Sueco descobre tesouro da Idade do Bronze em floresta
30 de abril de 2021
Homem trabalhava no desenvolvimento de mapa quando se deparou com joias raras em floresta no oeste do país. Descoberta é descrita como uma das mais espetaculares do período na Suécia.
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Um sueco descobriu cerca de 50 relíquias da Idade do Bronze, datadas de mais de 2,5 mil anos, numa floresta no oeste da Suécia enquanto trabalhava no desenvolvimento de um mapa para seu clube de orientação, revelaram autoridades do país nesta quinta-feira (29/04).
Localizadas na região da cidade de Alingsas, a maioria das peças são joias antigas e, segundo autoridades locais, representam uma "das maiores e mais espetaculares descobertas" da Idade do Bronze já ocorrida no país nórdico.
Entre as relíquias, datadas do período entre 750 e 500 a.C., há alguns "colares, correntes e agulhas bem preservadas" feitos de bronze. Os objetos estavam expostos no chão da floresta perto de algumas pedras.
Autoridades acreditam que animais possam ter retirado as peças do meio das pedras ou as desenterrado e as deixado no local onde foram encontradas. Tribos antigas costumavam deixar esses tipos de objeto como oferendas em rios e pântanos.
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Confundidas com lixo
Inicialmente, Tomas Karlsson, o cartógrafo que fez a rara descoberta, achou que as peças fossem lixo. "Pensei primeiro que fosse uma lâmpada jogada ali", contou ao jornal sueco Dagens Nyheter. Ao examinar mais de perto os objetos viu que era um colar e uma espiral. "Mas como pareciam tão novos achei que eram falsos", acrescentou.
Karlsson então relatou a descoberta a autoridades locais, que enviaram uma equipe de arqueólogos para examinar a região.
Os especialistas concluíram que os objetos teriam sido depositados na região como uma oferenda a deuses, ou ainda como um investimento para a vida depois da morte. O tesouro inclui ainda uma espécie de espora para cavalos, cujo modelo foi encontrado anteriormente apenas na Dinamarca.
"A maioria das peças é feita de bronze e podem ser associadas a mulheres de uma elevada posição na Idade do Bronze", afirmou Johan Ling, professor de arqueologia na Universidade de Gotemburgo. "As peças foram usadas para adornar diferentes partes do corpo, como colares, pulseiras e tornozeleiras, mas também há agulhas e ilhós usados para decorar e fixar diferentes peças de roupa, provavelmente feitas de lã", acrescentou.
As leis suecas determinam que antiguidades descobertas no país pertencem ao Estado e quem as encontra deve comunicar imediatamente as autoridades. O Conselho do Patrimônio Nacional da Suécia decide então se o descobridor tem direito a receber alguma recompensa.
Apesar de achar a ideia da recompensa interessante, Karlsson disse não se importar com isso.
Na Escandinávia, a Idade do Bronze vai de 1700 e 500 a.C., sendo seguida pela Idade do Ferro, que se estende até 800 a.C., quando começa a Era Viking.
cn/ (AFP, ots)
Tesouros arqueológicos de 2020
Apesar da pandemia, arqueólogos continuaram seus trabalhos e conseguiram fazer descobertas espetaculares em 2020, como sarcófagos, estátuas de mármore e moedas de ouro.
Foto: Khaled Desouki/AFP/Getty Images
Local do achado: Sacará
A antiga necrópole egípcia de Sacará (ou Sacara), a cerca de 30 quilômetros ao sul do Cairo, é um dos sítios de escavação arqueológica mais importantes do Egito, junto com o Vale dos Reis e as Pirâmides de Gizé. Em 2020, vários achados espetaculares colocaram Sacará nas manchetes internacionais. Em setembro e outubro, por exemplo, foram encontrados sarcófagos de madeira esplendidamente decorados.
Foto: Samer Abdallah/dpa/picture alliance
Sarcófagos do Antigo Egito
Em novembro, dezenas de sarcófagos foram descobertos novamente na necrópole de Sacará. Decorados com pinturas artísticas, os caixões de madeira datam de mais de 2,5 mil anos atrás. A fim de examinarem o interior dos sarcófagos mais de perto, os pesquisadores abriram cuidadosamente a tampa de cada um deles. As descobertas no Egito foram a sensação arqueológica de 2020.
Foto: Khaled Desouki/AFP/Getty Images
Placa de nome de lugar mais antiga do mundo
Em 2020, egiptólogos da Universidade de Bonn, na Alemanha, decifraram uma inscrição de mais de 5 mil anos feita numa pedra. A descoberta deriva de Wadi Abu Subeira, a nordeste de Assuã. Em cooperação com o Ministério de Antiguidades do Egito, que supervisiona as escavações de todas as equipes de pesquisa no país, cientistas descobriram que se trata de antiga placa toponímica do 4º milênio a.C..
Foto: Ludwig Morenz
Local do achado: Ruínas de Pompeia
O sítio arqueológico da cidade romana de Pompeia, ao sul de Nápoles, revela surpresas arqueológicas há décadas. Durante a histórica erupção vulcânica do Vesúvio em 79 d.C., o local foi soterrado por um misto de lama, chuva de cinzas e lava líquida, e muitas pessoas e animais morreram. Os antigos vestígios de Pompeia só foram redescobertos por arqueólogos no século 18.
Foto: picture-alliance/Jens Köhler
Antiga "lanchonete"
Pouco antes do Natal, arqueólogos de Pompeia apresentaram sua descoberta mais espetacular do ano: um "termopólio" – antigo restaurante de rua – com o balcão pintado. Os cientistas suspeitam que os buracos arredondados no balcão serviam para armazenar recipientes térmicos de comida. Pratos feitos com pato, frango e outros alimentos faziam parte do cardápio.
Foto: Luigi Spina/picture alliance
Muralha da cidade de Jerusalém
O ano de 2020 também levou a novas conclusões científicas: após anos de escavações na área da atual Jerusalém, uma equipe de pesquisadores liderada pelo arqueólogo alemão Dieter Vieweger descobriu partes da antiga muralha da cidade que datam do período bizantino e da época do rei Herodes. Com isso ficou claro que a Jerusalém histórica era significativamente menor do que se supunha até então.
Foto: DW/T. Krämer
Aldeia do século 2
Em Jerusalém, conflitos políticos e religiosos sempre fizeram parte do dia a dia. Em suas várias camadas arqueológicas, é possível identificar milhares de anos de história multicultural. No primeiro semestre de 2020, restos de uma muralha do século 2 foram escavados bem no meio de Jerusalém. Traços da vida cotidiana fornecem pistas sobre os assentamentos da época.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/A. Widak
Cabeça do deus grego Hermes
Enquanto trabalhavam no sistema de canalização de Atenas, operários de construção encontraram a enorme cabeça de uma escultura antiga. Após exames mais detalhados, pesquisadores constataram que se tratava de um valioso bem cultural: a cabeça de mármore do deus Hermes, que, de acordo com o Ministério da Cultura grego, data do século 3 ou mesmo do século 4 a.C..
Foto: Greek Culture Ministry/picture alliance/dpa
O mistério de Stonehenge
Até hoje ainda não se sabe se Stonehenge era um templo, um antigo local de sacrifícios ou um observatório astronômico. Mas em 2020, pesquisadores conseguiram descobrir a origem das pedras mundialmente famosas no sul da Inglaterra. Segundo o estudo, as rochas vêm da região montanhosa dos Westwoods. Já a maneira como as pedras de até sete metros de altura foram transportadas permanece um mistério.