Situação na Ucrânia provoca ameaças de boicote à Eurocopa
28 de abril de 2012Um dia após uma série de atentados a bomba ferir dezenas de pessoas na Ucrânia, políticos alemães cogitam aumentar a pressão política sobre o país e boicotar a Eurocopa. Não só por causa das condições de segurança no país que, juntamente com a Polônia, sediará o campeonato europeu de futebol a partir de junho.
O estado de saúde da líder da oposição no país, Yulia Timoshenko, também é motivo de receio. Ela foi presa por suposto abuso de poder e condenada a sete anos de prisão em um processo criticado pelo Ocidente como politicamente motivado.
Possível boicote
Sigmar Gabriel, líder do Partido Social Democrata (SPD), de oposição, apelou para que os políticos alemães boicotem a Eurocopa na Ucrânia. "Em caso de dúvida, não deveremos ir", disse Gabriel ao jornal Bild am Sonntag. Gabriel ressaltou que os políticos têm que tomar cuidado para não servirem de claque do regime ucraniano. O social-democrata também elogiou o presidente Joachim Gauck, que cancelou uma viagem à Ucrânia por causa da forma como o governo do país está lidando com a ex-primeira-ministra.
A premiê Angela Merkel deixou na sexta-feira (27/08) em aberto se vai viajar para participar da Eurocopa. O torneio será realizado entre 8 de junho a 1° julho próximos na Ucrânia e na Polônia.
Processo adiado
Timoshenko está cumprindo uma sentença de sete anos de prisão por suposto abuso de poder. Países ocidentais criticam o processo contra a líder oposicionista e apontam o mesmo como sendo politicamente motivado. Timoshenko se queixou recentemente de maus tratos na prisão e atualmente faz greve de fome, além de sofrer de hérnia de disco. Sua filha, Eugenia, teme que a mãe venha a ser alimentada à força. Ela afirma que a mãe está muito fraca e não come há sete dias.
Neste sábado (28/04) , um tribunal de Kharkov deu sequência a um segundo processo penal contra o ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, inicialmente na ausência da acusada, adiando o julgamento novamente logo em seguida. O advogado da líder oposicionista apresentou um atestado de um hospital alemão afirmando que ela não está em condições de comparecer. A promotoria acusa Timoshenko de fraude e evasão de impostos, quando ela dirigia uma empresa de energia em meados dos anos 1990.
Punições severas
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, anunciou punições severas para os autores dos atentados a bomba ocorridos na cidade de Dnipropetrovsk. Ao chegar à cidade industrial, que não será uma das sedes do torneio de futebol, ele afirmou que o governo “não permitirá que haja caos” durante a Eurocopa.
MD/sid/dpa/dadp/rtr
Revisão: Soraia Vilela