Sobreviventes de Auschwitz alertam sobre onda de ódio
27 de janeiro de 2025
Em cerimônia dos 80 anos da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau, sobreviventes pedem que horror nazista não seja esquecido e alertam para naturalização do pensamento autoritário na política.
Sobreviventes do Holocausto em cerimônia pelos 80 anos da libertação dos prisioneiros em AuschwitzFoto: SERGEI GAPON / AFP
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Alguns dos poucos sobreviventes ainda vivos de Auschwitz voltaram nesta segunda-feira (27/01) ao campo de concentração e extermínio nazista na Polônia para a celebração do 80º aniversário do seu fim.
"Oitenta anos após a libertação, o mundo está novamente em crise", alertou a autora e pesquisadora Tova Friedman, 86 anos, em seu discurso durante a cerimônia, e acrescentou: "o antissemitismo desenfreado que está se espalhando entre as nações é chocante".
Friedman e mais 49 sobreviventes se reuniram do lado de fora dos portões de Auschwitz, acompanhados por dezenas de líderes mundiais – que, dessa vez, não fizeram discursos, apenas ouviram.
Tova Friedman foi uma das quatro crianças da sua cidade que sobreviveram ao Holocausto Foto: Aleksandra Szmigiel/REUTERS
Leon Weintraub, um médico sueco de 99 anos nascido na Polônia, enviado ao campo em 1944, pediu que os jovens "fossem sensíveis" à intolerância e à discriminação e condenou a proliferação de movimentos inspirados pelo nazismo na Europa.
"Peço que multipliquem seus esforços para combater as opiniões cujos efeitos estamos relembrando hoje", disse.
Leon Weintraub condena ascensão de movimentos de ultradireita na Europa e no mundoFoto: Wojtek Radwanski/AFP/Getty Images
Outro sobrevivente de Auschwitz, Pavel Taussig, falou à agência de notícias AFP, antes da cerimônia, que teme a ascensão de forças de ultradireita como a Alternativa para Alemanha (AfD, da sigla em alemão). O partido está em segundo lugar nas intenções de voto para as eleições gerais de 23 de fevereiro e tem nas suas fileiras políticos que usam slogans nazistas e banalizam o Holocausto.
"Há muito tempo que não esperava experimentar algo assim novamente e espero que não continue assim."
Auschwitz foi o maior dos campos de extermínio construídos pela Alemanha nazista. O local virou um símbolo do Holocausto de 6 milhões de judeus europeus. Entre 1940 e 1945, estima-se que 1 milhão de judeus e mais de 100 mil outros "elementos indesejados" – homossexuais, pessoas com deficiência, os sinti e roma (etnias ciganas), opositores políticos – foram executados no campo.
Como jovens alemães se sentem ao visitar Auschwitz?
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Reações políticas
A cerimônia desta segunda contou com a presença do chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente polonês, Andrzej Dudao, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, o rei Charles 3º da Grã-Bretanha, o presidente francês, Emmanuel Macron, e dezenas de outros líderes internacionais. Os organizadores decidiram não incluir discursos políticos para manter o foco nos sobreviventes.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, fez um apelo, durante a visita, para que a memória dos crimes e das vítimas dos nazistas fosse mantida viva. "A memória não tem fim e, portanto, a responsabilidade também não", disse.
Ele apontou para um aumento nos casos de antissemitismona Alemanha, especialmente desde o ataque do Hamas a Israel em 2023 e a subsequente guerra em Gaza . "Nada mostra mais claramente que a memória não tem fim e, portanto, a responsabilidade não tem fim", enfatizou.
Políticos como o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente alemão Frank Walter Steinmeier ouviram os relatos dos sobreviventesFoto: Jesco Denzel/BPA/Handout/REUTERS
A Rússia não foi convidada para a cerimônia na Polônia, em resposta à guerra em curso na Ucrânia. Moscou criticou a exclusão das comemorações.
O presidente russo, Vladimir Putin, recordou enfaticamente as conquistas dos soldados soviéticos, responsáveis por encerrar o campo e libertar os últimos sobreviventes.
"Foi o Exército Vermelho que revelou à humanidade a verdade sobre os crimes dos nazistas", disse Putin em um comunicado. "E sempre lembraremos que foi o soldado soviético quem esmagou esse mal total e obteve a vitória, cuja grandeza permanecerá para sempre na história mundial."
