1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Soldado norte-coreano deserta para a Coreia do Sul

21 de dezembro de 2017

Militar atravessa zona desmilitarizada que divide península coreana, e tropas sul-coreanas disparam tiros de advertência. Trata-se da quarta deserção neste ano. Desde o fim da Guerra da Coreia, já foram cerca de 30 mil.

Soldado sul-coreano faz patrulha na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias
Soldado sul-coreano faz patrulha na zona desmilitarizada que separa as duas CoreiasFoto: Reuters

Um soldado norte-coreano desertou nesta quinta-feira (21/12) para a Coreia do Sul atravessando a parte central da zona desmilitarizada (DMZ) que divide a península coreana, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano.

O soldado norte-coreano, de "baixa patente", surgiu em frente a um posto de guarda de fronteira sul-coreana por volta das 08:04h (horário local) sob nevoeiro cerrado, detalhou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, num comunicado citado pela agência de notícias Yonhap.

Leia também: Coreia do Norte, o medo dos mísseis e a diplomacia

Mais tarde, tropas sul-coreanas dispararam tiros de advertência quando soldados norte-coreanos se aproximaram da fronteira após a deserção de um deles, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul. Os soldados norte-coreanos estacionados na fronteira pareciam estar tentando localizar o militar que desertou pela manhã, de acordo com a mesma fonte.

Este é o quarto soldado norte-coreano que foge para a Coreia do Sul neste ano, e o primeiro desde a dramática deserção de um militar que recebeu cinco tiros do Exército norte-coreano, no mês passado, durante sua fuga através da Zona de Segurança Conjunta, a única área de fronteira onde soldados das duas Coreias estão lado a lado.

Em fuga para a Coreia do Sul, norte-coreano é baleado

01:22

This browser does not support the video element.

Deserção espetacular

Na deserção de 13 de novembro, segundo imagens divulgadas dias depois pelo Comando das Nações Unidas (UNC, na sigla em inglês), liderado pelos Estados Unidos, que vigia o armistício, o soldado tentou aparentemente cruzar a linha de demarcação, que divide em dois a zona desmilitarizada.

No entanto, o off-road que dirigia ficou preso numa vala a poucos metros da linha de demarcação, e o ruído alertou vários soldados norte-coreanos estacionados nas imediações que correram na direção ao veículo. O militar desceu então do jipe e atravessou a fronteira correndo, enquanto quatro soldados se aproximaram e começaram a disparar a poucas dezenas de metros de distância. 

Um dos soldados norte-coreanos chegou a atravessar a linha durante escassos segundos, o que além dos tiros – que foram efetuados em direção ao Sul – constituiu, segundo o UNC, uma violação do cessar-fogo que colocou fim à Guerra da Coreia (1950-53).

Outras imagens capturadas por uma câmara térmica mostraram o resgate posterior do soldado por três militares sul-coreanos que o arrastaram pelo chão para evitar que fosse novamente baleado, levando-o depois para um lugar seguro até ser transportado para o hospital.

O militar, que tem entre 20 e 30 anos, ficou na unidade de cuidados intensivos para garantir que não sofresse mais infeções. Isso porque, durante as intervenções cirúrgicas, foram encontradas várias lombrigas intestinais no corpo do soldado que contribuíram para infeccionar os órgãos afetados pelos tiros. Além disso, o soldado mostrou sintomas de "stress psicológico severo e depressão" após o incidente, segundo o cirurgião que liderou as operações.

Apesar do nome, a DMZ é uma das fronteiras mais militarizadas no mundo. Trata-se de uma faixa de terreno de quatro quilômetros ao longo da fronteira entre as duas Coreias, com arame farpado, vedações eletrificadas, campos minados e paredes antitanque.

Cerca de 30 mil soldados da Coreia do Norte desertaram para a Coreia do Sul desde o final da Guerra da Coreia, mas a maior parte usou rotas de fuga através da China.

PV/efe/lusa

_______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App

Pular a seção Mais sobre este assunto