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Steinmeier pede cessar-fogo na Somália

(gh)27 de dezembro de 2006

Ministro alemão das Relações Exteriores diz que só solução negociada pode pacificar a Somália. Sociedade para os Povos Ameaçados quer que Berlim suspenda ajuda ao desenvolvimento concedida à Etiópia.

Tropas do governo somali em BaiodoaFoto: AP

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse que a escalada do conflito militar na Somália é "preocupante" e pediu o fim da violência no país.

O conflito na Somália transformou-se em guerra na última segunda-feira (25/12). Diante da pressão de milícias islâmicas sobre o governo interino somali, a Etiópia enviou aviões, tanques e unidades de artilharia ao país vizinho. Cerca de mil integrantes das milícias islâmicas da Somália já morreram nos combates, informou o governo etíope.

"O objetivo de todos os esforços agora deve ser um cessar-fogo imediato. Somente uma solução negociada abrirá o caminho para uma pacificação sustentável deste país sacrificado", afirmou Steinmeier.

O Ministério da Defesa informou em Berlim que os soldados da Alemanha estacionados no Chifre da África não correm perigo. A bordo da fragata "Bremen", 239 marinheiros alemães participam da operação antiterror "Enduring Freedom", liderada pelos Estados Unidos, e têm a missão de impedir o tráfico de armas na região.

Com a bênção dos EUA, a Etiópia apóia o governo interino da Somália na luta contra os rebeldes islâmicos que controlam o sul do território somali após terem assumido o controle da capital Mogadíscio, em junho deste ano. Os governos etíope e norte-americano dizem que os islâmicos recebem ajuda da Al Qaeda e da Eritréia.

Suspensão da ajuda alemã?

Moradores de Mogadíscio protestaram contra ataques etíopes ao aeroporto da capital somaliFoto: picture-alliance/dpa

A ONG Sociedade para os Povos Ameaçados, sediada em Göttingen, pediu a suspensão da ajuda financeira alemã à Etiópia, caso o país não retire imediatamente suas tropas da Somália. Segundo o diretor do departamento africano da entidade, Ulrich Delius, "o Chipre da África é um barril de pólvora. Tanto a Somália quanto a Etiópia querem se expandir às custas alheias".

O governo alemão prometeu em março de 2006 liberar 80 milhões de euros em ajuda à Etiópia até 2008. De 2002 a 2004, a Alemanha concedeu ao país africano 75 milhões de euros em ajuda ao desenvolvimento. Entre 1998 e 2000, o auxílio alemão tinha sido congelado por causa de guerra entre Etiópia e Eritréia.

Segundo o jornal Berliner Zeitung, "a Europa pode até estar perplexa com a guerra no Chifre da África, que tem grande potencial de propagação. Mas a Etiópia faz na Somália uma guerra em defesa de interesses ocidentais. E as Forças Armadas alemãs também já estão lá, com seus navios que tentam impedir a entrada de reforço islâmico no país".

A presidência finlandesa da União Européia também condenou a violência e defendeu uma solução pacífica para o conflito na Somália. Já o governo da França teme que a guerra atinja outros países da região. "Com as crises na Somália e em Darfur, há o perigo de desestabilização de uma importante zona estratégica para todo o continente africano", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy.

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