Até a invasão da Ucrânia em 2022, uma delegação russa sempre compareceu à cerimônia anual, mas Moscou foi barrada novamente este ano.
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Mortes em escala industrial
Auschwitz começou a funcionar em 1940, na cidade de Oswiecim, no sul da Polônia – seu nome foi germanizado para Auschwitz pelos nazistas. Os primeiros 728 prisioneiros eram adversários políticos poloneses, e logo a estrutura virou uma máquina de matar.
"Esse campo mudou significativamente. Originalmente, era um campo para prisioneiros políticos, pessoas que não estavam satisfeitas com a ocupação alemã. Eram, em sua maioria, poloneses. A maioria adultos", lembrou Janina Iwanska.
"Durante algum tempo, a maioria dos detentos era polonesa. Depois, esse campo se transformou em um campo para prisioneiros de guerra soviéticos. Dezenas de milhares de prisioneiros de guerra foram transferidos para cá."
Alguns dos prisioneiros soviéticos e poloneses que antecederam as vítimas judias dos campos foram usados "para testar vários gases mortíferos para ver qual gás seria mais eficiente."
Mais tarde, os prisioneiros foram transferidos para construir câmaras de gás e crematórios em condições de inverno rigoroso, relatou Iwanska. "Foi quando a máquina de matar começou a funcionar."
"É difícil calcular todas as pessoas mortas aqui. A maioria seria registrada, mas, muitas vezes, as pessoas eram trazidas de outros países e levadas diretamente para as câmaras de gás e crematórios", afirmou Iwanska.
Em 17 de janeiro de 1945, com o avanço das tropas soviéticas, a SS nazista forçou 60 mil prisioneiros a caminhar para o oeste, no que ficou conhecido como a "Marcha da Morte".
De 21 a 26 de janeiro, os alemães explodiram as câmaras de gás e os crematórios de Birkenau e se retiraram quando as tropas soviéticas se aproximaram.
Em 27 de janeiro, as tropas soviéticas encontraram 7.000 sobreviventes quando chegaram. A Alemanha de Adolf Hitler capitularia meses mais tarde.
Os horrores de Auschwitz
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Famílias ciganas
Janina Iwanska falou também sobre como as famílias ciganas e sinti foram levadas para uma parte de Auschwitz conhecida como "campo familiar", onde seus bebês foram submetidos a experimentos pelo infame Josef Mengele – oficial da SS e médico conhecido como "anjo da morte".
"Os ciganos foram trazidos para cá em famílias inteiras porque ele se especializou em realizar experimentos em crianças. Ele fazia experiências em bebês recém-nascidos. Muitos ciganos morreram aqui, por causa de doenças e da miséria."
Em agosto de 1943, havia cerca de 4.000 sinti e rima vivendo em Auschwitz. "Na noite do dia 3, todos foram levados diretamente para as câmaras de gás", narrou Iwanska. "Na manhã do dia seguinte, não havia nenhum cigano ou sinti vivo, porque Mengele havia concluído seus experimentos e não precisava mais do material para trabalhar."
Memórias de infância
Tova Friedman afirmou, durante seu discurso, que sentia que era seu dever honrar a memória das crianças que morreram no Holocausto. "Da minha cidade, quatro crianças sobreviveram, então estou aqui para falar sobre aquelas que não estão aqui."
"Minhas lembranças são muito vivas graças à minha mãe, que constantemente validava os eventos para mim à medida que aconteciam. Quando estava comigo, ela nunca, jamais, encobriu nada", relatou.
