Dos EUA ao Japão, do Reino Unido à África do Sul, governos incumbentes foram castigados pelas urnas em 2024. Mais sucesso tiveram autocratas na Venezuela e na Rússia que conduziram eleições sem transparência.
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Das Américas à África, da Europa à Ásia, o "superano eleitoral" que envolveu mais de 40 eleições nacionais e mais de 2 bilhões de eleitores mundo afora chega ao fim marcado por derrotas em série de políticos e partidos que iniciaram o ano no poder e pretendiam permanecer assim.
A derrota dos democratas nos EUA para o republicano Donald Trump em novembro é a mais chamativa, mas não foi excepcional, e sim parte de uma tendência entre eleitores do mundo todo, levando o jornal Financial Times a classificar 2024 como um "cemitério de incumbentes".
Algumas derrotas encerraram longos ciclos de dominância, como a dos conservadores no Reino Unido (14 anos), ou de governistas que dominavam a nação africana de Botsuana (58 anos). Algumas derrotas legislativas também lançaram alguns países em turbulência política, como na França e Coreia do Sul.
Outros países permaneceram com os mesmos governos, mas seus líderes e partidos no poder saíram arranhados de eleições, como na Índia, África do Sul e Japão.
Por outro lado, esse problema não foi uma questão para governos autocráticos que encenaram eleições ou foram acusados de manipular resultados para se manter no poder, como na Rússia, Venezuela e Ruanda.
Ainda assim, houve exceções entre governistas que participaram de eleições transparentes, e que conseguiram manter o apoio dos eleitores, como no México, Taiwan e Indonésia.
Já entre os países que fizeram parte do "cemitério dos incumbentes", os motivos para o descontentamento com os governos e o sucesso de opositores variaram, mas, segundo o think tank americano Pew Research Center, houve um tema comum de frustração: a economia. Uma pesquisa realizada no início do ano apontou que, em 34 países, 64% dos eleitores – em média – avaliaram que a economia em seus países estava em uma situação ruim.
Mas esse não foi o único fator que gerou descontentamento. Segundo o centro, em 31 nações que foram palco de pesquisas em 2024, uma média de 54% dos eleitores também manifestou insatisfação com a forma como a democracia representativa estava funcionando em seus países.
Essa insatisfação, segundo o think tank, também alimentou partidos de ultradireita ou populistas, que aumentaram sua fatia de apoio em países da Europa que realizaram eleições – tanto nacionais quanto locais – neste ano, como na França, Bélgica, Portugal e Eslováquia. Na Áustria, a ultradireita chegou a terminar o pleito legislativo federal em primeiro lugar. Na Alemanha, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, uma sigla de ultradireita terminou uma disputa estadual na liderança.
Em comparação com o volume de eleições de 2024, o próximo ano empalidece em quantidade de pleitos. Mas algumas votações decisivas vão ocorrer e elas já sinalizam que a vida dos governistas não deve ser fácil.
A Alemanha vai às urnas em fevereiro e o partido do atual chanceler federal Olaf Scholz amarga o terceiro lugar nas pesquisas. No Canadá, o partido do premiê Justin Trudeau, aparece bem atrás da oposição conservadora em levantamentos para a eleição de outubro. Na Austrália, o premiê Anthony Albanese também aparece em desvantagem para as eleições nacionais – ainda sem data.
Relembre abaixo algumas das eleições do superano eleitoral de 2024 que foram marcadas por derrotas ou enfraquecimento de governistas, assim como as exceções – e também onde populistas e políticos antissistema avançaram.
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Derrotas governistas
EUA: naufrágio democrata: Os democratas sob Joe Biden iniciaram o ano confiantes que o desemprego em baixa e os problemas legais do republicano Donald Trump ajudariam a pavimentar a reeleição do presidente. Mas, numa eleição marcada por reviravoltas e acontecimentos dramáticos, tudo deu errado para os democratas.
Apesar de números que indicavam melhora na economia, pesquisas apontaram que a percepção de muitos americanos apontava na direção contrária. Depois, o idoso Biden teve um desempenho desastroso num debate contra Trump, e acabou desistindo da corrida após pressão do seu próprio partido.
