Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, é nomeado candidato oficial do Partido Social Democrata (SPD) nas eleições legislativas alemãs de 2017. Desde anúncio da escolha, legenda ganha centenas de afiliados.
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A cúpula do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) oficializou neste domingo (29/01) que o ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, será o candidato da legenda para as eleições gerais da Alemanha do próximo dia 24 de setembro.
A decisão foi tomada por unanimidade, seis dias após o anúncio da desistência do líder do SPD e vice-chanceler da grande coalizão de governo da Alemanha, Sigmar Gabriel, a concorrer nesses pleitos como candidato à chefia de governo.
Com sua decisão, Gabriel deixou o caminho livre à eleição de Schulz, que já partia nas pesquisas com melhores perspectivas por superar o presidente de seu partido em popularidade.
Além de desistir de apresentar-se como candidato, Gabriel informou que cederá a presidência do partido a Schulz, que deverá submeter-se, para tal, à votação durante congresso do SPD programado para o próximo mês de março.
Merkel anunciou em novembro do ano passado sua decisão de concorrer à reeleição nos pleitos gerais para o que será, caso obtenha uma nova vitória, seu quarto mandato.
Campanha eleitoral justa
Em seu primeiro discurso como candidato oficial do SPD à Chancelaria Federal em Berlim, Schulz instou os demais partidos a uma campanha eleitoral limpa nas eleições parlamentares em 2017. "Nesta campanha eleitoral, vamos lidar de forma justa com os adversários políticos", prometeu o candidato neste domingo em Berlim.
Schulz informou ainda a sua intenção de discutir, junto ao SPD, qual a melhor forma de combater notícias falsas e campanhas de ódio nas redes sociais. Segundo o desejo do candidato social-democrata, os partidos deverão dispensar o uso de robôs na internet (bots).
Ele mencionou a campanha eleitoral americana, no ano passado, como um exemplo de alerta. "A falta de decoro no debate" nos EUA "me assustou profundamente", disse o candidato. "Isso não deve acontecer conosco na Alemanha."
Combate a evasão fiscal e terrorismo
Schulz também anunciou querer promover a justiça tributária e combater a evasão fiscal. "Não pode ser que uma companhia multinacional de café não pague impostos, ao contrário de uma pequena padaria."
Em sua fala, ele exigiu também uma política migratória humana. "Refugiados de guerra têm direito à proteção", exigiu. Ele censurou uma desconfiança generalizada frente a refugiados: "Isso já seria uma vitória do Estado Islâmico." Schulz advertiu, no entanto, que aqueles que cometeram crimes Alemanha deverão sentir toda a dureza do Estado de Direito.
O candidato do SPD prometeu um combate decisivo contra o terrorismo. "Temos que combater duramente esses assassinos", disse Schulz em seu discurso de nomeação no domingo, ressaltando, porém, que isso não deva acontecer em sacrifício da liberdade.
Ganhos para o SPD
Antes de oficializar a candidatura, o SPD havia ganhado três pontos percentuais em intenções de voto desde que se soube que o candidato seria Schulz, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela emissora pública ARD.
Se o pleito acontecesse neste domingo, o SPD obteria 23% dos votos, enquanto a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e sua legenda-irmã União Social-Cristã (CSU), da Baviera, estão agora com 35% – dois pontos abaixo da pesquisa anterior.
Além do aumento na intenção de voto, Schulz também trouxe muitos novos afiliados ao Partido Social Democrata da Alemanha. Desde a última terça-feira, quando foi anunciada a escolha, mais de 700 pessoas se filiaram à legenda, informou neste domingo em Berlim Katarina Barley, secretária-geral do SPD.
CA/afp/kna/dpa/efe
Merkel a caminho do quarto mandato
Quem poderia pensar? Vista como líder interina de seu partido após saída de Helmut Kohl, Merkel chefia a CDU desde 2000 e, há 11 anos, a Chancelaria Federal. Confira momentos de uma carreira que ainda não chegou ao fim.
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Primeiro juramento
"Eu quero servir a Alemanha". A promessa foi feita por Angela Merkel no dia 22 de novembro de 2005, quando tomou posse como chanceler. Depois da vitória apertada nas eleições gerais, ela se tornou a primeira mulher e a primeira alemã da antiga parte oriental a ocupar o cargo. Merkel se tornou a chefe de governo, comandado pela grande coalizão formada entre os partidos CDU, CSU e SPD.
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Quem tem medo do cão de Putin?