sf/cn (AFP, Reuters, DW, ots)
O mês de janeiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Kenny Holston/The New York Times/AP/picture alliance
Milhares protestam na Alemanha contra votos anti-imigração
Alemães tomaram as ruas de cidades como Hamburgo, onde 20 mil se reuniram em protesto contra o voto conjunto da sigla conservadora CDU com a AfD, rompendo um isolamento histórico da ultradireita no parlamento. Após obter sucesso em uma moção anti-imigração, as duas legendas tentaram aprovar um projeto de lei no parlamento, mas não obtiveram maioria. (31/01)
Foto: Achim Duwentäster/teamwork/IMAGO
Ícone pop Marianne Faithfull morre aos 78 anos
Figura marcante na cultura pop britânica nos anos 1960 e 1970, Marianne Faithfull lançou 21 discos em sua longa carreira e participou de vários filmes com diretores como Francis Ford Copolla, Jean-Luc Godard e Gus van Sant. Ela compôs e colaborou com vários artistas, como Rolling Stones, Lou Reed, Nick Cave e Metallica. (30/01)
Foto: Imago/United Archives International
Tumulto deixa dezenas de mortos em festival religioso na Índia
Ao menos 30 pessoas morreram e 90 ficaram feridas em um tumulto no festival hindu de Kumbh Mela, no norte da Índia. A confusão ocorreu quando dezenas de milhões de pessoas se reuniram para um banho de rio. O tumulto começou depois que pessoas tentaram atravessar uma das milhares de barricadas montadas pela polícia para controlar o fluxo maciço de peregrinos. (29/01)
Foto: AFP via Getty Images
Premiê da Sérvia renuncia após meses de protestos
Milos Vucevic renunciou depois de três meses de manifestações que eclodiram após o colapso de uma estação de trem que deixou 15 mortos. Os manifestantes atribuem o acidente à corrupção generalizada, nepotismo e obras de construção de má qualidade. Eles exigem maior transparência e aumento dos gastos do governo com educação. (28/01)
Foto: Andrej Isakovic/AFP
Políticos e sobreviventes homenageiam vítimas do Holocausto
Oitenta anos após a libertação do campo de extermínio nazista Auschwitz-Birkenau, sobreviventes e políticos de todo o mundo celebraram a memória de mais de um milhão de vítimas do campo de extermínio construído em uma Polônia ocupada. Ex-prisioneiros do campo pedem que memória seja preservada e alertam para uma normalização de ideais nazistas nos tempos atuais. (27/01)
Foto: SERGEI GAPON / AFP
Tropas israelenses matam 22 no Líbano em data prevista de sua retirada do país
O ministério da Saúde libanês afirmou que tropas israelenses mataram 22 pessoas que tentavam retornar às suas casas no sul do Líbano, no dia que estava previsto para Israel retirar suas tropas do local. O prazo para a saída foi acordado em um cessar-fogo instaurado entre Israel e o Hezbollah. No entanto, Israel acusa o país vizinho de não cumprir o acordo e adiou retirada de suas tropas. (26/01)
Foto: Karamallah Daher/REUTERS
Milhares protestam na Alemanha contra ultradireita
Dezenas de milhares de pessoas protestaram contra a crescente influência legislativa da ultradireita alemã em Berlim e Colônia. Os manifestantes exigiram que os partidos alemães mantenham um "cordão sanitário" contra a ultradireitista AfD. O acordo, que isola a sigla no Parlamento, pode rachar após interesse da oposição conservadora em passar medidas contra a imigração. (25/01)
Foto: Christoph Reichwein/dpa/picture alliance
Governo Trump anuncia "maior deportação da história"
Quatro dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomar posse, autoridades anunciaram ter prendido 538 "criminosos" que entraram irregularmente no país e deportado "centenas" em aviões do Exército. Na foto, cidadãos guatemaltecos aguardam em ônibus após serem deportados dos EUA e chegarem no Aeroporto Internacional La Aurora, na Cidade da Guatemala. (24/01)
Foto: Instituto Guatemalteco de Migracion/Handout/REUTERS
"Ainda estou aqui" indicado a três categorias do Oscar
"Ainda estou aqui", filme de Walter Salles, surpreendeu e foi indicado à categoria de melhor filme do Oscar, feito inédito para uma produção totalmente brasileira. A Academia anunciou ainda as indicações a melhor filme internacional e a melhor atriz, para Fernanda Torres. Em 1999, sua mãe, Fernanda Montenegro, também disputou o prêmio de melhor atriz. (23/01)
Foto: Capital Pictures/IMAGO
Ataque a faca deixa dois mortos no sul da Alemanha
Um homem de 41 anos e um menino de dois anos foram mortos e duas outras pessoas ficaram feridas em um ataque a faca em um parque na cidade de Aschaffenburg, no estado da Baviera, no sul da Alemanha. Um afegão de 28 anos, requerente de asilo, foi detido ao tentar escapar por trilhos de trem. A indignação com o crime pode impactar a campanha eleitoral, a um mês das eleições antecipadas. (22/01)