No final, Trump impôs uma derrota decisiva sobre a democrata Kamala Harris, vencendo em todos os estados-chave e no voto popular, além de ter avançado entre mulheres, latinos e negros.
Reino Unido: fim de 14 anos sob os conservadores: Os conservadores (tories) dominavam a política nacional do Reino Unido desde 2010 – período que incluiu o Brexit, a pandemia e um declínio econômico do país.
O calendário eleitoral previa eleições até o final de janeiro de 2025, mas Rishi Sunak – quinto de uma sucessão de premiês conservadores – surpreendeu ao convocar um pleito antecipado para junho. Nem mesmo os conservadores pareciam ter esperança de manter o poder e a atuação se concentrou em limitar a escala da derrota.
Coreia do Sul: derrota de governistas leva presidente a tentar autogolpe: Em 2022, Yoon Suk Yeol foi eleito presidente da Coreia do Sul. Em abril de 2024, enfrentou sua primeira eleição parlamentar, encarada como um plebiscito sobre sua atuação.
Enfraquecido pela inflação e escândalos envolvendo sua esposa, Yoon e sua legenda, o PPP, acabaram ficando bem atrás do oposicionista PD em número de cadeiras.
Outras viradas eleitorais: Em novembro, uma eleição histórica na nação africana de Botsuana terminou com a oposição colocando fim a 58 anos de dominância do governista BDP, hegemônico no país desde a independência do Reino Unido, em 1966. No Uruguai, a esquerda voltou à Presidência após um hiato de cinco anos com a vitória de Yamandú Orsi. No Senegal, em meio a uma crise política, o candidato oposicionista Bassirou Diomaye Faye conquistou a Presidência dez dias depois de deixar a prisão. Em Gana, a oposição também venceu a eleição presidencial. O mesmo se repetiu no Sri Lanka. Na Islândia, os social-democratas superaram em votos a aliança governamental de centro-direita que governava o país desde 2017 e conquistaram o posto de premiê.
Arranhados nas urnas, mas ainda no poder
Índia: Modi se mantém, mas perde apoio: Maior democracia do mundo, a Índia foi às urnas entre abril e maio em um pleito que foi visto como um teste para a popularidade do primeiro-ministro Narendra Modi, no poder desde 2014.
Ao final da eleição, Modi acabou conseguindo se manter como premiê, mas o pleito teve um sabor amargo. Seu partido, o BJP, acabou perdendo a maioria no Parlamento e foi obrigado a formar uma coalizão com uma aliança de 15 partidos menores.
África do Sul: enfraquecimento histórico do partido de Mandela: Com o país marcado por uma persistente crise econômica, alto desemprego e índices de violência e sucessivos escândalos de corrupção envolvendo figuras do partido, a hegemonia do Congresso Nacional Africano (CNA), no poder desde o fim do regime racista do Apartheid, em 1994, foi colocada à prova.
Pela primeira vez em 30 anos, o partido não conseguiu superar a marca de 50% dos votos. No final, recebeu 40% – 17 pontos a menos que em 2019. Ainda assim, o CNA conseguiu se manter no topo, mas acabou obrigado pela primeira vez a formar um governo de coalizão com outras duas legendas menores.
Japão: governistas perdem maioria pela primeira vez em 15 anos: O Partido Liberal Democrata do Japão, que governa quase continuamente desde 1955, perdeu em outubro sua maioria parlamentar pela primeira vez em 15 anos. Foi um revés para o novato primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Analistas apontaram que o resultado representou a frustração dos eleitores com o aumento da inflação e um escândalo de financiamento político que afetou o partido. Ainda assim, Ishiba sobreviveu como premiê e passou a liderar um governo de minoria.
França: a aposta fracassada de Macron: Em junho, o presidente Emmanuel Macron pegou de surpresa até mesmo aliados ao convocar eleições legislativas antecipadas. O objetivo era romper impasse que vinha marcando a Assembleia Nacional desde a eleição de 2022, quando o grupo parlamentar do presidente perdeu sua maioria.
