Sonda chinesa retorna com amostras do lado oculto da Lua
25 de junho de 2024
Feito é inédito e deve ajudar cientistas a responderem perguntas sobre a formação do satélite natural da Terra.
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Uma sonda lunar chinesa, a Chang'e-6, pousou na madrugada desta terça-feira (25/06) na região da Mongólia Interior, no norte da China, trazendo à Terra amostras do lado oculto da Lua. É a primeira vez que um país consegue coletar esse tipo de material para análise.
As amostras foram coletadas no início do mês após uma aterrissagem bem-sucedida na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma enorme cratera localizada no lado oculto da Lua. O presidente chinês, Xi Jinping, disse que a conclusão da missão foi um "marco histórico" na busca da China para se tornar uma potência espaciale científica.
As amostras serão transportadas por via aérea para Pequim, de acordo com a TV estatal chinesa. Os cientistas esperam que o material, formado por rochas vulcânicas de 2,5 milhões de anos, traga novos detalhes sobre a formação da Terra e do sistema solar, além de identificar diferenças entre os dois lados da Lua.
A sonda chinesa anterior, por exemplo, quetrouxe amostras do lado visível da Lua, levou à descoberta de novos minerais e ajudou a precisar a idade geológica do satélite. Já a formação geológica do lado oculto do satélite natural ainda não tinha sido explorada.
As missões para o lado oculto da Lua são mais difíceis porque elas não ficam de frente para a Terra, exigindo um satélite retransmissor para manter as comunicações. O terreno também é mais acidentado e montanhoso.
Uma nova corrida espacial
A avaliação é que o sucesso da missão dá autoridade ao programa espacial chinês, que já compete de perto com o dos EUA. A coleta das amostras ocorre em meio a um novo interesse pela militarização do espaço, que tem sido cada vez mais moldado por tensões geopolíticas. Japão e Índia também avançam na exploração do espaço.
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O oficial técnico da Agência Espacial Europeia (ESA), Neil Melville-Kenney, avalia que Estados Unidos e China inauguram uma nova corrida espacial e sugere que o trabalho seja feito de forma conjunta entre os países. Ele trabalha diretamente com os chineses na operação da Chang'e-6.
"Fico feliz que essa corrida [espacial] tenha reaparecido, mas é claro que eu gostaria de nos ver correndo lado a lado e juntos", disse. "Essa relação que temos no momento [com a China] é um pequeno passo, foi iniciada há muito tempo, talvez as situações fossem um pouco diferentes naquela época. Daqui para frente, eu espero que haja mais colaboração", acrescentou.
"Sabemos que [o lado distante da Lua] é um lugar diferente, feito de materiais diferentes do lado visível da lua, tem uma história diferente. Conseguir estas amostras é de uma importância científica fundamental”, completou Melville-Kenney.
A China ainda quer enviar uma missão tripulada à Lua até 2030 e avalia montar uma base na superfície lunar. Já os Estados Unidos também querem enviar astronautas de volta ao satélite até 2026 com a missão Artemis 3.
gq/as (Reuters, AP, AFP)
Apollo 11: Fotos da chegada do homem à Lua
Em 1969, Neil Armstrong se tornava o primeiro homem a pisar na Lua. Um passo incrível. Ainda hoje, o satélite terrestre nos fascina – especialmente quando vemos fotos tiradas na época da histórica missão espacial.
Foto: NASA
"Um pequeno passo para um homem"
Primeiros passos na Lua. Ao pisar na superfície lunar, em 20 de julho de 1969, o americano Neil Armstrong disse uma das frases mais famosas de todos os tempos: "Este é um pequeno passo para [um] homem, mas um grande salto para a humanidade." Ainda hoje se discute como e quando o astronauta chegou a essa frase, e se ao dizê-la ele esqueceu o artigo "um". Existem até mesmo estudos sobre isso.