Foto: Ralf Hettler/dpa/picture alliance
Incêndio mata dezenas em resort de esqui na Turquia
Mais de 70 pessoas morreram e ao menos 51 outras ficaram feridas no incêndio num hotel localizado em uma popular área de esqui nas montanhas de Bolu, no noroeste na Turquia. O incêndio começou durante a madrugada no Grand Kartal, um hotel de 12 andares construído de madeira na estação de esqui de Kartalkaya, a uma altitude de 2.200 metros. (21/01)
Foto: IHA/AP/picture alliance
Trump de volta à Casa Branca
O republicano Donald Trump tomou posse em seu segundo mandato como presidente dos EUA. Em seu primeiro dia de governo, o republicano anunciou um pacote de medidas conservadoras, reverteu dezenas de decisões de seu antecessor, Joe Biden, concedeu perdão a 1.500 condenados pelo 6 de janeiro de 2021 e prometeu dar início a uma nova "era de ouro" no país. (20/01)
Foto: Julia Demaree Nikhinson/AP/dpa/picture alliance
Alívio e emoção dos primeiros reféns liberados
Doron Steinbrecher, uma das três reféns israelenses libertadas no primeiro dia de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hamas, reencontra sua mãe após 15 meses de cativeiro. Hamas também libertou Romi Gonen e Emily Damaria, dando início ao processo previsto no acordo. Em troca, cerca de 95 prisioneiros palestinos deverão ser libertados, a maioria mulheres e adolescentes. (19/01)
Foto: Israeli Army/AP/picture alliance
Milhares vão às ruas de Washington contra Trump
Dois dias antes da volta de Donald Trump à Casa Branca, milhares protestaram contra políticas anunciadas pela próxima gestão. Chamada "Marcha do Povo", a manifestação foi organizada por movimentos de defesa dos direitos civis em defesa de pautas como o acesso ao aborto, proteção climática e direitos dos imigrantes. Mais de 350 marchas semelhantes aconteceram em todo o país. (18/01)
Foto: Amanda Perobelli/REUTERS
Gabinete israelense aprova cessar-fogo em Gaza
O governo israelense aprovou o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, após horas de consultas que se estenderam até a madrugada de sábado (18/01)."O governo aprovou o plano de devolução dos reféns", disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado. As armas deverão ser silenciadas inicialmente por seis semanas a partir do próximo domingo. (17/01)
Foto: Koby Gideon/AFP
David Lynch, diretor de "Cidade dos sonhos", morre aos 78 anos
Conhecido por produções como "Cidade dos Sonhos", "Twin Peaks" e obras surrealistas, o renomado diretor americano acumulou quatro indicações ao Oscar durante sua carreira. Causa da morte não foi divulgada. Em 2024, ele afirmou que foi diagnosticado com enfisema pulmonar. (16/01)
Hamas e Israel chegam a acordo para encerrar conflito em Gaza
Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo para encerrar o conflito na Faixa de Gaza após 15 meses de combates, segundo informaram mediadores nesta quarta-feira. O texto prevê troca de reféns por prisioneiros e a retirada de militares israelenses. População foi às ruas em Gaza e em Israel para comemorar a decisão. (15/01)
Foto: Abdel Kareem Hana/AP/picture alliance
Procurador diz que havia evidências para condenar Trump
Em relatório tornado público, o procurador especial Jack Smith afirma que havia evidências suficientes para condenação do presidente eleito dos EUA por tentar anular o resultado da eleição de 2020. Parte do documento foi enviado ao Congresso pelo Departamento de Justiça – não sem que antes Trump tentasse impedir que isso acontecesse. Republicano reagiu tachando Smith de "perturbado". (14/01)
Foto: Jacquelyn Martin/AP Photo/picture alliance
Lula sanciona lei que proíbe uso de celular nas escolas
Lei restringe uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo telefones celulares, nas salas de aula de escolas públicas e privadas em todo o país. Há exceções para uso pedagógico, sob supervisão dos professores, ou em casos excepcionais de acessibilidade ou necessidade de saúde. Medida ainda será regulamentada por decreto a tempo de entrar em vigor no início do ano letivo, em fevereiro. (13/01)
Sobe para 16 número de mortos em incêndios em Los Angeles
O número de mortos nos incêndios florestais que atingem a região de Los Angeles aumentou para 16, enquanto as equipes lutam para conter as chamas antes da chegada prevista de novas rajadas de ventos fortes capazes, potencialmente, de empurrar o fogo em direção a outras regiões da cidade. (12/01)
Foto: Jae C. Hong/AP Photo/picture alliance
Milhares protestam contra convenção da ultradireita na Alemanha
