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PolíticaSuécia

Suécia tem eleição acirrada, indicam resultados preliminares

12 de setembro de 2022

Nenhum dos blocos consegue formar clara maioria. Com 94% das urnas apuradas, conservadores lideram por pequena margem. Ultradireita tem votação recorde. Resultado final é esperado na quarta-feira.

Premiê sueca, Magdalena Andersson, dando entrevista a jornalistas
Premiê sueca, Magdalena AnderssonFoto: TT NEWS AGENCY/AFP via Getty Images

A Suécia acordou na manhã desta segunda-feira (12/09) com a perspectiva de incerteza política depois que nenhum dos blocos do país conseguiu garantir uma clara maioria nas eleições gerais. Com 94% das urnas apuradas, os resultados indicam que a oposição de centro-direita tem uma pequena vantagem sobre os governantes social-democratas e seus aliados de centro-esquerda, liderados pela primeira-ministra Magdalena Andersson.

Os resultados preliminares indicam que o bloco liderado pelo conservador Partido Moderado, de Ulf Kristersson, deve conquistar 176 das 349 cadeiras do Parlamento sueco. Já o atual bloco governista teria 173 assentos. A diferença entre os dois grupos é de apenas 0,9 ponto percentual.

A apuração completa dos votos, no entanto, só deve terminar na quarta-feira, e até lá o resultado final permanece em aberto. O grande vencedor do pleito, porém, foi o partido de ultradireita Democratas Suecos, que garantiu 21% dos votos, ficando em segundo lugar – seu melhor resultado em eleições –, atrás apenas dos social-democratas, com 30,5%.

O partido anti-imigração tem suas raízes no movimento nacionalista branco e, apesar de ter expulsados alguns extremistas nos últimos anos, enfrentava resistência entre os suecos. Caso a liderança do bloco de direita se confirme, essa será a primeira vez que ultradireitistas farão parte do governo sueco.

Já o Partido Moderado, que lidera o bloco de direita, ficou em terceiro lugar, segundo os resultados preliminares, com 19% dos votos.

Os social-democratas de Andersson estão no poder há oito anos. A campanha teve a segurança como um dos temas de maior destaque, após uma onda de tiroteios envolvendo gangues, ao mesmo tempo que a alta da inflação e a crise energética que se seguiu à invasão da Ucrânia ocupam cada vez mais o centro das atenções.

Oito partidos concorreram nas eleições parlamentares suecas, e cada um pertence ao bloco de centro-esquerda ou ao bloco conservador.

Negociações podem ser complicadas

Um empate pode gerar complicadas negociações para formação de governo, provavelmente lideradas por Magdalena Andersson ou Ulf Kristersson, um veterano político que lidera o Partido Moderado, de centro-direita.

Andersson atualmente lidera um governo minoritário composto apenas por seus social-democratas. O partido conta com o apoio do liberal Partido do Centro, da Esquerda e dos Verdes.

Já Kristersson começou recentemente a alinhar seus interesses com o populista de direita Democratas Suecos, que saltaram para o segundo lugar nas pesquisas de opinião, atrás dos social-democratas, nas últimas semanas da campanha.

Prevê-se que o partido de ultradireita ultrapasse os moderados e ganhe mais de 20% dos votos. Isso lhes dará poder sem precedentes para moldar o governo.

O pediatra Erik George, 52 anos, acredita que a campanha eleitoral foi marcada por um aumento do populismo. "Eu penso que os tempos estão realmente tumultuados e as pessoas têm dificuldade em saber o que está acontecendo", disse ele do lado de fora do local de votação.

"Tenho medo da chegada de um governo muito repressivo, muito de direita", afirmou o agente de viagens Malin Ericsson, 53 anos, diante de um local de votação no centro de Estocolmo.

md,cn/lf (AP, Reuters)