Somente metade das mulheres trabalha no Brasil, aponta OIT
14 de junho de 2017
Taxa de participação feminina no mercado de trabalho é 22,1 pontos percentuais menor que a masculina. Segundo Organização Internacional do Trabalho, redução dessa lacuna significaria aumento de 3,3% do PIB do país.
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Apesar de inferior à média mundial, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho permanece alta no Brasil, mostra um relatório sobre tendências empregatícias em 2017 divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quarta-feira (14/06).
Para este ano, a OIT estima que a taxa de participação feminina no mercado de trabalho brasileiro seja de 56% – uma diferença de 22,1 pontos percentuais em comparação com a participação masculina, estimada em 78,2%. A diferença média global é de 26,7 pontos percentuais – a participação dos homens alcança 76,1%, enquanto a das mulheres é de 49,4%.
A organização ressaltou que a desigualdade de gênero no mercado de trabalho persiste de maneira generalizada e se inicia com o acesso limitado de mulheres a vagas de emprego. Preencher essa lacuna é um dos desafios mais urgentes enfrentados pela comunidade mundial, segundo a OIT.
Globalmente, a taxa de desemprego para mulheres é de 6,2% em 2017, representando uma diferença de 0,7 pontos percentuais em relação à taxa de desemprego masculina, de 5,5%. Para 2018, a organização estima que as taxas de desemprego permaneçam relativamente inalteradas.
Mundialmente, essa diferença não sofreu grandes alterações nos últimos anos, embora tenham sido registradas variações consideráveis em determinadas classes de poder aquisitivo. Por exemplo, em países emergentes a diferença aumentou: de 0,5 para 0,7 pontos percentuais. Em contrapartida, as lacunas em países desenvolvidos e em desenvolvimento diminuíram e atingiram 0,5 e 1,8 pontos percentuais, respectivamente.
Países árabes, norte-africanos e do sul da Ásia com menores taxas
O texto do relatório – intitulado Tendências para Mulheres no Mercado de Trabalho 2017 – afirma que, em 2017, a maior diferença de gênero nas taxas de participação no mercado de trabalho, de quase 31 pontos percentuais, é enfrentada por mulheres em países emergentes.
Na sequência, vêm as mulheres de países desenvolvidos – pouco mais de 16 pontos percentuais de diferença com os homens – e de países em desenvolvimento, com uma diferença de 12 pontos percentuais.
Em termos regionais, as lacunas mais amplas entre homens e mulheres são registradas em Estados árabes, no Norte da África e no Sul da Ásia, onde excedem os 50 pontos percentuais. Essas três regiões têm as mais baixas taxas de participação feminina no mercado de trabalho – menos de 30%.
Redução de desigualdade aumentaria PIB brasileiro em 3,3%
A redução dessas diferenças entre gêneros no mercado de trabalho produziriam benefícios econômicos significativos e melhorariam o bem-estar individual, segundo a OIT. Em 2014, os líderes do G20 se comprometeram com o objetivo denominado "25 por 25", ou seja, reduzir a diferença na taxa de participação entre homens e mulheres em 25% até o ano de 2025.
No Brasil, por exemplo, essa diminuição de 25% poderia gerar um aumento de 3,3% do PIB (382 bilhões de reais) e acrescentar 131 bilhões de reais em receitas tributárias. Ou seja, se a participação feminina crescesse 5,5 pontos percentuais, o mercado de trabalho brasileiro ganharia uma mão de obra de 5,1 milhões de mulheres e um aumento considerável no Produto Interno Bruto.
Para a OIT, melhorar a participação feminina no mercado de trabalho requer uma abordagem em campos diversos, que inclui políticas focadas no equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho e na eliminação da discriminação de gênero, além de criação e proteção de empregos de qualidade no setor da saúde.
