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Sujeira e prejuízo após protestos no G20

Jenny Witt de Hamburgo
9 de julho de 2017

Após fim de cúpula de líderes internacionais, Hamburgo volta a ser palco de violência na madrugada. Moradores criticam caos provocado por manifestantes e questionam se cidade deveria ter recebido evento.

Policiais tiveram de usar canhões de água, spray de pimenta e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes no Schanzenviertel, em Hamburgo, durante G20
Policiais tiveram de usar canhões de água, spray de pimenta e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes no bairro SchanzenviertelFoto: picture-alliance/dpa/A. Heimken

Na madrugada deste domingo (09/07), apesar de os líderes do G20 já terem deixado Hamburgo, na Alemanha, protestos violentos ainda foram registrados no bairro de Schanzenviertel. Manifestantes, muitos deles mascarados, jogaram pedras e garrafas e queimaram pilhas de lixo, carros e barricadas, levando a polícia a reagir com canhões de água, spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

A polícia de Hamburgo pediu que moradores evitassem a área, que também foi palco de violência na noite de sexta-feira para sábado, relatando novas detenções e mais policiais feridos. Pela manhã, as autoridades afirmaram que a situação havia se acalmado.

Schanzenviertel foi palco de violência duas noites seguidasFoto: Reuters/F. Bensch

No total, mais de 200 policiais ficaram feridos nos protestos realizados por ocasião da cúpula do G20 na cidade, iniciados na quinta-feira, véspera do evento de dois dias. Serviços de emergência disseram ter tratado uma série de feridos nas manifestações, mas não divulgaram números. Manifestações no Schanzenviertel foram particularmente violentas.

Neste sábado, dezenas de milhares caminharam pelas ruas de Hamburgo numa marcha intitulada Solidariedade Sem Fronteiras. Os manifestantes protestaram pacificamente, com balões, música e teatro de rua. Muitos exibiam cartazes condenando a violência em outros protestos realizados na cidade.

"Hamburgo espera ter paz e odeia violência. Se você está tão indignado em relação ao Schanzenviertel [que foi palco de violência na noite de sexta-feira], não alegue que o Afeganistão é seguro", dizia o cartaz de mulher, condenado a deportação de refugiados para o país asiático por supostamente ser seguro.

"Hamburgo espera ter paz e odeia violência", diz cartazFoto: DW/J. Witt

Limpando os destroços

Após os protestos violentos que deixaram rastro de destruição, muitos moradores do Schanzenviertel saíram de suas casas com vassouras e pás nas mãos para ajudar funcionários da prefeitura a limpar as ruas do bairro.

"Isso é inacreditável. Nunca vi algo desse tipo aqui. Eles eram baderneiros, e isso não tinha nada a ver com protesto. É terrível", disse a moradora Bettina Emig. "E os helicópteros, voando com suas luzes até as 3 da manhã, parecia uma zona de guerra. O prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz, deveria renunciar por ter trazido o G20 à cidade."

Manifestantes saquearam estabelecimentos em SchanzenviertelFoto: DW/J. Witt

Elisabeth Popek vive no prédio em cima de um banco que foi destruído no bairro. "Fiquei tão assustada. Já houve muitos protestos por aqui, mas desta vez foi diferente. Foi a primeira vez que fiquei com medo", conta.

O proprietário de uma farmácia que foi saqueada estima que gastará 400 mil euros para reparar os danos. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, prometeu uma compensação para aqueles que sofreram prejuízos financeiros devido aos protestos na cidade.

Com centenas de pessoas feridas, prejuízos que somam milhões de euros e um custo de cerca de 100 milhões de euros para hospedar o evento, muitos moradores de Hamburgo se perguntam se a cúpula do G20 deveria de fato ter sido realizada na metrópole.

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