Merkel é conhecida por sempre ser racional e se manter calma. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, quis aparentemente testar os nervos da chanceler quando a recebeu na residência presidencial em Sochi, em 2007. Putin conseguiu revelar o ponto fraco de Merkel: ela tem medo de cães. Isso não impediu que o presidente russo deixasse o labrador Koni farejar os sapatos da chanceler.
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Resgate financeiro
Em situações de crise, Merkel age com frieza. Quando os mercados financeiros entraram em colapso em 2008 e ameaçaram prejudicar a economia alemã, a chanceler se empenhou na proteção do euro e na criação de fundos de resgate para as economias mais fracas do bloco europeu. Ela se destacou como eficiente gestora de crises, mas não escapou de receber críticas de países como Grécia e Espanha.
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Caminho para o segundo mandato
Apesar do pior desempenho da aliança conservadora na história, Merkel venceu as eleições de 27 de setembro de 2009. Depois de se aliar ao Partido Social-Democrata (SPD), a chanceler estava pronta para iniciar o segundo mandato ao lado de outro parceiro, o Partido Liberal Democrático (FDP).
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Resposta rápida
Merkel que, como física, é conhecida por pensar de forma objetiva, não previu a catástrofe nuclear de Fukushima, no Japão. Defensora da política nuclear na Alemanha, Merkel mudou de posição em tempo recorde. A extensão do prazo de funcionamento das usinas foi suspenso e a Alemanha iniciou o processo de colocar fim ao uso da energia nuclear.
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O homem ao seu lado
Quem o reconheceria? Quem conhece sua voz? Há dez anos, o marido de Merkel, Joachim Sauer, professor de Química da Universidade Humboldt, em Berlim, se mantém discreto. Eles estão casados desde 1998.
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Amizade em crise
As escutas de comunicações de políticos alemães por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA), dos Estados Unidos, abalaram as relações da Alemanha com a Casa Branca. Até o celular de Merkel foi alvo de espionagem. Uma frase da chanceler ficou famosa: "Não é aceitável que países amigos espiem uns aos outros".
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O paciente grego
O clube de fãs de Merkel é extenso, mas na Grécia é provavelmente menor. A hostilidade contra a chanceler alemã nunca foi tão grande como em 2014, no auge da crise da dívida grega. A imagem de velha inimiga ressurgiu, mas Merkel se manteve firme em relação à política de austeridade que previu cortes e reformas a serem cumpridos por Atenas.
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Emotiva, às vezes
Tipicamente reservada, Merkel quebrou os protocolos durante a final da Copa do Mundo de 2014 no Rio de Janeiro. A chanceler federal alemã celebrou a vitória da Alemanha sobre a Argentina ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck. Ela estava no auge de sua popularidade, assim como a seleção vitoriosa.
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"Nós podemos fazer isso!"
Para Merkel, o direito de asilo a refugiados não pode ser limitado. "Nós podemos fazer isso" se tornou o credo da chanceler sobre a política alemã de acolhida aos migrantes que fogem de guerras e perseguições. Se o país dará conta da enorme demanda, isso já é uma pergunta ainda em aberto.
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"E agora, Merkel?"
Sexta-feira 13 – um massacre em novembro. A França está em situação de emergência e Merkel ofereceu "toda a assistência" ao país vizinho. O medo do terrorismo se espalha. Não há dúvidas de que esse é o maior desafio de Merkel em dez anos no poder.
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Barulho na coalizão
Foi o castigo máximo para a chanceler federal. No congresso da CSU, em novembro de 2015, Horst Seehofer a repreendeu. O líder da legenda-irmã do partido de Merkel na Baviera criticou que a política migratória da chefe alemã de governo fez com que o país perdesse o controle de suas próprias fronteiras. Uma humilhação que Merkel teve que suportar de pé e sem oportunidade de resposta.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Hoppe
Será que ele não poderia ficar?
Seria um alívio para Merkel continuar a lidar com Obama. Mas, no início, ela era bastante cética quanto a ele. O monitoramento do celular da chanceler federal, no contexto do escândalo de espionagem da NSA, parecia abonar a sua postura reservada. Mas, agora, um parceiro previsível sai de cena e dá lugar a Donald Trump. O jornal "New York Times" já a chama de "defensora do Ocidente liberal".
Foto: Reuters/F. Bensch
Merkel mais uma vez
Finalmente, após meses de intensas especulações em torno de sua candidatura à reeleição, Merkel confirma a sua intenção de concorrer a um quarto mandato. Durante entrevista coletiva em 20/11, ela diz à liderança de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), estar preparada para chefiar a legenda na eleição parlamentar alemã, prevista para setembro ou outubro de 2017.