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Renúncia

19 de maio de 2011

Político francês afirma que vai dedicar todas as suas forças para se defender da acusação de abuso sexual. Brasil pede que escolha do sucessor seja baseada no mérito e independa da nacionalidade.

Strauss-Kahn comparece a tribunal em Nova York
Strauss-Kahn comparece a tribunal em Nova YorkFoto: dapd
O francês Dominique Strauss-Kahn renunciou ao cargo de diretor-gerente do FMI. Ele justificou sua decisão afirmando que necessita dedicar todas as suas forças para combater a acusação de abuso sexual feita pela funcionária de um hotel em Nova York. A chefia do FMI é interinamente ocupada pelo número 2 da instituição, o americano John Lipsky.
"Nego com a mais firme convicção todas as alegações que foram feitas contra mim", escreveu Strauss-Kahn em nota publicada no site do FMI, com data de 18 de maio. "Quero dedicar todas as minhas forças, todo o meu tempo e toda a minha energia para provar a minha inocência." Ele está detido no presídio de Rikers Island, em Nova York.
Ainda nesta quinta-feira (19/05), Strauss-Kahn fará uma segunda tentativa de deixar a prisão por meio do pagamento de uma fiança de 1 milhão de dólares, comunicaram os advogados do ex-diretor-gerente do FMI. Neste caso, o político francês ficaria em prisão domiciliar em Nova York, aguardando julgamento.
A mulher que acusa Strauss-Kahn de tentativa de estupro prestou depoimento nesta quarta-feira. Ela é viúva, tem 32 anos e é natural da Guiné-Conacri. A funcionária de hotel é mãe de uma menina de 15 anos.
Emergentes querem o cargo
Mantega quer que sucessor seja escolhido por méritoFoto: AP
A renúncia vai inflamar ainda mais a discussão em torno da sucessão de Strauss-Kahn. Os europeus querem manter a regra segundo a qual eles indicam o presidente do FMI, ao passo que os Estados Unidos ocupam a presidência do Banco Mundial.
Mas as potências emergentes também aspiram ao cargo. China, Brasil e África do Sul defendem novos critérios para a escolha do diretor-gerente do FMI. O México e também o Japão pedem um processo transparente. Para o ministro japonês das Finanças, Yoshihiko Noda, a escolha deve ser baseada nas habilidades dos candidatos e o processo deve ser transparente.
O governo brasileiro enviou nesta quarta-feira carta aos demais membros do G20, apelando para que o sucessor de Strauss-Kahn seja eleito por amplo consenso entre todos os membros.
"A seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já passou o tempo em que podia ser remotamente apropriado reservar este importante cargo para um cidadão europeu", refere a carta enviada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos seus pares, indicou o governo em comunicado.
"Se o FMI quer ter legitimidade, o seu diretor-geral deve ser escolhido apenas depois de uma ampla consulta com os países-membros (...) a seleção deve der baseada no mérito e isso significa que nenhuma nacionalidade pode ser excluída", prossegue a carta.
Mantega defendeu também que a eleição do novo dirigente máximo do FMI deve "assegurar a representatividade e a legitimidade" da instituição e considerou que qualquer pessoa que venha a ser escolhida deve ser altamente qualificada, experiente e com sólida formação técnica e política.
"Também deve representar um número mais alargado de países-membros, ser aberto à necessidade de mudanças e reformas e capaz de compreender a ampla variedade de desafios a enfrentar nas diversas partes do mundo", afirmou.
AS/rtr/lusa
Revisão: Carlos Albuquerque
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