A aposta acabou saindo pela culatra. O impopular Macron viu seu grupo diminuir ainda mais, e as bancadas oposicionistas da esquerda e da ultradireita cresceram, provocando ainda mais turbulência na Assembleia.
Onde a extrema direita mostrou força
Eleições Europeias: "O centro permanece firme", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após a divulgação dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu em junho.
No entanto, os resultados mostraram que o centro se tornou mais conservador e menos social-democrata. E a fatia de eurodeputados ultradireitistas ou nacionalistas subiu de 22% para 24%. O impacto foi mais forte em alguns países. Nas europeias na França, a ultradireita elegeu o maior número de eurodeputados – superando o bloco centrista de Macron. O mesmo aconteceu na Áustria e na Itália. Na Alemanha, a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) elegeu a segunda maior bancada, superando os social-democratas de Olaf Scholz.
Leste alemão: Eleitores dos estados alemães de Brandemburgo, Saxônia e Turíngia – todos no leste do país – compareceram às urnas em setembro para escolher seus governos locais. O triplo pleito foi encarado como um teste de força para a AfD.
Na Turíngia, a AfD obteve a primeira vitória estadual de um partido ultradireita em território alemão desde a Segunda Guerra Mundial. O partido também avançou em Brandemburgo e na Saxônia. Mas a AfD não conseguiu traduzir os resultados em poder, já que todos os outros os partidos se recusaram a formar coalizões de governo com a legenda, que continuou na oposição.
Áustria: O ano também marcou um resultado histórico para a ultradireita da Áustria, onde o FPÖ conquistou 28,8% dos votos, contra 26,3% do conservador ÖVP, liderado pelo chanceler Karl Nehammer.
Essa foi a primeira vez que o FPÖ venceu as eleições parlamentares, tendo crescido 13 pontos percentuais em relação aos resultados de 2019. No entanto, ainda não está claro se o FPÖ vai liderar ou integrar um novo governo. No momento, Nehammer tenta formar uma coalizão alternativa com outras legendas.
Outros avanços da ultradireita: Na Bélgica, a eleição parlamentar de junho terminou com dois partidos eurocéticos elegendo as duas maiores bancadas do Parlamento. Em Portugal, o partido anti-imigração Chega! viu sua bancada aumentar de 12 para 58 deputados.
Eleições controversas
Rússia: Ninguém esperava uma eleição livre e justa na Rússia em 2024 – ainda mais em um período em que o país trava uma guerra contra a Ucrânia e a oposição ao Kremlin permanece silenciada, presa, morta ou no exílio.
Não havia na prática candidatos que pudessem, de fato, representar um desafio significativo a Vladimir Putin, no poder desde 1999. De maneira previsível, o Putin obteve oficialmente mais um mandato. Segundo o Kremlin, com 88,5% dos votos. Três outros candidatos dóceis ao regime não superaram a marca de 5%.
Venezuela: A esperança de que o regime chavista, no poder desde 1999, finalmente fosse permitir eleições justas na Venezuela este ano já começou a ser colocada à prova antes mesmo da votação, quando candidaturas da oposição foram barradas. Ainda assim, opositores conseguiram se agregar em torno de Edmundo González.
Após o pleito, a Justiça Eleitoral, controlada pelos chavistas declarou Nicolás Maduro como vencedor, num processo sem transparência e sem divulgação de dados detalhados. A oposição denunciou fraude e vários países se recusaram a reconhecer a proclamação da vitória de Maduro – incluindo o Brasil.
Outras eleições sob suspeita: Em Ruanda, Paul Kagame, que governa o país com mão de ferro há 30 anos, foi reeleito com espantosos 99,2% dos votos num pleito que barrou oposicionistas. Na Geórgia, o partido governista Sonho Georgiano, simpático à Rússia, foi declarado vencedor nas eleições parlamentares, provocando acusações de fraude por parte da oposição pró-europeia. Na Romênia, o primeiro turno presidencial foi anulado após um candidato independente pró-Rússia surpreender ao liderar a votação, levantando acusações de interferência externa.
