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Situação na Ucrânia é tensa a uma semana das eleições presidenciais

17 de maio de 2014

Enquanto crescem as dúvidas sobre a realização das eleições presidenciais ucranianas em regiões dominadas por rebeldes pró-Rússia, segunda mesa-redonda para resolução da crise no país termina sem resultados concretos.

Yatsenyuk (2º da esq.) fala no encontro em CarcóviaFoto: picture-alliance/dpa

Sob a mediação da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a segunda mesa-redonda pelo fim dos conflitos na Ucrânia terminou neste sábado (17/05) sem resultados concretos.

Segundo observadores, no entanto, o clima de diálogo na reunião realizada em Carcóvia, no leste do país, foi bem melhor do que o do primeiro encontro, na quarta-feira, na capital Kiev. O ex-presidente ucraniano Leonid Kravchuk avaliou que a "mesa" foi mais aberta porque também estiveram presentes representantes da oposição e das regiões de influência russa.

"Estamos dispostos a fazer tudo pela unidade do Estado ucraniano", declarou o chefe do governo ucraniano interino, Arseniy Yatsenyuk, que desta vez defendeu uma proteção especial do idioma russo e uma "descentralização do poder",com a transferência de responsabilidades para outras regiões. Segundo o primeiro-ministro, novas mesas-redondas serão realizadas com vista à manutenção da integridade territorial da ex-república soviética. A próxima está marcada para a quarta-feira, em Cherkasy, 200 quilômetros ao sul de Kiev.

Kiev contra Lugansk e Donetsk

Carcóvia está localizada próxima às regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, marcadas pelos combates entre forças pró-russas e tropas governamentais de Kiev. Representantes das milícias pró-Rússia não foram convidados para a segunda mesa-redonda porque o governo rejeita conversar com "separatistas e terroristas", explicou Yatsenyuk.

Tampouco quiseram participar do diálogo os líderes da autonomeada "República Popular de Donetsk", que se declarou independente há uma semana, após uma consulta popular não reconhecida pela Ucrânia nem pela comunidade internacional.

Segundo o novo "chefe de governo" de Donetsk, Alexander Boroday, só haverá conversas com Kiev depois que o governo finalizar sua "operação antiterrorismo" e retirar os seus soldados. Ele anunciou ainda para breve uma unificação das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk.

Eleições presidenciais

A uma semana das eleições presidenciais na Ucrânia, crescem as dúvidas de que o pleito possa ser realizado. A comissão eleitoral ucraniana apelou ao presidente interino, Olexandr Turtchinov, para que garanta a segurança, durante o pleito de 25 de maio, nas regiões controladas pelos separatistas de Donetsk e Lugansk. A Rússia disse ter dúvidas quanto à realização das votações "sob o fogo de canhões".

Rebeldes separatistas de Lugansk rejeitam eleições presidenciaisFoto: Reuters

Segundo a comissão eleitoral, sob as atuais condições seria impossível preparar e realizar de forma adequada o pleito nas duas regiões separatistas do leste ucraniano. Sem uma intervenção de forças de segurança, os quase 2 milhões de eleitores seriam impedidos de votar, advertiu a comissão.

Em vão, o Exército ucraniano tenta já há um mês recuperar o controle sobre as regiões na fronteira russa, através de uma grande "operação antiterrorista". De acordo com a comissão eleitoral, os voluntários encarregados de preparar as eleições em ambas as regiões são intimidados e ameaçados com violência física, sem que a polícia ou as forças de segurança locais intervenham.

Por volta de 36 milhões de ucranianos estão aptos a votar nas eleições presidenciais. Os ocidentais as consideram como o principal passo para a resolução da crise na Ucrânia, enquanto os rebeldes pró-Moscou rejeitam o pleito. Segundo uma pesquisa de opinião divulgada nesta semana, somente um terço dos eleitores no leste do país pretende ir às urnas.

CA/dpa/afp

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