Foto: NASA
A partida
Da sala de controle do Centro Espacial Kennedy (KSC), o diretor do programa Apollo, Samuel C. Phillips, supervisiona as atividades antes da partida, em 16 de julho de 1969. Apollo 11, a primeira missão de pouso lunar, foi lançada com o foguete Saturno 5. A bordo da espaçonave estavam Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Foto: NASA
TV espacial
Estas três pessoas estavam entre os milhares de curiosos que acamparam em praias e estradas próximas ao Centro Espacial Kennedy, a estação de lançamento da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida, para acompanhar de perto a partida da Apollo 11. Cerca de um milhão de pessoas foram ao local ver de perto o voo espacial histórico.
Foto: NASA/Kennedy Space Center
Luzes, câmera, ação, decolar!
Mas não apenas milhares de entusiastas estavam presentes, também milhares de repórteres cobriram a partida da missão Apollo 11. Um total de 3.497 jornalistas foi oficialmente credenciado para o acontecimento, e todos se amontoaram na área de imprensa do Centro Espacial Kennedy. Em 16 de julho de 1969, o Saturno 5 decolou.
Foto: NASA
Trabalho em equipe
Um dos tripulantes não pôde pisar na Lua e teve que ficar em órbita. Michael Collins (centro) disse em 2009: "Eu me senti parte do que aconteceu na Lua. Sei que eu seria um mentiroso ou um idiota se dissesse que ocupei o melhor dos três assentos [da Apollo 11], mas posso dizer honestamente que estou satisfeito com o que fiz."
Foto: NASA/Kennedy Space Center
"A águia pousou!", mas...
Às 20h17min58s (UTC) de 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez uma transmissão concisa: "A águia aterrissou!" Mas demorou um pouco até os dois astronautas realmente pisarem na Lua. Primeiro, o voo de retorno tinha que ser preparado. Finalmente, no dia 21 de julho, às 2h56min20s (UTC), chegou o grande momento: Neil Armstrong pisou na superfície lunar.
Esta foto foi tirada por Michael Collins em 21 de julho. O módulo lunar Eagle pode ser visto em seu retorno da Lua; atrás dele, vê-se a superfície lunar e, em seu horizonte, a Terra. Enquanto Armstrong e Aldrin foram os primeiros humanos a pisar na Lua, Collins manteve seu posto no módulo de comando Columbia e ficou à espera em órbita lunar.
Foto: NASA
Amostra n° 10.003
Durante o passeio exploratório de mais de duas horas fora do Eagle, Armstrong e Aldrin coletaram 21,5 quilos de material lunar. Esta pequena rocha é parte dele. A foto foi tirada em 27 de julho, após o retorno à Terra. Durante os seis desembarques lunares, os astronautas coletaram 2.415 amostras, totalizando quase 400 quilos. Elas estão todas listadas no "Catálogo de amostras e fotos lunares".
Foto: NASA/AccuSoft Inc.
Curiosidades astrais
Mas os astronautas deixaram para trás todo tipo de coisa. Este broche de Neil Armstrong ainda é um dos itens mais emblemáticos. O ramo de oliveira de 15 centímetros de comprimento representa a paz. Futuros visitantes também poderão se deparar com bolas de golfe, uma foto de família junto a uma câmera, obras de Andy Warhol ou uma pena de falcão. E cuidado com os excrementos dos astronautas.
Foto: NASA/Johnson Space Center
De volta à Terra
Às 16h50 (UTC) de 24 de julho, a tripulação desembarcou no Pacífico, a 21 quilômetros do porta-aviões USS Hornet e a 1.480 quilômetros a sudoeste do Havaí. Na chegada, os astronautas tiveram que preencher um formulário da alfândega, declarando as rochas lunares. Indagados se eles poderiam ter trazido agentes patógenos, eles responderam: "A ser determinado." E assim foram primeiro para quarentena.
Foto: NASA/Johnson Space Center
Estrelas não apenas em trajes espaciais
Nesta foto, os astronautas da missão Apollo 11 não usam trajes espaciais, mas sombreiros e ponchos. Uma turnê os levou para 24 países e 27 cidades em 45 dias. Os Estados Unidos queriam enfatizar sua disposição de compartilhar seu conhecimento espacial. Os astronautas foram celebrados como estrelas, como aqui, na Cidade do México, em 23 de setembro de 1969.