Suíça é primeiro país a aprovar uso padrão da vacina
19 de dezembro de 2020
Agência reguladora autoriza imunizante da Pfizer-Biontech após dois meses de revisão "meticulosa". Até então, países só aprovaram uso emergencial de vacinas contra covid-19.
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A Suíça anunciou neste sábado (19/12) que aprovou a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã Biontech, tornando-se o primeiro país do mundo a autorizar o uso padrão de um imunizante contra a covid-19.
Até o momento, todos os países que deram aval à vacinação, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, liberaram apenas a utilização emergencial dos imunizantes.
A autorização para o uso em pessoas com mais de 16 anos foi concedida pela Swissmedic, agência reguladora de medicamentos da Suíça, dois meses após receber o pedido de aprovação, período em que foi realizada uma revisão contínua dos documentos apresentados.
"Após uma revisão meticulosa das informações disponíveis, a Swissmedic concluiu que a vacina contra a covid-19 da Pfizer-Biontech é segura e que seus benefícios superam os riscos", disse o órgão em comunicado, citando um "alto nível de eficácia em todas as faixas etárias estudadas".
Segundo os dados do estudo revisado pela agência suíça, o nível de proteção oferecido contra o vírus sete dias após a aplicação da segunda dose é superior a 90% em adultos.
Sobre a segurança do imunizante, a Swissmedic afirmou que os efeitos colaterais observados com mais frequência nos estudos de autorização eram "comparáveis aos [sentidos] após a vacinação contra a gripe comum".
A Pfizer, por sua vez, saudou a Suíça por sua "avaliação cuidadosa" da vacina e chamou a aprovação no país de "um momento histórico na luta contra essa doença mortal".
Segundo a farmacêutica, seu imunizante já foi autorizado para uso emergencial em mais de 15 países, e a expectativa é que os reguladores da União Europeia (UE) também o aprovem em breve.
Vacinação nos próximos dias
O ministro da Saúde suíço, Alain Berset, afirmou que a vacinação poderá ter início nos próximos dias. "Aqueles que são particularmente vulneráveis terão prioridade", disse ele em vídeo nas redes sociais, referindo-se aos idosos e pessoas com doenças preexistentes.
Berset anunciou que a imunização da população será gratuita e não será obrigatória, embora seja "fortemente recomendada" pelas autoridades de saúde.
Ele alertou, porém, que a vacina "não resolverá todos os nossos problemas" e que, por isso, as medidas de contenção devem continuar a ser respeitadas, enquanto os casos e mortes por covid-19 aumentam rapidamente no país.
Além da Pfizer-Biontech, a Suíça ainda analisa pedidos de autorização para as vacinas da farmacêutica Moderna e da empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.
Ao todo, o país já garantiu cerca de 15,8 milhões de doses de imunizantes, em acordos firmados com os três laboratórios: foram 3 milhões de doses compradas da Pfizer-Biontech, cerca de 7,5 milhões da Moderna e cerca de 5,3 milhões da AstraZeneca-Oxford – todas as três vacinas exigem a aplicação de duas doses por pessoa.
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Novas regras para conter alta nos casos
O anúncio da autorização ocorre um dia depois de o governo suíço ter divulgado que restaurantes e bares voltariam a ser fechados em todo o país, a fim de conter o avanço da doença. "A situação epidemiológica é motivo de grande preocupação", disse o governo em nota.
"O número de infecções é muito elevado e continua a aumentar. Hospitais e profissionais de saúde estão sob extrema pressão há semanas, e a época festiva aumenta o risco de um crescimento ainda mais rápido dos casos", acrescenta o texto.
Além de bares e restaurantes, as novas medidas incluem o fechamento de espaços culturais e esportivos a partir da próxima terça-feira, por pelo menos um mês. Apenas uma semana antes do Natal, o governo decidiu que as lojas poderiam continuar abertas, mas com capacidade limitada.
Enquanto vários países europeus decidiram fechar teleféricos e pistas de esqui durante as férias de fim de ano para evitar picos de infecção, os suíços mais uma vez disseram que seus balneários permaneceriam abertos, desde que implementassem as mesmas restrições das lojas.
A Suíça, com população de 8,6 milhões de pessoas, continua registrando mais de 4.000 novos casos e 100 mortes ligadas ao coronavírus por dia. Ao todo, o país já soma mais de 400.000 casos e quase 6.000 óbitos desde o início da epidemia.
EK/afp/rtr
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.