Em pesquisas encomendadas pelas principais emissoras, telespectadores apontam melhor desempenho da chanceler em duelo contra principal adversário na eleição parlamentar, mas este pontuou entre indecisos.
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A chanceler federal alemã, Angela Merkel, venceu o duelo televisivo deste domingo (03/09) contra o seu principal concorrente nas eleições parlamentares, o social-democrata Martin Schulz, segundo sondagens encomendadas pelas duas principais redes de televisão públicas da Alemanha.
Na plataforma de notícias curtas Twitter, ela também ficou na frente após o debate. O serviço informou nesta segunda-feira que a chanceler teve 51,5% das menções no portal, três pontos percentuais na frente de seu adversário, que teve 48,5%.
De acordo com os números da ARD, 55% dos espectadores disseram que Merkel se saiu melhor, contra 35% que optaram por Schulz. Já a rede ZDF apurou uma vitória mais apertada para a chefe de governo, com 32% contra 29% para seu adversário, enquanto a maior parte, 39%, disse não ter percebido grande diferença entre os dois.
Segundo a ARD, o debate foi acompanhado por 16,23 milhões de pessoas pelos cinco canais que o transmitiram (ARD, ZDF, RTL, SAT.1 e Phoenix).
O debate entre Merkel e Schulz
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O mais interessante, entretanto, é que entre aqueles eleitores que se dizem indefinidos, 25% disseram que Merkel foi melhor e 29% preferiram a atuação de Schulz, enquanto 46% afirmaram que ambos estiveram no mesmo nível, segundo a pesquisa da ZDF. Isso pode ser um indício, segundo especialistas, de que o social-democrata ainda pode pelo menos diminuir a diferença que o separa da chanceler nas pesquisas de intenção de voto, que o colocam em segundo lugar.
No que diz respeito às expectativas dos eleitores, Schulz conseguiu resultado melhor que Merkel. No levantamento para a ZDF, 51% dos telespectadores afirmaram que o social-democrata superou as expectativas, enquanto 36% disseram que ele as cumpriu e apenas 11% acharam que ele ficou aquém do esperado. Em relação a Merkel, 11% disseram que ela atuou melhor que a expectativa, 12% disseram que ela foi pior e, para 77%, ela esteve dentro das expectativas.
Já na pesquisa encomendada pela ARD, 30% disseram que Merkel se saiu melhor que o esperado, e 24% afirmaram que ela foi pior. Schulz teria se saído melhor que as expectativas para 54% dos entrevistados, enquanto 26% acharam o desempenho do social-democrata pior do que o esperado.
Simpatia, credibilidade e competência
No quesito "simpatia", Merkel ganhou de Schulz por 40% a 25% na pesquisa da ZDF, enquanto 34% disseram não ter percebido diferença nesse aspecto. A ARD apurou vitória para a chanceler por 49% a 31%.
No item "credibilidade", 35% disseram à pesquisa da ZDF que a democrata-cristã foi melhor, enquanto o social-democrata teve preferência de 22% (43% não viram diferença). Na sondagem da ARD, a vitória para a chanceler nesse quesito foi de 49% a 29%.
No ponto "competência", Merkel ganhou tanto na pesquisa da ZDF, com 41% a 18%, como no levantamento da ARD, por 64% a 20%.
Quanto a questões de "justiça social", Schulz convenceu melhor, com 49% e apenas 15% para Merkel (sem diferença: 34%), na sondagem da ZDF.
A ARD detectou que Schulz foi considerado bem mais agressivo do que a chanceler por 87% contra 5%.
Quanto à mudança na impressão geral que os telespectadores tinham dos candidatos antes e depois do duelo, Schulz conseguiu pontuar melhor, segundo a ZDF. O social-democrata deixou uma impressão melhor do que muitos tinham dele para 44% das pessoas, e pior para 11% dos entrevistados, permanecendo imutável para 48% dos questionados. Já Merkel deixou uma melhor impressão para 11% e uma pior para 8%, enquanto 81% disseram terem mantido a mesma impressão anterior da chanceler.
Na pergunta sobre qual dos dois os eleitores preferem como chanceler alemão, Schulz conseguiu ganhar pontos valiosos, embora ainda esteja atrás da chanceler em 14 pontos percentuais (tinha 27 pontos de desvantagem antes do debate). Merkel tem a preferência de 53% (60% antes do duelo) enquanto 39% preferem o social-democrata (33% antes do debate) como chefe de governo.
MD/afp/dpa
Merkel a caminho do quarto mandato
Quem poderia pensar? Vista como líder interina de seu partido após saída de Helmut Kohl, Merkel chefia a CDU desde 2000 e, há 11 anos, a Chancelaria Federal. Confira momentos de uma carreira que ainda não chegou ao fim.
Foto: Getty Images/C. Koall
Primeiro juramento
"Eu quero servir a Alemanha". A promessa foi feita por Angela Merkel no dia 22 de novembro de 2005, quando tomou posse como chanceler. Depois da vitória apertada nas eleições gerais, ela se tornou a primeira mulher e a primeira alemã da antiga parte oriental a ocupar o cargo. Merkel se tornou a chefe de governo, comandado pela grande coalizão formada entre os partidos CDU, CSU e SPD.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Bergmann
Quem tem medo do cão de Putin?
