A sonda não tripulada New Horizons, da Nasa, alcançou nesta terça-feira (14/07) o ponto mais próximo que um objeto terrestre já esteve de Plutão, a 12.500 quilômetros do planeta anão, depois de quase uma década de viagem. O ponto máximo de aproximação foi alcançado às 8h49, no horário de Brasília.
Esse é o destino final da turnê planetária pelo sistema solar da Nasa, que começou há 50 anos, na época do presidente John Kennedy. A viagem da New Horizons iniciou-se no começo de 2006, quando Plutão ainda era classificado como um planeta. Meses depois foi rebaixado para planeta anão. A sonda já percorreu mais de 4,88 bilhões de quilômetros.
A New Horizons é a primeira sonda a passar por Plutão, e seus sete instrumentos científicos visam revelar detalhes da superfície, da temperatura, da geologia e da atmosfera do corpo celeste e de suas cinco luas, incluindo a maior delas, Caronte. Pouco maior que um piano, New Horizons é a nave mais rápida já construída. Atualmente se desloca a uma velocidade de 49.570 quilômetros por hora.
A sonda vai enviar as imagens mais detalhadas já obtidas de Plutão. Ela já mostrou, segundo os cientistas, que o planeta anão é entre 20 a 30 quilômetros maior do que se pensava anteriormente, com um raio de 1.185 quilômetros. Os cientistas também confirmaram a existência de uma calota de gelo polar e detectaram nitrogênio escapando da atmosfera.
Nesta segunda-feira havia certo nervosismo na Nasa, quanto a nave de 700 milhões de dólares avançava na direção da última fronteira não descoberta do Sistema Solar.
Segundo o principal investigador da missão, Alan Stern, havia uma chance em 10 mil de a nave espacial ser atingida por um dos detritos que rodeiam Plutão, considerado durante muito tempo o planeta mais longe do Sol, até ser reclassificado como planeta anão em 2006.
A nave é a primeira a visitar um planeta inexplorado desde as missões Voyager da Nasa, lançadas na década de 70.
MD/dpa/afp/ap/lusa
Dia histórico para a Índia: após dez meses de viagem, a sonda espacial Mangalyaan entrou na órbita do Planeta Vermelho – e isso logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research OrganisationTudo correu conforme o planejado: quando a sonda Mangalyaan alcançou a órbita de Marte, nas primeiras horas do dia, os cientistas da organização espacial indiana Isro, em Bangalore, romperam em aplausos. E o primeiro-ministro também aplaudiu: "Hoje fizemos história", disse Narendra Modi. A Índia ousou "se lançar em um novo mundo e alcançou o quase impossível".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NVCom o feito, a Índia entra para um clube de elite, disse o premiê. Afinal, somente Estados Unidos, Rússia e Europa haviam conseguido chegar a Marte. E, para provar que missões ao planeta vermelho não são tarefa fácil, basta olhar as estatísticas: das 51 realizadas até hoje, 30 falharam. A Índia, por outro lado, conseguiu logo na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh NVUm dos principais motivos de orgulho para Índia é ter vencido a corrida espacial na Ásia: tanto o Japão quanto a China fracassaram em tentativas anteriores. "Claro que a decisão de enviar uma sonda a Marte também teve motivações políticas", afirmou Rajeswari Pillai Rajagopalan, especialista em política externa da Observer Research Foundation, um think tank de Nova Déli.
Foto: picture-alliance/dpa/Indian Space Research OrganisationA Mangalyaan não deverá pousar em Marte. Em vez disso, os instrumentos no interior da sonda de 1.350 quilos deverão estudar a atmosfera e a superfície do planeta enquanto percorrem sua órbita. Assim, talvez eles possam responder se há metano no local, um sinal de que Marte já teria hospedado vida. As expectativas, porém, não são de nenhum resultado desbravador.
Foto: imago/United ArchivesFinanceiramente, a Índia também estabelece novos padrões: a missão custou apenas 74 milhões de dólares (cerca de 178 milhões de reais), o que torna a missão indiana a Marte a mais barata da história. Os baixos custos podem transformar a Índia num forte concorrente na corrida espacial, avalia David Alexander, diretor do instituto espacial americano Rice.
Foto: picture-alliance/dpaCom exceção de alguns componentes eletrônicos, todas as partes da sonda foram projetadas e fabricadas na Índia, um país que está acostumado ao sucesso quando se trata de experiências espaciais. Há cinco anos, os indianos já haviam concretizado uma missão à Lua – também na primeira tentativa.
Foto: picture-alliance/dpaO único porém da missão indiana a Marte: a sonda Maven, da Nasa, entrou na órbita de Marte apenas dois dias atrás. Mas a missão americana custou quase dez vezes mais do que a indiana. A Nasa parabenizou os indianos pelo sucesso.
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