiaborto.

O número de grávidas que se dirigem às entidades católicas em busca de orientação diminuiu muito ultimamente, depois que João Paulo II proibiu a Igreja Católica de participar do sistema de aconselhamento institucionalizado. A proibição do papa – motivo de longa controvérsia entre o Vaticano e os bispos alemães – deveu-se ao fato de que, ao final de uma entrevista, a interessada recebe um certificado que é, ao mesmo tempo, precondição para a realização de um aborto.

Aumentam abortos entre adolescentes

A Conferência dos Bispos Católicos considera um "escândalo insuportável" o aumento significativo de abortos entre adolescentes. Em 2001, 7605 mulheres menores de 18 anos interromperam a gravidez, 20% a mais do que no ano anterior. Ao todo, realizaram-se no ano passado 135 mil abortos, um acréscimo de apenas 0,3% em relação a 2000.

Chama a atenção o crescimento considerável da utilização da pílula Mifegyne, que provoca aborto e é permitida na Alemanha desde fins de 1999. No ano passado, ela foi responsável por quase 6000 abortos, 44% a mais do que no ano anterior. (lk)