Contra a maré: governos que saíram vitoriosos ou elegeram sucessor
México: Andrés Manuel López Obrador chegou ao fim do seu mandato conseguindo transferir sua popularidade para a candidata governista Claudia Sheinbaum. Ex-prefeita da Cidade do México, Sheinbaum foi eleita com 61% dos votos e se tornou a primeira mulher a vencer à Presidência do país.
Taiwan: A disputa entre os EUA e a China foi refletida no pleito de Taiwan em janeiro. Com a presidente Tsai Ing-wen impedida de concorrer a um novo mandato, seu partido, o DPP, apresentou como candidato o vice-presidente Lai Ching-te, considerado próximo dos EUA. Seu principal rival foi Hou Yu-ih, do Kuomintang, que defendia uma aproximação com a China. No final, o DPP garantiu a vitória de Lai Ching-te por cerca de 40% dos votos.
El Salvador: No poder desde 2019, Nayib Bukele não poderia concorrer à reeleição. Mas uma decisão polêmica da Suprema Corte de El Salvador o autorizou a se candidatar novamente. Em fevereiro, foi reeleito por 84,6% dos votos.
Embora a votação presidencial não tenha despertado desconfiança, o mesmo não ocorreu com na legislativa, que ocorreu paralelamente, com opositores acusando o governo de fraudar o resultado para manter sua supermaioria na Assembleia Legislativa.
Indonésia: Na terceira maior democracia do mundo, Prabowo Subianto, foi declarado vencedor do pleito presidencial com 58,6% dos votos. Subianto era apoiado pelo antecessor, Joko Widodo. O pleito não foi livre de controvérsias, especialmente por causa da biografia de Subianto, um ex-militar que já foi acusado de ordenar o sequestro de ativistas nos últimos anos da ditadura de Suharto (1967-1988).
O mês de dezembro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Anas Alkharboutli/dpa/picture alliance
Mundo celebra chegada de 2025
Milhões foram às ruas para comemorar a virada do ano em diversos países. Na Austrália, um milhão de pessoas viram o show de fogos de artifícios na capital do país. (31/12)
Foto: Bianca De Marchi/AAP via REUTERS
2024 é o ano mais quente já registrado, confirma ONU
As mudanças climáticas desencadearam uma série de eventos climáticos extremos e uma década de calor sem precedentes, afirmou a Organização Meteorológica Mundial. O órgão confirmou que 2024 é o ano mais quente já registrado, com recorde de emissões de gases do efeito estufa, e apelou ao mundo para que abandone a "estrada rumo à ruína". (30/12)
Foto: MARIO TAMA/AFP/Getty Images
Acidente de avião na Coreia do Sul
Um avião com 181 pessoas a bordo saiu da pista e explodiu após pousar no aeroporto de Muan, na Coreia do Sul. Segundo autoridades, a explosão deixou 179 mortos. Dois pessoas sobreviveram. O avião da companhia Jeju Air partiu da capital da Tailândia, Bangcoc, com destino a Muan. Uma falha no trem de pouso, ocasionada provavelmente por uma colisão com pássaros, teria causado a tragédia. (29/12)
Foto: Yonhap via REUTERS
Manifestantes na Geórgia fazem corrente humana para pedir nova eleição
Milhares de pessoas formaram uma corrente humana na capital da Geórgia, Tbilisi, para exigir novas eleições parlamentares, marcando um mês de protestos pró-UE. O país está tensionado desde as contestadas eleições parlamentares de outubro e da escolha de um presidente pró-Rússia para comandar o país. (28/12)
Foto: Zurab Tsertsvadze/picture alliance
Sonda da Nasa atinge aproximação recorde do Sol
A sonda espacial Parker Solar Probe, da Nasa, conseguiu chegar mais próximo do Sol do que qualquer objeto já fabricado por humanos e está "operando normalmente", segundo a agência espacial americana. Ela agora entra em órbita, como visto nesta ilustração, a 6,1 milhões de quilômetros da superfície do Sol. (27/12)
Foto: APL/NASA/ZUMA Wire/picture alliance
Finlândia apreende navio suspeito de sabotar cabo de energia
