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Sob pressão, Temer anuncia nova redução no preço do diesel

28 de maio de 2018

Em mais uma tentativa de pôr fim à greve de caminhoneiros, presidente divulga corte de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, entre outras medidas. Anúncio ocorre após dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto.

Michel Temer
Temer fez um pronunciamento após reunião neste domingo para conter a paralisaçãoFoto: Getty Images/AFP/E. Sa

O governo federal cedeu à pressão dos caminhoneiros grevistas e anunciou uma redução de R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel nos postos durante 60 dias. A proposta foi divulgada na noite deste domingo (27/05) pelo presidente Michel Temer, após um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto.

Segundo o presidente, a redução corresponde aos valores da Cide e do PIS/Cofins somados. "Vamos pagar essa diferença de custo sem nenhum prejuízo para a Petrobras", afirmou Temer em pronunciamento.

A nova proposta é mais interessante para os caminhoneiros do que a redução de 10% no preço do diesel (cerca de R$ 0,38) nas refinarias por 30 dias, anunciada na quinta-feira passada. O acordo de quinta não foi aceito por representantes da categoria, que decidiram manter a greve nas rodovias.

Greve de caminhoneiros já dura sete diasFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Peres

O governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.

Essas determinações deverão constar em medidas provisórias a serem publicadas em edição extra do Diário Oficial da União. A expectativa do Palácio do Planalto é de que a paralisação, que já dura sete dias e causa prejuízos e transtornos em todo o país, termine em breve.

"Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas", afirmou Temer neste domingo. "Durante toda a semana, o governo esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado."

O presidente acrescentou que, nas últimas 48 horas, o governo avançou na negociação dessas novas medidas. "Assumimos sacrifícios sem prejudicar a Petrobras."

Sobre o congelamento no preço do diesel, Temer destacou que a medida valerá por 60 dias e, depois desse prazo, serão feitos somente reajustes mensais. "Cada caminhoneiro poderá planejar seus custos. Atendemos todas as reivindicações", garantiu.

A equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto neste domingo para calcular o impacto das novas vantagens concedidas à categoria. Durante o dia, foram avaliados diversos fatores, como custos, cortes, compensações, restrições orçamentárias e empecilhos legais.

No primeiro acordo com os caminhoneiros, que fariam uma trégua de 15 dias na paralisação, o Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões de reais o valor das compensações do Tesouro Nacional à Petrobras.

Agora, com o congelamento do preço nos postos, e não mais nas refinarias, pelo dobro do tempo, as despesas ao Tesouro devem ser proporcionalmente elevadas, podendo chegar a R$ 10 bilhões, segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

EK/abr/ots

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