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Sonda colidiu contra superfície de Marte

21 de outubro de 2016

Imagens confirmam que sonda Schiaparelli despencou e foi destruída no impacto, ao atingir superfície do planeta vermelho. ESA diz que velocidade do módulo no momento da colisão era superior ao previsto.

Imagem mostra pedaços da sonda Schiaparelli
Imagem mostra pedaços da sonda SchiaparelliFoto: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Imagens tiradas pela Nasa indicam que a sonda europeia Schiaparelli, que deveria pousar em Marte, caiu de uma altura de dois a quatro quilômetros e foi destruída no impacto, ao atingir superfície do planeta, anunciou nesta sexta-feira (21/10) a Agência Espacial Europeia (ESA).

A sonda de 600 quilogramas – batizada em homenagem ao astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli (1835-1910) – iria testar tecnologias que visavam preparar o pouso subsequente de um robô explorador de seis rodas na superfície de Marte e deveria ter pousado na quarta-feira no planeta vermelho.

A ESA, porém, perdeu o contato com o módulo 50 segundos antes do horário estimado para a aterrissagem e o paradeiro dele era desconhecido até a chegada das imagens feitas por uma sonda da Nasa que orbita em Marte.

"A Schiaparelli chegou à superfície de Marte com uma velocidade muito superior ao que estava previsto", disse o diretor da missão Thierry Blancquaert. "Ela ficou em pedaços na colisão contra o planeta vermelho", ressaltou.

A ESA disse também que é possível que o pouso tenha sido acompanhado por uma explosão, pois, provavelmente, os tanques de combustíveis da sonda ainda estivessem cheios.

Apesar da perda da Schiaparelli, sua nave-mãe, a sonda Gas Orbiter Trace (TGO), entrou na órbita de Marte e, a partir de 2018, começará a analisar o metano e outros gases da atmosfera, que podem indicar a presença de vida.

Missões ExoMars

O voo da Schiaparelli era a primeira etapa do ExoMars, um ambicioso programa espacial conduzido em conjunto pela ESA e a Agência Espacial Russa (Roscosmos), que visa examinar a existência de vestígios e formas de vida bacteriana no Planeta Vermelho.

Com as caríssimas missões ExoMars 2016 e ExoMars 2020, Rússia e Europa querem rastrear traços de vida no planeta vizinho. Os cientistas esperam especialmente encontrar vestígios de gases como o metano, pois possíveis fontes destes gases poderiam ser organismos biológicos – porém, também vulcânicos.

Originalmente, a ESA planejou realizar a missão em conjunto com os EUA, mas os americanos deixaram o projeto em 2011 por questões financeiras. Em seguida, os europeus buscaram a parceria da Roscosmos. Ambos veem o projeto como uma prova de que uma cooperação entre Ocidente e Oriente em tempos politicamente complicados é possível.

Para a Agência Espacial Europeia, os custos de ambas as missões estavam orçados em 1,5 bilhão de euros. O valor, porém, deve aumentar – também como consequência do adiamento em dois anos da missão final, agendada para 2020.

A ExoMars foi a segunda tentativa da Europa em aterrissar em solo marciano. Há 13 anos, a sonda europeia Mars Express lançou a minissonda Beagle 2, que nunca deu sinal de vida. Somente em 2015 é que as imagens de uma sonda americana permitiram constatar que a Beagle 2 tinha efetivamente aterrissado, mas que os seus painéis solares não estavam todos armados.

Até agora, só os Estados Unidos conseguiram pousar no Planeta Vermelho com equipamentos que possibilitaram se comunicar com a Terra.

CN/rtr/afp/lusa

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