Suecos ridicularizam Trump por atentado inexistente
19 de fevereiro de 2017
Em comício na Flórida, presidente dos EUA afirma que Suécia foi alvo de ataque na noite anterior. "O que ele fumou?", pergunta ex-primeiro-ministro sueco.
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A menção a um ataque terrorista na Suécia que nunca aconteceu, feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou perplexos os cidadãos suecos e gerou uma onda de piadas nas redes sociais, especialmente no Twitter, a preferida do líder americano.
Durante um comício no Aeroporto Internacional de Orlando-Melbourne, na Flórida, neste sábado (18/02), Trump mencionou uma série de ataques terroristas para justificar seu decreto anti-imigração, incluindo um que teria ocorrido na Suécia.
"Vejam o que está acontecendo na Alemanha, vejam o que aconteceu na noite passada na Suécia. Suécia, vocês acreditam? Suécia. Eles receberam um grande número", afirmou Trump.
A porta-voz do Ministério do Exterior, Catarina Axelsson, disse que o governo não tem conhecimento de nenhum incidente de grandes proporções ligado ao terrorismo e acrescentou que a embaixada da Suécia nos Estados Unidos contatou o Departamento de Estado para esclarecer a declaração. Uma resposta ainda não teria sido encaminhada.
O ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt questionou em sua conta no Twitter: "Suécia? Ataque terrorista? O que ele fumou?"
O tabloide Aftonbladet publicou um artigo endereçado ao presidente com o título: "Isto aconteceu na Suécia na noite de sexta-feira, Mr. President". Em seguida são listados alguns acontecimentos, como um homem que recebeu atendimento por várias queimaduras, um alerta de avalanche e a perseguição da polícia a um motorista bêbado.
No Twitter, os usuários fizeram piada sobre o caso usando as hashtags #lastnightinSweden e #SwedenIncident.
A Suécia tem uma longa tradição de acolhimento de refugiados e imigrantes, e recebeu 163 mil pedidos de refúgio em 2015. Desde então, o país limitou o número anual de pessoas que pode acolher. O caso mais recente de ataque terrorista ocorreu em dezembro de 2010, em Estocolmo, quando um cidadão sueco nascido no Iraque detonou dois explosivos, matando apenas a si mesmo.
AS/efe/afp/ap
Luto e tristeza após atentado em Nice
Cidade turística do sul da França amanhece de luto, enquanto investigadores tentam esclarecer os motivos do homem que matou 84 pessoas e feriu mais de 200.
Foto: DW/B. Riegert
Nice em luto
A cidade de Nice amanheceu em luto após o ataque, com sangue e destroços na avenida à beira-mar. Um pequeno memorial foi montado no local onde um caminhão avançou sobre a multidão que assistia à queima de fogos e comemorava o Dia da Bastilha, data nacional da França, na noite de 14 de julho. Mais de 80 pessoas morreram, entre elas dez crianças e adolescentes, e cerca de 200 ficaram feridas.
Foto: DW/B. Riegert
Homenagens ao redor do mundo
As homenagens às vítimas de Nice se estenderam mundo afora. Embaixadas francesas em várias capitais se tornaram locais de luto, recebendo flores e velas em suas portas. Franceses que moram em outros países também se reuniram para lamentar o ataque em sua terra natal. A foto mostra uma vigília em Sydney, na Austrália, nesta sexta-feira (15/07).
Foto: Reuters/D. Gray
Líderes condenam ataque
Líderes mundiais também lamentaram o ataque na cidade francesa. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou em comunicado que seu país se mantém firme na "solidariedade e parceria com a França, nosso mais antigo aliado". A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e outros líderes presentes na cúpula do Diálogo Ásia-Europa, na Mongólia, dedicaram um minuto de silêncio às vítimas (foto).
Foto: picture-alliance/AP Images/D. Sagolj
Investigadores tentam entender
Na sexta-feira seguinta ao ataque, o motorista do caminhão foi identificado por autoridades como sendo o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos, que foi morto a tiros pelos policiais. Ele era casado, tinha três filhos e estava desempregado. Ainda não se sabe se se trata de um chamado lobo-solitário ou se o agressor tinha cúmplices em Nice. Nenhum grupo terrorista reivindicou o ataque.
Foto: Reuters/E. Gaillard
Veículo contra multidão
O caminhão de 19 toneladas percorreu a famosa avenida à beira-mar Promenade des Anglais logo após o fim da queima de fogos, por volta das 22h30. Segundo autoridades, o veículo andou dois quilômetros, avançando contra a multidão que acompanhava a festa. Na altura do hotel Negresco, o motorista do caminhão disparou contra três policiais, que revidaram e o "neutralizaram", disseram autoridades.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Goldsmith
Momentos de pânico
Testemunhas em Nice relataram momentos de caos e terror durante o ataque. "Um enorme caminhão branco avançou a uma grande velocidade. Vi corpos voando como se fossem pinos de boliche", disse o jornalista Damien Allemand. "As pessoas tropeçavam e tentavam entrar nos hotéis, restaurantes, estacionamentos ou em qualquer lugar onde pudessem fugir da rua", contou a australiana Emily Watkins.
Foto: Getty Images/AFP/V. Hache
O caos que durou horas
As ruas de Nice, cidade turística na costa francesa, ficaram caóticas nas horas que se seguiram ao ataque. Equipes de resgates tentavam localizar sobreviventes e socorriam os feridos – entre eles crianças e idosos –, enquanto os hospitais ficaram sobrecarregados.
Foto: Getty Images/AFP/V. Hache
De braços erguidos
Em meio ao caos, sobreviventes levantavam seus braços para mostrar que não representavam ameaça. Até então, os investigadores não sabiam se o motorista havia agido sozinho, ou mesmo se novos ataques poderiam ocorrer na cidade.
Foto: Getty Images/AFP/V. Hache
"Estamos em guerra"
Após o atentando, a polícia tomou as ruas de Nice, depois chegaram os soldados. O presidente francês, François Hollande, anunciou que estenderia o estado de emergência no país por mais três meses. Já o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que se deslocou para Nice, disse que a França está "em guerra contra os terroristas que querem nos atacar a todo custo e que são extremamente violentos".