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Suécia descarta parte das acusações contra Assange

13 de agosto de 2015

Três das quatro queixas de crimes sexuais feitas contra o fundador do Wikileaks prescrevem, mas uma, de estupro, continua válida. Com mandado de prisão ainda em vigor, ele terá que seguir na embaixada em Londres.

Foto: Getty Images/AFP/F. Coffrini

Promotores suecos arquivaram nesta quinta-feira (13/08) três das quatros acusações de crimes sexuais que pesam sobre o fundador do Wikileaks, Julian Assange – elas prescreveram após cinco anos. O australiano está vivendo dentro da Embaixada do Equador em Londres, desde 2012, para evitar a extradição. Ele nega as acusações e alega que os casos são motivados politicamente.

Assange teme que a Suécia possa extraditá-lo aos Estados Unidos, onde ele poderia enfrentar julgamento devido à publicação, através do Wikileaks, de dezenas de milhares de documentos militares e diplomáticos secretos.

As acusações que prescreveram, feitas por duas mulheres suecas, eram de abuso sexual. A lei diz que o suspeito de um delito como esse deve ser investigado e processado no máximo dentro de um prazo de cinco anos.

Ainda resta, porém, uma acusação de estupro, mas o prazo para que ela prescreva expira somente em 2020. Assim, o australiano de 44 anos, apesar de livre de parte das acusações, não deverá deixar tão cedo a embaixada equatoriana.

Com as alegações de abuso sexual expirada, uma das duas mulheres que acusaram Assange será excluída do processo legal.

"Enquanto ela sente que ele deveria ter sido levado à Justiça, é ao mesmo tempo um alívio poder fugir dos acontecimentos que ocorreram há cinco anos", disse Claes Borgstrom, advogado da mulher. "Ela vive uma vida normal, e prefere não ser lembrada. Há algum alívio com o descarte das acusações."

Suécia e Equador buscam acordo

Em Estocolmo, a porta-voz do Ministério da Justiça, Cecilia Riddselius, disse que Suécia e Equador concordaram em iniciar negociações sobre um acordo de auxílio judiciário mútuo, mas não está claro se ele poderia abrir a possibilidade de interrogar Assange.

"Normalmente, este tipo de negociação simplesmente leva tempo. Isso não é nada que se faz com pressa", afirmou Riddselius.

O advogado que representa o fundador do Wikileaks, Thomas Olsson, disse que com o descarte das três acusações "nada vai mudar", já que o mandado de detenção continua em vigor.

"Acredito que o caso deveria ter sido fechado há muito tempo, porque a evidência é fraca", argumentou Olsson.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, Assange se disse “decepcionado” com o desenvolvimento do processo na Suécia. Ele alega que, desde o início da polêmica, esteve à disposição para provar sua inocência.

"Ofereci soluções simples: que viessem até a embaixada e coletassem meu depoimento ou que prometessem não me enviar para os EUA. A Suécia recusou os dois”, disse.

PV/rtr/afp/dpa

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