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Sobreviventes de massacre lideram campanha antiarmas

19 de fevereiro de 2018

Com marcha a Washington e críticas a Trump, alunos de escola secundária onde jovem matou 17 na Flórida prometem reascender pressão por reforma na legislação sobre controle armamentista no país.

Manifestantes pedem por reforma na legislação sobre armas num protesto em Fort Lauderdale, no sábadoFoto: Reuters/J. Drake

Estudantes sobreviventes do massacre na escola secundária de Parkland, no estado americano da Flórida, onde na semana passada um ex-aluno matou 17 pessoas a tiros, esperam se tornar o rosto do movimento pelo controle de armas.

Em entrevistas às emissoras NBC News e CNN, estudantes anunciaram no domingo (18/02) a realização de uma marcha nacional e um acampamento em Washington para exigir um maior controle no acesso a armas. A marcha está sendo difundida pela internet por meio do movimento Never Again (nunca mais).

Vários estudantes criticaram o presidente dos EUA, Donald Trump, cuja eleição foi fortemente apoiada pela Associação Nacional do Rifle (NRA), que capitaneia o lobby armamentista, e teve uma plataforma que se opõe ao controle de armas. O direito de posse de arma de fogo é protegido pela Segunda Emenda da Constituição.

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Trump passou o fim de semana em sua propriedade no sul da Flórida, apenas a uma hora de carro da Marjory Stoneman Douglas High School. No sábado, um dia depois de ter visitado as vítimas hospitalizadas e agradecido pelo trabalho dos profissionais de saúde e de segurança na resposta ao tiroteio, ele afirmou que a oposição democrata não aprovou uma legislação para aumentar o controle de armas quando Barack Obama liderava o país – e controlava Câmara e Senado – "porque não quis".

"Como se atreve?"

No Twitter, Trump também acusou o FBI (a polícia federal americana) de estar demasiadamente focado nas investigações no caso da Rússia e de falhar na reação às advertências sobre o (antes potencial) atirador.

Estudante sobrevivente Emma González aos políticos: "Agora é a hora de se colocaram do lado certo"Foto: Getty Images/AFP/R. Wise

"Assim como não querem resolver o problema do Daca programa que protege da deportação os jovens imigrantes indocumentados], por que os democratas não aprovaram uma legislação para aumentar o controle de armas quando tinham tanto a Câmara dos Representantes como o Senado no governo de Obama? Porque não quiseram e agora só falam", escreveu.

Um dos estudantes da escola da Florida acusou Trump de fomentar uma divisão entre os americanos sobre a questão do controle de venda e posse de armas.

"Você é o presidente. A sua função é manter o país unido e não dividir as pessoas", disse David Hogg, de 17 anos, ao programa Meet the Press, da NBC. "Como se atreve? As crianças estão morrendo, e o sangue delas está em suas mãos. Por favor, é preciso agir", acrescentou.

Emma González, estudante sobrevivente do ataque, deu um discurso acalorado num protesto realizado no domingo e mencionou os 30 milhões de dólares em despesas da NRA para a campanha presidencial de Trump.

González citou Trump, o senador da Flórida, Marco Rubio, além do governador do estado, Rick Scott – todos republicanos – num aviso aos políticos apoiados pela NRA.

"Agora é a hora de se colocarem do lado certo, porque isso não é algo que vamos deixar varrer debaixo do tapete", avisou González. 

Vigília em uma das 17 cruzes montadas num memorial às vítimas do massacre na escola secundária, em ParklandFoto: Reuters/J. Drake

Sinais de mudança na Flórida 

Os políticos da Flórida, entretanto, movimentaram-se numa tentativa de elaborar uma legislação. Em entrevista à televisão americana, o senador Rubio abraçou uma lei democrata na legislatura da Flórida que permitiria que tribunais impedissem temporariamente a aquisição e posse de armas para pessoas determinadas como ameaça a outros e a si próprio.

O governador Scott participou de uma vigília de oração a poucos quarteirões do local do massacre. Espera-se que ele anuncie um pacote legislativo com parlamentares republicanos nesta semana.

Depois de mais de um dia de críticas de alunos, a Casa Branca disse que Trump participará de um encontro com estudantes na quarta-feira e se reunirá na quinta-feira com funcionários estaduais e locais de segurança. A marcha e o início do acampamento em Washington estão agendados para 24 de março.

Na quarta-feira passada, o jovem Nikolas Cruz matou a tiros 14 estudantes e três professores na escola secundária de Parkland com um fuzil de assalto AR-15, além de ferir outras 14 pessoas.

Cruz, um jovem órfão com poucos amigos, obcecado por armas e que se gabava por matar animais, havia sido expulso da escola no ano passado por problemas disciplinares. 

PV/lusa/ap

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