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Steinmeier apoia mais gasto militar para proteger democracia

8 de maio de 2022

Em discurso no aniversário da capitulação da Alemanha nazista, presidente alemão afirma que o país precisa demonstrar "vontade de ser forte" para defender valores da democracia liberal, interna e externamente.

Frank-Walter Steinmeier discursa
Steinmeier: "Esta guerra deixa claro para nós, de uma forma brutal, que temos que nos proteger"Foto: picture alliance/dpa

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou neste domingo (08/05), 77º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, que o país europeu precisa se fortalecer militarmente para defender a democracia liberal de ameaças, fazendo referência à invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Estávamos muito seguros que a paz, a liberdade e a prosperidade eram algo dado", afirmou ele em um congresso em Berlim da DGB, a maior central sindical alemã. "Esta guerra deixa claro para nós, de uma forma brutal, que temos que nos proteger e defender a nossa democracia, interna e externamente."

Steinmeier enfatizou que a defesa da democracia não é um assunto apenas para discursos feitos aos domingos, mas envolve equipar melhor as Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr). "A política externa e a diplomacia também serão necessárias no futuro", disse, para então ressalvar que negociações bem sucedidas só podem ser conduzidas a partir de uma posição de força. "Devemos ter e demonstrar essa vontade de ser forte", disse Steinmeier.

Nesse momento do discurso não houve aplausos dos sindicalistas, que haviam interrompido a fala de Steinmeier em outros pontos com aplausos. Parte do movimento sindical alemão é crítica ao aumento de gastos militares e teme que uma corrida armamentista ocorra às custas de investimentos em questões sociais, educação e proteção do clima.

"Ruptura de época"

Referindo-se ao esperado discurso do presidente russo, Vladimir Putin, por ocasião da vitória da Rússia sobre a Alemanha nazista em 1945, Steinmeier disse: "Quando Putin, amanhã, 9 de maio, equiparar a luta contra o nacional-socialismo à sua brutal guerra de agressão contra a Ucrânia, que é contrária ao direito internacional, isso será um uso errado, enganador e cínico da história."

Steinmeier descreveu a guerra como uma "ruptura de época" que forçou os europeus a chegarem a conclusões dolorosas. "O ataque à Ucrânia é também um ataque à ideia de democracia liberal e aos valores em que ela se baseia: liberdade, igualdade, respeito aos direitos humanos e à dignidade humana", disse.

Ele afirmou ainda que os europeus não devem permitir que sejam divididos mais uma vez pelo nacionalismo e pelo ódio às nações: "O nacionalismo, o ódio às nações e o imperialismo não devem ser permitidos no futuro da Europa."

O presidente alemão lembrou a visão do ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev sobre uma casa europeia comum. "Mas hoje, neste dia 8 de maio, o sonho da casa comum europeia fracassou. Um pesadelo tomou seu lugar. Este 8 de maio é um dia de guerra".

Ao mesmo tempo, Steinmeier disse que queria dar espaço aos medos decorrentes da guerra – muitos alemães gostariam de fazer mais para apoiar os ucranianos, mas também temem que a Alemanha possa se tornar parte da guerra. No final de abril, a Câmara baixa do Parlamento alemão (Bundestag) aprovou uma moção pelo envio de armas pesadas e sistemas complexos de defesa à Ucrânia.

bl (dpa)

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