Pela primeira vez em cinco décadas, governo envia aos quase 5 milhões de lares do país panfleto que explica aos cidadãos como se comportar em caso de agressão externa. Um reflexo das tensões com a Rússia.
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O governo da Suécia começou a distribuir aos quase 5 milhões de lares do país um caderno de 20 páginas que explica à população como se deve reagir diante de uma eventual guerra. É a primeira vez em cinco décadas que material assim é enviado aos suecos.
O panfleto, chamado Om krisen eller kriget kommer (se a crise ou a guerra chegarem), explica por exemplo como a população pode armazenar itens básicos, se manter aquecida, quais são os sinais de alerta, onde encontrar abrigos antibomba e contribuir para o sistema de "defesa total" do país.
"A sociedade é vulnerável, temos que estar preparados como indivíduos", disse Dan Eliasson, da agência de proteção civil do governo responsável pelo projeto. "Há um déficit de informação sobre aconselhamentos concretos, que queremos fornecer agora."
Numa das páginas, o panfleto aconselha a população a estocar garrafas de água, roupas quentes, sacos de dormir e alimentos não perecíveis que possam ser preparados rapidamente, sem necessidade de água.
No caso de um conflito armado, afirma: "todo mundo é obrigado a contribuir e todo mundo é necessário" para o conceito de defesa total da Suécia. Qualquer habitante de entre 16 e 70 anos pode ser chamado a ajudar diante de guerra ou ameaça de guerra.
A Suécia não participa de uma guerra com outro país há mais de 200 anos. Se o país for atacado, diz o panfleto, "nunca vai se render: toda informação que aponte para a interrupção da resistência será falsa".
"Embora a Suécia seja mais segura do que muitos outros países, ainda existem ameaças à nossa segurança e independência. Se estivermos preparados, estaremos contribuindo para melhorar a capacidade do país em lidar com uma grande pressão", diz o panfleto.
Informações similares foram distribuídas pela primeira vez na Suécia em 1943 durante a Segunda Guerra – atualizações foram enviadas à população em 1961, em plena Guerra Fria.
A medida é um reflexo das preocupações de Estocolmo quanto à deterioração da situação de segurança na região do Mar Báltico nos últimos anos. A Rússia aumentou suas operações militares – com invasões do espaço aéreo e marítimo sueco – desde que anexou a península da Crimeia, da Ucrânia, em 2014. A Suécia está considerando aderir à Otan.
Funcionários fluentes em nove idiomas estarão disponíveis até 29 de junho para perguntas por telefone ou pela internet. O documento também estará disponível para download em sueco, inglês e em mais de dez outras línguas.
PV/dpa/ap
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Que suprimentos armazenar para uma catástrofe?
A Alemanha atualizou o conceito de defesa civil e para isso quer que os cidadãos estoquem suprimentos para o caso de um desastre natural ou um ataque armado. Veja o que é bom ter na despensa.
Foto: picture alliance/Robert Schlesinger
Preparando-se para o pior
O plano de armazenamento descrito no Conceito de Defesa Civil prevê que os alemães estoquem comida para dez dias e água potável para cinco dias. A ideia é que as pessoas tenham suprimentos suficientes – incluindo dinheiro e medicamentos – para enfrentar uma situação de emergência antes do início da assistência pelo governo.
Foto: picture-alliance/dpa
Pronto para uma emergência
O conceito não foi revisto desde o fim da Guerra Fria. A atualização foi encomendada por uma comissão parlamentar em 2012, mas sua apresentação acontece agora em meio a uma série de novas medidas de segurança em virtude das ameaças de terrorismo. Seu conteúdo, no entanto, não é novo. Há tempos, as autoridades alemãs apelam para que sejam armazenados suprimentos de emergência para duas semanas.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Baltagiannis
Muita água
O Serviço Federal de Proteção Civil e Auxílio em Catástrofes, por exemplo, publicou na internet uma lista com suprimentos recomendados para um período de 14 dias. O mais importante nessa lista é água: 28 litros por pessoa para duas semanas, ou cerca de dois litros por dia. É possível sobreviver algumas semanas sem comida, mas apenas quatro dias sem líquidos.
Foto: picture alliance/KEYSTONE
Encher a despensa
No site do Ministério da Agricultura e Alimentação há listas com sugestões do que ter em caso de catástrofe. São recomendados 4,9 quilos de produtos à base de cereais, como arroz, pão e macarrão, para 15 dias. E ainda 3,7 kg de produtos lácteos, 3,6 kg de frutas e 5,6 kg de legumes e nozes, e 2,1 kg de peixe e outras carnes. Todos os produtos têm de ser duráveis para o caso de faltar refrigeração.
Foto: Markus Mainka - Fotolia
Não esquecer produtos de higiene
Água e comida são fundamentais para a sobrevivência, mas a higiene também é importante na prevenção de doenças. Imagine lavar as mãos, tomar banho e escovar os dentes se falta água corrente ou eletricidade. Se a água ficar escassa, é preciso recolhê-la em recipientes ou bacias. Também sabão, detergente, creme dental, lenços umedecidos, sacos de lixo, desinfetante e papel higiênico são importantes.
Foto: picture-alliance/Eibner-Pressefoto
Pequena farmácia em casa
Nas orientações do governo está também a dica de manter a farmácia caseira abastecida. Seja a reserva de medicamentos para quem toma remédio todo o dia, como o kit de primeiros socorros, analgésicos, antigripais, medicamento contra náusea e diarreia, um termômetro e desinfetantes para feridas.
Foto: picture-alliance/blickwinkel
Falta de eletricidade
Faltar energia é um fato raro na Alemanha, mas em uma situação de catástrofe natural ou conflito armado, pode-se ficar sem luz, sem celular e sem aquecimento. Para se preparar para essa eventualidade, é bom providenciar lanternas e velas, fogão de camping, gás e uma boa reserva de pilhas. Quem tem lareira, precisa se certificar de que dispõe de lenha suficiente.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Badawi
Ficar atento ao noticiário
Rádios de pilha podem ser uma fonte útil de informações em caso de blecaute de energia. Eles podem até ser a única maneira de receber avisos que podem salvar vidas. E aqui mais uma vez a dica da importância das pilhas.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Endig
Dinheiro vivo em casa
Uma reserva de dinheiro vivo é outro aspecto importante em caso de emergência. Pode não haver tempo para correr até o banco e caixas eletrônicos podem não funcionar.
Foto: ferkelraggae - Fotolia.com
Mochila de emergência
Estocar suprimentos em casa é para o caso de não se poder sair. Mas há emergências que obrigam deixar a casa. Aí é aconselhável ter uma mochila pronta. O Serviço Federal de Proteção Civil e Auxílio em Catástrofes sugere levar material de primeiros socorros, comida para dois dias, documentos importantes, uma garrafa de água, saco de dormir, roupas, além de outros itens já mencionados.