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Steinmeier e Ayrault pedem que Ucrânia implemente reformas

22 de fevereiro de 2016

Com visita a Kiev, ministros do Exterior da Alemanha e da França pretendem avaliar de perto crise política no país. Diplomatas defendem reformas e manutenção de curso pró-Europa.

Ministros do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier (dir.), e da França, Jean-Marc Ayrault, em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

Apesar da atual crise no governo em Kiev, Alemanha e França querem manter a Ucrânia num curso político pró-Europa. Os ministros do Exterior alemão e francês – Frank-Walter Steinmeier e Jean-Marc Ayrault, respectivamente – pediram à Ucrânia nesta segunda-feira (22/02) que prossiga com as reformas políticas e dê um fim ao impasse político no país.

"Kiev precisa retomar o caminho das reformas", disse Steinmeier, em Berlim, momentos antes de embarcar junto com seu novo homólogo francês à capital ucraniana. "Essas, no entanto, são decisões políticas internas, que precisam ser tomadas em Kiev."

Alemanha e França vêm trabalhando junto à Rússia e à Ucrânia na implementação do Acordo de Minsk, um roteiro para a paz assinado em fevereiro do ano passado. Com a viagem à Ucrânia, programada para durar dois dias, Steinmeier e Ayrault visam avaliar de perto a situação política do país.

Steinmeier reconheceu que a situação de segurança no leste ucraniano está melhor do que há um ano, mas destacou a demora na implementação de compromissos firmados no acordo de paz de Minsk. O ministro alemão criticou, entre outros pontos, o "atraso considerável" na elaboração de uma nova Constituição e de uma nova lei eleitoral.

"Esta viagem tem como objetivo encontrar soluções para uma das piores crises que a União Europeia (UE) já teve de lidar em sua vizinhança", disse Ayrault.

A crise no governo ucraniano se agravou na última terça-feira, quando o presidente, Petro Poroshenko, propôs que o primeiro-ministro, Arseniy Yatsenyuk, renunciasse. Mas, apesar de o Parlamento ter classificado o trabalho de seu governo como "insatisfatório", surpreendentemente o primeiro-ministro saiu vitorioso na subsequente moção de desconfiança. No entanto, o partido do premiê, Frente Popular, não detém mais a maioria no Parlamento, assim como o Bloco Poroshenko, do presidente.

Os principais pontos de discórdia no Parlamento são o combate à corrupção e as reformas econômicas exigidas pelos parceiros ocidentais e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 2015, o FMI aprovou um pacote financeiro de 17,5 bilhões de dólares para a Ucrânia, dos quais 6,7 bilhões já foram transferidos a Kiev. O FMI, porém, não liberou uma parcela de 1,7 bilhão de dólares, que deveria ter sido paga em outubro, devido à lentidão nas reformas políticas no país.

PV/dpa/rtr

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