Academia Sueca parece estar perdendo a paciência com Bob Dylan devido à falta de resposta do cantor americano sobre a escolha de seu nome para o Prêmio Nobel de Literatura. Membro da Academia o chama de arrogante.
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Um membro importante da Academia Sueca, instituição responsável pela escolha do Prêmio Nobel de Literatura, criticou o cantor e compositor Bob Dylan por não ter comentado a honraria até o momento, chamando-o de arrogante. "Isso é indelicado e arrogante. É preciso que se diga", afirmou o autor sueco Per Wästberg nesta sexta-feira (21/10) à emissora de televisão SVT. "Algo assim nunca aconteceu", acrescentou o escritor.
Nesta semana, a Academia Sueca anunciou a sua desistência em contatar Dylan pessoalmente, mas informou ter falado com seus representantes. "Conseguimos falar com seu empresário e com seu gerente de turnê, e eles vão nos ligar de volta em algum momento", afirmou um porta-voz da Academia na última terça-feira.
Citada pela revista alemã DerSpiegel, a secretária da Academia Sueca, Sara Danius, declarou à emissora SR: "Eu liguei e enviei e-mails aos seus funcionários mais próximos e recebi respostas muito amigáveis. No momento, isso é suficiente."
Em maio de 2012, Bob Dylan recebeu Medalha da Liberdade do presidente Barack ObamaFoto: picture alliance/dpa/EPA/J. Lo Scalzo
Em 1964, o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre recusou o Prêmio Nobel de Literatura. E até agora não se sabe se Dylan irá a Estocolmo receber o prêmio no próximo dia 10 de dezembro.
Pela quantidade de honrarias já aceitas, no entanto, não se pode dizer que Dylan sofra de alguma fobia a prêmios: o presidente Barack Obama lhe outorgou a Medalha da Liberdade, ele já ganhou um Oscar e diversos Grammys.
Na noite do dia 13 de outubro, dia em que foi anunciado o prêmio de literatura, Dylan fez um show em Las Vegas, no qual se limitou a tocar músicas e não fez nenhum comentário sobre o Nobel. Ele finalizou o show com uma versão do sucesso de Frank Sinatra Why try to change me now? (Por que tentar me mudar agora?).
CA/dpa/afp/ots
Facetas de Bob Dylan
Um dos maiores ícones da história da música pop e da cultura americana faz 75 anos. Mais do que cantor e compositor, ele é também ativista, pintor e fez pontas em filmes.
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Cantor de protesto
Joan Baez e Bob Dylan estiveram juntos não só em torno de uma causa e contra o establishment. Eles foram um casal durante um tempo. Em 1963, os dois participaram junto da Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade, em favor dos direitos civis e pelo fim da segregação racial da população negra.
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Na telona
Descrever Bob Dylan como cantor é restringi-lo a uma parte de suas facetas. Ele é também pintor e atuou em filmes, como "Pat Garrett & Billy the Kid", de 1973.
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Ativista
Dylan também participou de ações e concertos beneficentes, como We Are the World (USA for Africa) e o Concert for Bangladesh, de 1971, no qual se apresentou ao lado de vários outros grandes nomes do pop, como Ringo Starr e George Harrison, em um show no Madison Square Garden para arrecadar recursos para os deslocados da guerra que resultou na independência de Bangladesh.
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Voz anasalada
Bob Dylan nunca foi considerado um grande cantor, e a voz anasalada é uma marca característica dele.
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Ganhador de prêmios
Bob Dylan recebeu dois títulos de doutor honoris causa e ganhou o prêmio Pulitzer em 2008 em reconhecimento pela sua grande influência na cultura popular americana. Em 2012, o presidente Barack Obama lhe concedeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria para civis.
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Para sempre no palco
Acostumado a ter sempre uma mala pronta, Bob Dylan faz aproximadamente cem shows por ano. A turnê Never Ending Tour está na estrada desde 1988.
