1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Sonda Cassini resiste a mergulho entre Saturno e seus anéis

27 de abril de 2017

Depois de 20 horas, espaçonave retoma contato com a Terra, indicando que resistiu ao mergulho na região entre o planeta gasoso e seus anéis, explorada pela primeira vez. Manobra será repetida mais 21 vezes.

Imagens mostram atmosfera de Saturno
Imagens mostram atmosfera de SaturnoFoto: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

A Nasa confirmou nesta quinta-feira (27/04) que a sonda Cassini resistiu ao seu primeiro mergulho exploratório na região que fica entre Saturno e seus anéis e retomou o contato com a Terra. Essa é primeira vez que essa região é explorada.

Como esperado, os cientistas perderam o contato com a sonda após ela entrar na região que separa o planeta gasoso de seus anéis, pois sua antena principal, em formato de disco, foi posicionada para proteger os instrumentos científicos de possíveis danos. Depois de 20 horas, Cassini voltou a fazer contato com a central de controle.

"Nenhuma espaçonave chegou tão perto de Saturno. Tivemos que confiar em nossa experiência com os outros anéis de Saturno para imaginar como esse espaço entre o planeta e os anéis seria. Estou satisfeito em poder relatar que Cassini mergulhou neste vão exatamente como planejado e saiu do outro lado em excelente forma", afirmou o diretor do projeto, Earl Maize.

Segundo a Nasa, a sonda chegou a ficar cerca de 3 mil quilômetros acima da camada superior de nuvens de Saturno. A distância até seu anel interno mais visível foi de 300 quilômetros. Segundo os cientistas, as imagens geradas revelam detalhes nunca vistos.

O espaço entre Saturno e seus anéis tem 2,4 mil quilômetros de largura. Os cientistas temiam que partículas de gelo e detritos espaciais pudessem danificar a sonda, que orbita o planeta há 13 anos. Cassini repetirá o mergulho mais 21 vezes. A Nasa espera obter informações sobre a estrutura interna de Saturno e a origem dos seus anéis.

Imagens foram feitas durante mergulho entre planeta e anéisFoto: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Recentemente, cientistas anunciaram a descoberta, fruto de uma aproximação histórica da Cassini à lua Encélado, de moléculas de hidrogênio no oceano sob a sua superfície gelada, que foram geradas por reações hidrotermais, fornecendo uma nova pista sobre a possibilidade de surgimento de vida no satélite natural de Saturno.

As moléculas de hidrogênio, tal como as de dióxido de carbono, também encontradas em Encélado, são consideradas ingredientes fundamentais para um processo conhecido como metanogênese, uma reação que permite a vida de micróbios em ambientes submarinos profundos e escuros na Terra. 

A sonda Cassini é um projeto conjunto da Nasa com as agências espaciais europeia (ESA) e italiana (ASI) e foi lançada em 1997. Sete anos depois, ela alcançou Saturno, de onde envia imagens espetaculares do planeta e de suas luas. O mergulho final da sonda está programado para 15 de setembro, quando a Cassini entrará na atmosfera saturniana e vai se chocar contra o planeta.

CN/lusa/ap/afp

Pular a seção Mais sobre este assunto