Merkel é conhecida por sempre ser racional e se manter calma. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, quis aparentemente testar os nervos da chanceler quando a recebeu na residência presidencial em Sochi, em 2007. Putin conseguiu revelar o ponto fraco de Merkel: ela tem medo de cães. Isso não impediu que o presidente russo deixasse o labrador Koni farejar os sapatos da chanceler.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Astakhov
Resgate financeiro
Em situações de crise, Merkel age com frieza. Quando os mercados financeiros entraram em colapso em 2008 e ameaçaram prejudicar a economia alemã, a chanceler se empenhou na proteção do euro e na criação de fundos de resgate para as economias mais fracas do bloco europeu. Ela se destacou como eficiente gestora de crises, mas não escapou de receber críticas de países como Grécia e Espanha.
Foto: picture-alliance/epa/H. Villalobos
Caminho para o segundo mandato
Apesar do pior desempenho da aliança conservadora na história, Merkel venceu as eleições de 27 de setembro de 2009. Depois de se aliar ao Partido Social-Democrata (SPD), a chanceler estava pronta para iniciar o segundo mandato ao lado de outro parceiro, o Partido Liberal Democrático (FDP).
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Resposta rápida
Merkel que, como física, é conhecida por pensar de forma objetiva, não previu a catástrofe nuclear de Fukushima, no Japão. Defensora da política nuclear na Alemanha, Merkel mudou de posição em tempo recorde. A extensão do prazo de funcionamento das usinas foi suspenso e a Alemanha iniciou o processo de colocar fim ao uso da energia nuclear.
Foto: Getty Images/G. Bergmann
O homem ao seu lado
Quem o reconheceria? Quem conhece sua voz? Há dez anos, o marido de Merkel, Joachim Sauer, professor de Química da Universidade Humboldt, em Berlim, se mantém discreto. Eles estão casados desde 1998.
Foto: picture alliance/Infophoto
Amizade em crise
As escutas de comunicações de políticos alemães por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA), dos Estados Unidos, abalaram as relações da Alemanha com a Casa Branca. Até o celular de Merkel foi alvo de espionagem. Uma frase da chanceler ficou famosa: "Não é aceitável que países amigos espiem uns aos outros".
Foto: Reuters/F. Bensch
O paciente grego
O clube de fãs de Merkel é extenso, mas na Grécia é provavelmente menor. A hostilidade contra a chanceler alemã nunca foi tão grande como em 2014, no auge da crise da dívida grega. A imagem de velha inimiga ressurgiu, mas Merkel se manteve firme em relação à política de austeridade que previu cortes e reformas a serem cumpridos por Atenas.
Foto: picture-alliance/epa/S. Pantzartzi
Emotiva, às vezes
Tipicamente reservada, Merkel quebrou os protocolos durante a final da Copa do Mundo de 2014 no Rio de Janeiro. A chanceler federal alemã celebrou a vitória da Alemanha sobre a Argentina ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck. Ela estava no auge de sua popularidade, assim como a seleção vitoriosa.
Foto: imago/Action Pictures
"Nós podemos fazer isso!"
Para Merkel, o direito de asilo a refugiados não pode ser limitado. "Nós podemos fazer isso" se tornou o credo da chanceler sobre a política alemã de acolhida aos migrantes que fogem de guerras e perseguições. Se o país dará conta da enorme demanda, isso já é uma pergunta ainda em aberto.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
"E agora, Merkel?"
Sexta-feira 13 – um massacre em novembro. A França está em situação de emergência e Merkel ofereceu "toda a assistência" ao país vizinho. O medo do terrorismo se espalha. Não há dúvidas de que esse é o maior desafio de Merkel em dez anos no poder.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
Barulho na coalizão
Foi o castigo máximo para a chanceler federal. No congresso da CSU, em novembro de 2015, Horst Seehofer a repreendeu. O líder da legenda-irmã do partido de Merkel na Baviera criticou que a política migratória da chefe alemã de governo fez com que o país perdesse o controle de suas próprias fronteiras. Uma humilhação que Merkel teve que suportar de pé e sem oportunidade de resposta.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Hoppe
Será que ele não poderia ficar?
Seria um alívio para Merkel continuar a lidar com Obama. Mas, no início, ela era bastante cética quanto a ele. O monitoramento do celular da chanceler federal, no contexto do escândalo de espionagem da NSA, parecia abonar a sua postura reservada. Mas, agora, um parceiro previsível sai de cena e dá lugar a Donald Trump. O jornal "New York Times" já a chama de "defensora do Ocidente liberal".
Foto: Reuters/F. Bensch
Merkel mais uma vez
Finalmente, após meses de intensas especulações em torno de sua candidatura à reeleição, Merkel confirma a sua intenção de concorrer a um quarto mandato. Durante entrevista coletiva em 20/11, ela diz à liderança de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), estar preparada para chefiar a legenda na eleição parlamentar alemã, prevista para setembro ou outubro de 2017.