Sobe para seis o número de mortos no atentado de Magdeburg
6 de janeiro de 2025
Sexta vítima é uma mulher de 52 anos que não resistiu aos graves ferimentos. Pouco antes do Natal, homem avançou propositalmente com um carro contra visitantes de um mercado natalino.
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O número de mortos no ataque ao mercado de Natal em Magdeburg, na Alemanha, subiu para seis, comunicou a promotoria pública de Naumburg nesta segunda-feira (06/01).
De acordo com a promotoria, a sexta vítima é uma mulher de 52 anos que sucumbiu aos graves ferimentos no hospital.
Cinco pessoas morreram no dia do ataque: quatro mulheres com idades entre 45 e 75 anos e um menino de 9 anos.
O balanço inicial das vítimas incluía também cerca de 200 feridos, vários gravemente. O número foi depois elevado para quase 300.
Suspeita de problemas mentais
No ataque ocorrido em 20 de dezembro, um homem de 50 anos atropelou propositalmente várias pessoas num mercado de Natal na cidade de Magdeburg, a capital do estado alemão da Saxônia-Anhalt.
O homem é natural da Arábia Saudita. Ele está sob custódia e em prisão preventiva.
As investigações agora estão se concentrando na questão da imputabilidade penal. De acordo com promotores, será realizada uma investigação para determinar se o homem tem problemas mentais.
O homem trabalhava como médico psiquiatra em Bernburg, na Saxônia-Anhalt, desde 2020, mas não havia mais trabalhado desde o final de outubro de 2024 devido a férias e licenças.
Ele já teve vários problemas com autoridades alemãs, e a Arábia Saudita também havia alertado a Alemanha sobre o homem, de acordo com círculos de segurança sauditas.
O homem vive na Alemanha desde 2006 e recebeu asilo como pessoa perseguida politicamente em 2016.
as (DPA, EPD)
Atentado em mercado de Natal abala cidade na Alemanha
Um motorista avançou em alta velocidade contra um mercado de Natal na cidade de Magdeburg, no estado da Saxônia-Anhalt, leste do país, deixando vários mortos e feridos.
Foto: Heiko Rebsch/dpa/picture alliance
Cenário do crime
Foto feita três dias antes do atentado mostra o mercado de Natal no centro de Magdeburg. Suspeito invadiu área com o carro e acelerou contra a multidão que frequentava o evento.
Foto: Dirk Sattler/IMAGO
Ação durou três minutos, segundo autoridades locais
O suspeito atropelou várias pessoas, avançando por mais de 400 metros antes de ser preso por policiais. Socorristas e forças de segurança acudiram em grande número ao local.
Foto: Heiko Rebsch/dpa/picture alliance
Suspeito preso usou carro alugado com placa de Munique
Vídeos mostram como vários policiais cercaram carro em uma parada de bonde nas proximidades do mercado de Natal. Sob a mira de armas, o suspeito – um médico psiquiatra saudita de 50 anos de idade – se rendeu e deitou no chão ao lado do veículo, um BMW X5 preto tipo SUV, alugado e com placa de Munique.
Foto: Axel Schmidt/REUTERS
Mercado de Natal foi fechado
O mercado de Natal foi fechado e o centro da cidade, esvaziado. Mais de 500 socorristas foram acionados para dar conta das vítimas, informaram as autoridades.
Menos de 24 horas depois, autoridades contabilizavam cinco mortos – uma criança de 9 anos e quatro adultos – e mais de 200 feridos, sendo mais de 40 deles em estado grave. Dada a gravidade do estado de saúde de alguns dos feridos, é possível que o número de mortos continue a subir.
Foto: Heiko Rebsch/dpa/picture alliance
Motivação do crime ainda não está clara
Segundo Horst Nopens, promotor responsável pelo caso, a polícia trabalha com a tese inicial de que o crime foi motivado pela insatisfação do suspeito com o tratamento dado pela Alemanha a refugiados sauditas. Nas redes, ele publicava mensagens de tom islamofóbico e anti-imigração, além de sinalizar simpatia pela sigla de ultradireita AfD.
No passado, em entrevistas à imprensa, o suspeito acusou a Alemanha de promover uma "operação secreta" para "perseguir" ex-muçulmanos sauditas e "destruir suas vidas" enquanto dava asilo a sírios jihadistas. Ele também criticava a ex-chanceler alemã Angela Merkel, acusando-a de tentar "islamizar a Europa" – uma tese frequentemente defendida por radicais de ultradireita.
Foto: dts Nachrichtenagentur/IMAGO
Mercados de Natal visados para ataques
A segurança dos tradicionais mercados de Natal tem sido um tema importante desde 2016, quando um extremista islâmico tunisiano atacou um mercado de Natal em Berlim a bordo de um caminhão, deixando 13 mortos e dezenas de feridos. Desde então, muitas dessas feiras contam com barreiras de proteção para evitar tragédias semelhantes.
Foto: Heiko Rebsch/dpa/picture alliance
Houve falha na segurança?
No caso de Magdeburg, porém, a rota usada pelo agressor não estava protegida por barreira, segundo um funcionário do município. A rota havia sido projetada para permitir que serviços de resgate chegassem à praça em caso de emergência. No entanto, as forças policiais estavam posicionadas e a entrada não foi deixada desprotegida, defendeu.
Foto: Ebrahim Noroozi/AP Photo/picture alliance
Reações
Acompanhado da ministra do Interior e comitiva do governo, o chanceler federal Olaf Scholz visitou o local do ataque, expressou suas condolências e prometeu apoio federal às investigações.
Foto: Ebrahim Noroozi/AP Photo/picture alliance
Luto
Moradores de Magdeburg trouxeram flores e acenderam vela em memorial improvisado em homenagem às vítimas e suas famílias e entes queridos.
Foto: Christian Mang/REUTERS
Homenagem às vítimas
Na noite do dia seguinte ao ataque, centenas se reuniram em cerimônia na catedral da cidade. O evento foi transmitido por TVs em toda a Alemanha. A prefeita pediu à população que siga unida, apesar do choque. Já o bispo Gerhard Feige frisou que os presentes estavam lá para oferecer apoio uns aos outros, e exortou o público a não "deixar que o ódio e a violência tenham a última palavra".
Foto: Ebrahim Noroozi/AP/picture alliance
Extremistas protestam
A 800 metros dali, manifestantes entoaram slogans extremistas. Houve episódios de hostilidade contra a imprensa, pedidos de "remigração" – eufemismo da extrema direita para a deportação de estrangeiros – e gritos como "nós somos o povo" – slogan nacionalista – e "não queremos abrigos para asilados". ONG diz ter registrado aumento visível de ataques na cidade a pessoas com "aparência estrangeira".