Mais de 10 mil pessoas participam de uma manifestação em uma pequena cidade do leste alemão contra a convenção nacional do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). A convenção é parte da campanha do partido para as eleições federais de 23 de fevereiro, convocada após o colapso do governo de coalizão do chanceler federal, Olaf Scholz. (11/01)
Foto: EHL Media/IMAGO
Trump é sentenciado e será 1º presidente condenado dos EUA
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi sentenciado por sua condenação criminal decorrente do pagamento em dinheiro para silenciar uma atriz pornô. A penalidade, porém, não inclui multa, prisão ou liberdade condicional. O juiz aplicou ao republicano uma sentença de "dispensa incondicional", que reconhece a culpa do réu, mas não impõe uma pena específica. (10/01)
Foto: Brendan McDermid-Pool/Getty Images
"Sinceramente, estou morrendo", diz ex-presidente do Uruguai José Mujica
Mujica, de 89 anos, revelou que o câncer em seu esôfago se espalhou para o fígado e que a progressão da doença não pode mais ser interrompida. "Não posso fazer nem um tratamento bioquímico nem uma cirurgia porque meu corpo não aguenta", disse. "O que eu peço é que me deixem em paz. O guerreiro tem direito ao descanso." (09/01)
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Incêndios deixam rastro de destruição na Califórnia
Incêndios florestais de enormes proporções atingiram a Califórnia e deixaram ao menos cinco mortos e dezenas de feridos. No condado de Los Angeles, cerca de 180 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por ordem das autoridades, com as chamas consumindo uma área de 117 quilômetros quadrados. (08/01)
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Morre o extremista francês Jean-Marie Le Pen
Líder histórico da extrema direita francesa e pai da ultradireitista Marine Le Pen morreu aos 96 anos. Ele foi um dos fundadores do partido Frente Nacional, renomeado em 2018 para Reunião Nacional. Figura polarizadora na política francesa, Le Pen era conhecido por sua retórica inflamada contra a imigração e o multiculturalismo. (07/01)
Congresso dos EUA certifica vitória eleitoral de Trump
O Congresso dos EUA certificou Donald Trump como vencedor da eleição de 2024. A cerimônia aconteceu sem interrupções – em contraste à violência de 6 de janeiro de 2021, quando, com pelo menos aquiescência de Trump, uma multidão invadiu o Capitólio para impedir certificação de Joe Biden. Os legisladores se reuniram sob forte segurança para cumprir a data exigida pela lei eleitoral. (06/01)
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Neve traz caos à Europa e aos Estados Unidos
Após um fim de ano com temperaturas relativamente amenas, nevou no Reino Unido e em outras partes da Europa. Pistas congeladas geraram transtorno nas estradas e levaram ao cancelamento de voos e fechamento de aeroportos, inclusive na Alemanha. Nos Estados Unidos, algumas áreas devem ter a pior nevasca da década. (05/01)
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Trens de longa distância operados pela alemã Deutsche Bahn batem recorde de atraso
Em 2024, 37,5% dos trens de longa distância registraram atraso superior a seis minutos – a maior taxa em 21 anos. Empresa atribuiu piora no desempenho à "infraestrutura ultrapassada e sobrecarregada", obras na rede ferroviária, aumento do tráfego, falta de mão de obra e eventos climáticos extremos, mas disse trabalhar em um plano de ação para melhorar sua pontualidade. (04/01)
Foto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance
Milhares de alemães assinam petição contra uso de fogos de artifício
Mais de 270 mil alemães assinaram uma petição online pedindo a proibição de fogos de artifício particulares em todo o país, após um Ano Novo marcado por cinco mortes e dezenas de feridos pelo uso incorreto dos fogos. Em várias cidades, equipes de emergência foram atingidas pelos explosivos. Em Berlim, um policial ficou gravemente ferido e precisou ser operado. (03/01)
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Multidão protesta contra prisão de presidente afastado da Coreia do Sul
Uma centena de pessoas se reuniram em Seul para protestar contra o mandado de prisão imposto ao presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, acusado de insurreição. Apoiadores se posicionaram em frente à residência de Yoon, que se propôs a "lutar até o fim". Agentes já se posicionam no local para cumprir a ordem judicial. (02/01)
Foto: Philip Fong/AFP
Homem atropela multidão em Nova Orleans e deixa 10 mortos
Ataque ocorreu na Bourbon Street, uma rua turística com bares e clubes noturnos. Condutor do veículo morreu em confronto com policiais e FBI investiga "ato de terrorismo". Suspeito, um cidadão americano do Texas, carregava bandeira do Estado Islâmico. (01/01)