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Stuttgart proíbe protesto contra medidas restritivas

21 de maio de 2020

Impossibilidade de manter distanciamento e risco de contágio pelo coronavírus pesaram em decisão que baniu ato convocado pela AfD. Ministro alemão alerta sobre manipulação promovida por extremistas de direita.

Manifestação em Stuttgart reuniu mais de 5 mil pessoas na semana passada
Manifestação em Stuttgart, no sudoeste alemão, reuniu mais de 5 mil pessoas na semana passadaFoto: picture-alliance/dpa/C. Schmidt

A cidade de Stuttgart, no sudoeste da Alemanha, proibiu nesta quinta-feira (21/05) a realização de um protesto contra as medidas de restrição impostas no país para conter o avanço da pandemia da covid-19, argumentando que seria impossível manter normas de segurança sanitária exigidas no momento.

Organizada pela legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), a manifestação estava programada para ocorrer no domingo. Protestos contrários ao ato, convocados, entre outros, por grupos antifascistas, também estavam programados.

Autoridades disseram haver grande possibilidade de confronto entre os manifestantes, e assim seria impossível manter o distanciamento social em vigor no país, o que aumentaria o risco de contágio pelo novo coronavírus. Por isso, decidiram proibir a manifestação, que deveria contar com a presença da líder parlamentar da AfD no Bundestag (Parlamento alemão), Alice Weidel.

"Em uma situação que são esperadas provocações, distúrbios e confrontos violentos entre os manifestantes de protestos contrários não se pode garantir a distância mínima entre duas pessoas", afirmou um porta-voz da prefeitura de Stuttgart à emissora alemã SWR. Ele acrescentou que isso aumenta significativamente o risco de contágio do coronavírus e por isso a decisão da proibição do ato.

A AfD disse que pretende entrar na Justiça para conseguir a autorização para realizar o protesto, no qual cerca de 500 pessoas eram esperadas. Um protesto semelhante na semana passada, no entanto, reuniu mais de 5 mil manifestantes na cidade.

Apesar do relaxamento das medidas restritivas na Alemanha, os protestos continuam ocorrendo em várias cidades, com manifestantes desrespeitando o distanciamento e se recusando a usar máscaras de proteção. As manifestações começaram em meados de abril, mas de lá para cá têm contado com um número crescente de participantes e preocupado as autoridades.

As manifestações reúnem grupos de extrema direita, antiquarentena, antivacina e propagadores de teorias de conspiração. Os manifestantes alegam ser contra as medidas de contenção, planos de vacina e suposta vigilância estatal. Grande parte deles é movida por informações falsas.

Várias cidades alemãs têm atos programados para o próximo final de semana. Na quarta-feira, o ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, alertou os cidadãos para a manipulação em curso promovida por extremistas de direita.

"Quando extremistas radicais e antissemitas utilizam protestos para perseguir e dividir, então todos devem manter muito mais do que apenas 1,5 metro de distância", disse Maas ao jornal Die Welt, em referência ao limite mínimo de distanciamento recomendado no país.

O ministro também afirmou que os democratas devem levar os objetivos do protesto a sério. "A liberdade da Constituição, a qual muitos manifestantes se referem, encontra seu limite na liberdade do nosso próximo", acrescentou.

CN/dpa/ots

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