Autoridades da Finlândia apreenderam e assumiram o comando de um navio-tanque de combustível suspeito de sabotar um cabo submarino de energia. A embarcação, que navega sob bandeira das Ilhas Cook, faria parte da frota fantasma usada pela Rússia para contornar sanções que impedem Moscou de exportar petróleo. (26/12)
Foto: PantherMedia/picture alliance
Avião da Embraer cai no Cazaquistão
Um avião de fabricação brasileira modelo Embraer 190 que decolou do Azerbaijão com destino à Rússia levando 67 pessoas caiu próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão, informaram autoridades cazaques, que contabilizam pelo menos 29 sobreviventes do acidente. A aeronave era operada pela Azerbaijan Airlines. (25/12)
Foto: Azamat Sarsenbayev/REUTERS
"O ódio não pode ter a palavra final", diz presidente alemão em discurso de Natal
Em seu tradicional discurso de Natal à nação, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, abordou o ataque a um mercado de Natal em Magdeburg na semana passada, que deixou cinco mortos. Pedindo união e coesão ao país, Steinmeier se solidarizou com as famílias das vítimas e os feridos e afirmou que "ódio e a violência não podem ter a palavra final". (24/12)
Equipes buscam desaparecidos após colapso de ponte sobre o Rio Tocantins
Equipes de resgate buscam 14 desaparecidos após a Ponte Juscelino Kubitschek, que liga os estados do Tocantins e do Maranhão, colapsar no último domingo, provocando a queda de 10 veículos. Ao menos três mortes foram confirmadas até o momento. Devido ao derramamento de produtos tóxicos no acidente, autoridades proibiram o uso da água do Rio Tocantins em 19 municípios. (23/12)
Foto: Bombeiro Militar/Governo do Tocantins
Queda de avião em Gramado mata empresário e 9 familiares
Um avião de pequeno porte caiu no município de Gramado, no Rio Grande do Sul. A aeronave atingiu uma loja de móveis, uma pousada e residências perto do centro da cidade. Os dez ocupantes da aeronave morreram. Todos eram da mesma família. Outras 17 pessoas que estavam no solo foram encaminhadas a um hospital, duas delas em estado grave. (22/12)
Foto: Defesa Civil do Rio Grande do Sul/Divulgação
Magdeburg tem dia de homenagens e protestos após ataque
Centenas de pessoas homenagearam as vítimas de um atentado que deixou 5 mortos e 200 feridos em Magdeburg. O suspeito do crime é um médico saudita de 50 anos, que se dizia ex-muçulmano, alegava ser perseguido por radicais religiosos e simpatizava com a ultradireitista AfD. Em resposta, manifestantes ocuparam as ruas da cidade com slogans anti-imigração. (21/12)
Foto: Michael Probst/AP/picture alliance
Motorista invade mercado de Natal na Alemanha e atropela dezenas
Um motorista avançou em alta velocidade contra um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburgo, no estado da Saxônia-Anhalt, leste da Alemanha, atropelando dezenas de pessoas e deixando mortos e feridos. O suspeito, um médico psiquiatra saudita de 50 anos, foi preso. Aparentemente, ele tinha perfil crítico ao islã. (20/12)
Foto: Heiko Rebsch/dpa/picture alliance
Ex-marido de Gisèle Pelicot é condenado a 20 anos de prisão
Dominique Pelicot, que passou uma década dopando sua então esposa, Gisèle, e convidando outros homens a estuprá-la, foi condenado a 20 anos pela Justiça francesa. Ele foi considerado culpado por estupro com agravantes e por gravar e distribuir imagens dos atos. Gisèle tornou-se um ícone feminista global ao decidir tornar público o julgamento e assistir às sessões com o rosto descoberto. (19/12)
Foto: Laurent Coust/ABACA/picture alliance
Macron e Zelenski discutem envio de tropas europeias à Ucrânia
