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Suécia vai às urnas sob expectativa de guinada à direita

9 de setembro de 2018

Eleições legislativas são marcadas por debate sobre imigração e pelo aumento da popularidade do partido de extrema direita Democratas Suecos. Pesquisas indicam que legenda pode obter até um quarto dos votos.

Local de votação em Estocolmo
Local de votação em Estocolmo: eleitores escolhem nova composição do ParlamentoFoto: Reuters/I. Kalnins

A Suécia vai às urnas neste domingo (09/09) para definir a nova composição de seu Parlamento, numa eleição dominada pelo debate sobre refugiados, com o partido de extrema direita e anti-imigração Democratas Suecos lutando pelo posto de mais votado.

Esta é a primeira eleição geral desde que a Suécia permitiu que 163 mil migrantes entrassem no país em 2015. Com apenas cerca de 10 milhões de habitantes, a nação escandinava foi a que recebeu maior número de requerentes de refúgio per capita na Europa naquele ano, e a questão migratória polarizou os eleitores suecos.

A mais recente pesquisa eleitoral, realizada pelo instituto Novus para a emissora pública SVT, apontou na última sexta-feira que os Democratas Suecos contavam com 19,1% das intenções de voto – o que representaria um grande salto em relação aos 13% alcançados na eleição de 2014.

Algumas pesquisas online chegam a atribuir até 25% dos votos à legenda. Tal resultado provavelmente faria dos Democratas Suecos o maior partido no Parlamento, destronando os social-democratas.

De acordo com a pesquisa da SVT, o Partido Social-Democrata conta com 24,9% das intenções de voto – uma baixa histórica para o tradicional partido de esquerda, que domina a política sueca desde o pós-guerra. O Partido Moderado, de centro-direita, aparece em terceiro lugar, com 17,7%.

Cerca de 7,5 milhões de eleitores suecos devem escolher neste domingo entre 6.300 candidatos a um mandato de quatro anos no Riksdag, o Parlamento do país, com 349 assentos. É improvável que algum partido consiga sozinho alcançar a maioria, ou 175 assentos. Os membros do Parlamento devem eleger um novo primeiro-ministro.

Com o aumento da popularidade dos Democratas Suecos, a imigração se tornou o principal assunto do pleito atual. Com raízes num movimento neonazista, o partido vem tentando suavizar a imagem do partido.

No entanto, num debate na sexta-feira, o líder dos Democratas Suecos, Jimmie Akesson, causou polêmica ao culpar os próprios imigrantes pela dificuldade que frequentemente têm de conseguir um emprego e por não se adaptarem à Suécia.

Num comício do partido neste sábado, Akesson criticou o governo atual, do primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven, por priorizar os requerentes de refúgio. Os Democratas Suecos defendem que o país escandinavo saia da União Europeia e interrompa a imigração.

"Esta eleição é sobre decência, sobre uma democracia decente e sobre não deixar o partido extremista Democratas Suecos conseguir influência no governo", afirmou Löfven.

Mohamed Nur, candidato social-democrata de 26 anos e ascendência somali, disse que Akesson pretende levar a Suécia de volta ao passado.

"Para mim, quando ele diz que imigrantes não são bem-vindos, ele está tentando espalhar o ódio entre a população. Na verdade, são os imigrantes que construíram este país", afirma.

Partidos de extrema direita avançaram pela Europa nos últimos anos ao capitalizarem com a crise de refugiados, desencadeada pela guerra civil na Síria e conflitos no Afeganistão e em partes da África. Na Alemanha, por exemplo, a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou assentos no Parlamento do país pela primeira vez nas eleições do ano passado.

Se os Democratas Suecos de fato alcançarem um quarto dos votos na Suécia, o resultado causaria sensação no país, descrito como uma "superpotência humanitária" em 2014, pelo então primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, do Partido Moderado.

LPF/ap/rtr

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