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Social-democratas aceitam negociar nova coalizão com Merkel

21 de janeiro de 2018

Reunidos em Bonn, delegados do Partido Social-Democrata (SPD) decidem abrir negociações formais para embarcar num novo governo liderado por Angela Merkel.

Líder Martin Schulz (dir.) e chefe de bancada do SPD  Andrea Nahles saúdam resultado da votação
Líder Martin Schulz (dir.) e chefe de bancada do SPD Andrea Nahles saúdam resultado da votaçãoFoto: picture alliance/dpa/K. Nietfeld

O Partido Social-Democrata (SPD) votou neste domingo (21/01) a favor de iniciar negociações formais para a formação de uma nova coalizão de governo com a conservadora União Democrata-Cristã (CDU) e sua legenda-irmã da Baviera, União Social-Cristã (CSU).

A decisão, por cerca de 56% dos votos (362 a 279), abre uma nova fase no impasse político que toma conta da política alemã desde as eleições gerais de setembro último, em que a CDU da chanceler federal Angela Merkel não alcançou a maioria absoluta que lhe permitiria governar sozinha.

O SPD, parceiro de coalizão na última legislatura, era tido como a última cartada da chefe de governo em busca de um quarto mandato. Um fracasso poderia forçar os alemães a voltarem às urnas – algo que nunca aconteceu – e decretar o fim da era Merkel.

No poder há 12 anos, a democrata cristã e seu partido estão enfraquecidos, após perderem terreno para os populistas na eleição de setembro e depois do fracasso na negociação de uma tríplice aliança, com verdes e liberais, em novembro.

O líder dos social-democratas alemães, Martin Schulz, recebeu o resultado da votação, às 16h30 (hora local, 13h30 em Brasília) com um sorriso um tanto cansado. Antes, num discurso de uma hora, no World Conference Center em Bonn, o político instara seus correligionários a mais uma vez assumir as responsabilidades governamentais ao lado de Merkel. Ou, pelo menos, "esgotar o que é possível para melhorar a vida dos cidadãos, do país e da Europa", nas negociações de coalizão.

Schulz pedia o "sim" ao pré-acordo para formar um governo estável, enquanto que a ala jovem do partido e correntes alternativas internas defendiam a ida do SPD para a oposição. O líder dos social-democratas se comprometeu a seguir trabalhando para "melhorar" o acordo, com o objetivo de alcançar uma saúde pública mais igualitária e levantar as restrições ao reagrupamento familiar de refugiados impostas pelo bloco CDU/CSU. e avançou a sua intenção de "rever" o que for alcançado no meio da legislatura, se governar com Merkel.

O chefe do SPD também expressou sua "compreensão" para com aqueles que o repreendem por ter mudado de posição, já que na campanha eleitoral e depois da derrota do SPD, em setembro, afirmou que pretendia assumir seu lugar na oposição. "A Europa está nos observando", advertiu Schulz, que insistiu na necessidade de entrar no futuro governo alemão para promover com a França "as reformas de que a União Europeia precisa".  

A chanceler federal Angela Merkel saudou o "sim" dos social-democratas para começar as negociações que, segundo ela, serão "intensas". "Temos muito trabalho pela frente", afirmou Merkel em entrevista coletiva na sede da CDU, em Berlim. Ela se mostrou confiante de que as reuniões decorrerão num "clima de sensatez", apesar das "divergências" em relação aos conteúdos, e indicou que o pré-acordo alcançado em 12 de janeiro será "a base" para chegar a um consenso sobre as políticas de um futuro governo alemão.

"Para nós, é importante nestas negociações que a Alemanha tenha um governo estável, que possa enfrentar as questões do futuro e procurar solução para elas", declarou a líder alemã.

Após a votação no congresso extraordinário, as negociações formais de coalização começarão nesta segunda-feira, quando os dois partidos se reunirão para definir o plano do processo de conversações. Se o pacto de governo for finalmente aprovado, ele ainda deverá ser submetido a uma consulta com os cerca de 450 mil filiados ao SPD.

AV/FC/efe/afp/rtr/lusa

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