Presidentes da Franca, Emmanuel Macron, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, voltaram a discutir possibilidade de a Europa enviar tropas para a Ucrânia no intuito de ajudar a alcançar uma paz estável. "Garantias confiáveis são essenciais para que a paz possa realmente ser alcançada”, disse Zelenski, que também se reuniu com chefe da Otan, Mark Rutte, em Bruxelas. (18/12)
Foto: Nicolas Tucat, Pool Photo via AP/picture alliance
General russo morre em explosão em Moscou
O general Igor Kirillov, chefe da defesa radiológica, química e biológica da Rússia, foi morto num ataque a bomba em Moscou. A bomba foi acionada quando Kirillov, de 54 anos, estava saindo de uma casa com seu assessor, que também foi morto no atentado. Investigadores citados pelo jornal Kommersant apontaram os serviços secretos ucranianos como os possíveis autores do ataque. (17/12)
Foto: ASSOCIATED PRESS/picture alliance
Olaf Scholz perde moção de confiança
O chanceler alemão Olaf Scholz perde voto de confiança no Bundestag (parlamento alemão) depois de não conseguir obter a maioria no Legislativo após o colapso de seu governo de coalizão. O resultado abre caminho para a dissolução da atual legislatura e a convocação de eleições federais antecipadas, que devem ocorrer em 23 de fevereiro, marcand o fim da era Scholz. (16/12)
Foto: Lisi Niesner/REUTERS
Escolas reabrem na Síria após queda do regime de Assad
Dezenas de crianças e adolescentes voltaram às escolas em Damasco neste domingo, uma semana após a queda do ditador Bashar al-Assad. A rotina também está lentamente voltando ao normal em universidades e nos centros comerciais, depois de um período de comemorações e incertezas sobre o futuro da Síria. (15/12)
Foto: Ammar Awad/REUTERS
PF prende general Braga Netto no inquérito do golpe
Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou prender preventinamente o ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, acusado de tentar obstruir as investigações. Ele é tomado pela Polícia Federal como um dos coordenadores do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aplicar um golpe de Estado. (14/12)
Foto: SERGIO LIMA/AFP
Multidão toma as ruas de Damasco para celebrar queda de Assad
Milhares de pessoas se reuniram em cidades sírias para celebrar o fim do regime de Bashar al-Assad após as primeiras orações de sexta-feira desde que os rebeldes assumiram o poder. Em Damasco, uma multidão se reuniu na praça Umayyad, no centro da capital. O local é simbólico por ter também recebido os protestos massivos de 2011, que deram início à guerra civil no país. (13/12)
Foto: Ghaith Alsayed/AP/dpa/picture alliance
Trump é a Pessoa do Ano de 2024 da revista "Time"
Publicação cita "volta por cima de proporções históricas" ao justificar escolha e diz que republicano é beneficiário e agente da perda de confiança nos valores liberais. (12/12)
Foto: Heather Khalifa/AP Photo/picture alliance
Assembleia Geral da ONU pede cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza
Por 158 votos favoráveis, órgão que reúne 193 países pediu o fim do conflito entre Israel e o Hamas no território palestino e a libertação imediata de todos os reféns sequestrados por islamistas. Mas diferentemente das votações no Conselho de Segurança, decisão não é juridicamente vinculativa. Conflito em Gaza já dura 14 meses, sem fim à vista. (11/12)
Foto: Mohammed M Skaik/Avalon/picture alliance
Rebeldes sírios anunciam novo governo de transição
Mohammad al-Bashir, que liderava o governo no reduto rebelde de Idlib, vai assumir gestão interina do país até 1º de março, mudando a liderança do país após 24 anos de regime de Bashar al-Assad. Novo primeiro-ministro é ligado ao grupo radical islâmico HTS. (10/12)
Foto: Omar Haj Kadour/AFP/Getty Images
STF obriga PM de São Paulo a manter uso de câmeras corporais
