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S&P rebaixa nota de crédito do Brasil

12 de janeiro de 2018

Standard & Poor's coloca país três níveis abaixo do grau de investimento devido à demora na votação da reforma da Previdência e "incertezas" causadas pela eleição presidencial.

Grau de investimento significa que, no entendimento da S&P, país não corre risco de dar calote na sua dívidaFoto: picture-alliance/abaca

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota de avaliação de risco do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento. No entanto, agência modificou a perspectiva de negativa para estável. A redução foi divulgada na noite desta quinta-feira (11/01).

A perspectiva estável significa que a agência vai esperar pelo menos seis meses para alterar a nota. Ter o grau de investimento significa que, no entendimento da agência, o país não corre risco de dar calote na sua dívida.

A S&P afirmou que o Brasil está demorando para implementar reformas que reduzam os riscos fiscais do país, principalmente a da Previdência. "Apesar de vários avanços da administração Temer, o Brasil fez progresso mais lento que o esperado em implementar uma legislação significativa para corrigir a derrapagem fiscal estrutural e o aumento dos níveis de endividamento", avaliou a agência. Além disso, observou que "a incerteza" em relação às eleições presidenciais previstas para outubro de 2018 agrava esse cenário.

Desde fevereiro de 2016, o Brasil estava enquadrado dois níveis abaixo do grau de investimento. As outras duas principais agências de classificação de risco, Fitch e Moody's, não fizeram novas alterações na nota e mantêm o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.

No fim de dezembro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez uma teleconferência com as três principais agências de classificação de risco, quando pediu a S&P, Fitch e Moody's que aguardassem a votação da reforma da Previdência, prevista para fevereiro, antes de tomarem qualquer decisão sobre a nota do Brasil.

Na noite desta quinta-feira, o Ministério da Fazenda afirmou que o governo continua comprometido com as medidas de ajuste fiscal e com a reforma da Previdência. "O governo reforça seu compromisso em aprovar medidas como a reforma da Previdência, tributação de fundos exclusivos, reoneração da folha de pagamentos, adiamento do reajuste dos servidores públicos, entre outras iniciativas que concorrem para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira e o equilíbrio fiscal de longo prazo", destacou o ministério.

AS/abr/lusa

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