PV/ots
Dez jargões do ambiente de trabalho alemão
Pretende trabalhar na Alemanha? Então aprenda rápido pelo menos estes dez termos. Sim, "burocracia" é um deles.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Sauer
Büro(kratie)
Nem todo o mundo trabalha num escritório, mas para quem tem essa sorte, ele se chama "Büro" na Alemanha. palavra que, é claro, não está muito longe de "Bürokratie". Algumas instituições do país realmente fazem jus ao trocadilho com "burrocracia", e o resultado são entraves sem fim, ou o "Amtsschimmel" – literalmente "mofo de repartição".
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Telko
Boa comunicação é a chave do bom trabalho, certo? Porém, no mundo moderno, nem todos aqueles com quem se precisa comunicar se encontram no mesmo prédio. Para muitos, então, a conferência telefônica é um evento diário. Como os alemães adoram criar palavras enormes, para depois reduzi-las ao mínimo, toma-se só a primeira sílaba de cada termo e a "Telefonkonferenz" vira "Telko".
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Gleitzeit
A tradução literal de "Gleitzeit" seria "tempo deslizante". Ou seja: expediente flexível, o sonho de todos os que detestam acordar cedo. Quando os colegas já estão bebericando o terceiro café, às 9h59, o funcionário dorminhoco pode ir chegando tranquilo, pronto para o expediente principal. Isto é, contanto que nenhum espírito de porco tenha marcado uma "Telko" ou coisa parecida para as 8h00.
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Kantine
Assim como no Brasil, o horário do almoço é sagrado nos escritórios da Alemanha. E isso quer dizer comida quente. Muitos locais de trabalho oferecem uma "Kantine" – pois é: uma cantina que preenche funções de refeitório e cafeteria. Curiosamente, quando se encontra alguém que está almoçando, a saudação tradicional é um sonoro "Mahlzeit!": "Hora da refeição!"
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Quereinsteiger
Na Alemanha a expectativa ainda é a pessoa exercer a profissão no campo em que se formou – e lá ficar. Trocar pode ser difícil, pois muitos empregadores exigem diplomas e certificados diretamente relacionados ao trabalho em questão. Para aqueles que conseguem saltar de um campo a outro, existe um termo especial: "Quereinsteiger" – literalmente "o que embarca atravessado".
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Ausgleichstag
Fazendo muitas horas-extras ultimamente? Então é tempo de descontá-las, tirando um "Ausgleichtag", ou "dia de compensação". Pode ser um dia só para ficar de pijamas assistindo televisão em casa ou vários, para dar pulo até as praias do Mar do Norte. Em ambos os casos, a regra número um é: deixar o celular desligado.
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Betriebsrat
Tratamento justo é prioridade na esfera profissional alemã, e toda companhia tem um "Betriebsrat" ou conselho de empresa. Ele é composto por um ou mais representantes dos interesses dos funcionários, que se mantêm em contato com a diretoria para assegurar que tudo esteja correndo harmoniosamente. Também é uma oportunidade para treinar aptidões políticas, com vista a um futuro cargo público.
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Gleichstellungsbeauftragte
O(a) "Gleichstellungsbeauftragte" ("encarregado(a) de equiparação") é também uma peça importante na manutenção de um clima justo e inclusivo no local de trabalho. Esse(a) funcionário(a) participa das entrevistas de seleção, cuidando para que mulheres, minorias e pessoas com deficiência tenham as mesmas chances que todos os demais.
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Elternzeit
Com uma taxa de natalidade baixa, a Alemanha está sempre ocupada em motivar os genitores em potencial com incentivos especiais. A "Elternzeit" ("tempo dos pais") inclui de 12 a 14 meses de licença paga para o pai ou a mãe, cujo emprego também fica assegurado até três anos após o nascimento. Um grande esforço para que os cidadãos se disponham a gerar novos contribuintes para o país.
Foto: picture-alliance/dpa
Feierabend(bier)
Quando o expediente chega ao fim, essa parte do dia recebe a denominação de "Feierabend", ou "noite de festa" – a qual, para os trabalhadores noturnos, pode só começar às seis da manhã. Até a cerveja consumida na alegre ocasião tem um nome especial: "Feierabendbier" – que é o que a chefe de governo Angela Merkel parece estar saboreando.