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares do estado de São Paulo. A determinação é uma derrota para o governador Tarcísio de Freitas, que desde a campanha eleitoral se posicionou contra o uso dos equipamentos e vinha tentando propor modelos alternativos. (09/12)
Foto: FotoRua/NurPhoto/IMAGO
Rebeldes derrubam regime na Síria, e Assad foge para a Rússia
Após uma ofensiva que durou menos de duas semanas, insurgentes sírios liderados pelo grupo islamista Organização para a Libertação do Levante (HTS) chegaram à capital da Síria, Damasco, e a declararam "livre" do regime do presidente Bashar al-Assad. Citando fontes do Kremlin, veículos russos afirmam que o ditador e sua família estão asilados em Moscou. (08/12)
Foto: Louai Beshara/AFP
Restaurada, Catedral de Notre-Dame é reaberta cinco anos após incêndio devastador
Bancada por doações, reconstrução de monumento arquitetônico parisiense custou cerca de 700 milhões de euros e demandou o trabalho de cerca de 2 mil especialistas. Construída entre os séculos 12 e 14, catedral quase foi destruída em incêndio de causas desconhecidas. Solenidade foi prestigiada por chefes de governo e de Estado do mundo inteiro. (07/12)
Foto: Stevens Tomas/ABACA/IMAGO
Mercosul e União Europeia anunciam acordo de livre comércio
Após 25 anos de negociações, blocos concluíram texto final do acordo que prevê a redução ou eliminação de tarifas e barreiras comerciais, facilitando a exportação de produtos de ambos os lados. A líder da UE, Ursula von der Leyen (centro), disse que o pacto é uma "vitória para Europa". Ratificação deve, porém, esbarrar em resistência de países como a França. (06/12)
Foto: EITAN ABRAMOVICH/AFP/Getty Images
Após tomar Aleppo, Rebeldes avançam pela Síria e anunciam conquista de Hama
Islamistas apoiados pela Turquia fizeram seu mais rápido avanço em 13 anos de guerra civil no país. A captura de Hama vem após o enfraquecimento do Hezbollah, tradicional aliado do ditador sírio Bashar al-Assad, ao lado de Rússia e Irã. (05/12)
Governo da França é derrubado após moção de censura
Deputados de esquerda e da ultradireita se uniram para derrubar o governo do premiê francês, Michel Barnier, que assumiu o cargo há menos de 100 dias. Barnier enfrentava duas moções de censura, após usar um controverso mecanismo para forçar a aprovação do Orçamento. A primeira moção acabou sendo aprovada com 331 votos, selando o fim do governo do aliado do presidente Emmanuel Macron. (04/12)
Foto: Sarah Meyssonnier/REUTERS
Presidente sul-coreano impõe e depois desiste de lei marcial
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, surpreendeu o país e o mundo ao decretar lei marcial em pronunciamento transmitido pela TV. Ele justificou a militarização do país como forma de conter uma "ameaça comunista". Horas depois, após protestos e uma votação unânime do Parlamento para derrubar medida, ele recuou e suspendeu lei. (03/12)
Foto: JUNG YEON-JE/AFP/Getty Images
Trabalhadores da Volkswagen entram em greve em toda a Alemanha
Milhares de trabalhadores da Volkswagen na Alemanha entraram em greve, depois que a empresa anunciou planos de fechar três fábricas e cortar aposentadorias. "Se necessário, esta será a disputa salarial mais dura que a Volkswagen já viu", disse Thorsten Gröger, que está liderando as negociações sindicais com a gigante automobilística alemã. (02/12)
Foto: Jens Schlueter/AFP via Getty Images
Regime sírio perde controle de Aleppo
O regime do ditador sírio Bashar al-Assad perdeu completamente o controle de Aleppo, a segunda cidade do país, informou uma ONG. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o grupo Hayat Tahrir al Sham, antigo ramo sírio da rede terrorista Al Qaeda, e outras facções rebeldes aliadas "controlam a cidade de Aleppo, com exceção dos bairros controlados pelas forças curdas". (01/12)