No Japão, dispositivo que ocupa uma área de mais de dois hectares realiza simulações de terremotos para minimizar danos em eventuais incidentes. Próximo passo é contar todas as árvores da Terra.
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Não há bolas de cristal no Centro Avançado de Ciência Computacional (AICS, na sigla em inglês) em Kobe, no Japão. Há, porém, um enorme supercomputador atrás de um vidro, numa área de mais de dois hectares.
"O que estamos fazendo aqui é explorando o futuro", afirma Takesema Miyoshi, que lidera a equipe de assimilação de dados no Riken AICS em Kobe. Ele descreve a assimilação de dados como "combinar simulação com dados do mundo real, [de modo que] a simulação represente o mundo real com precisão".
O supercomputador K já realizou várias simulações de como um terremoto poderia afetar cidades como Tóquio. As simulações analisam como os prédios vão reagir aos tremores, mas também o potencial comportamento das pessoas ao deixarem os locais. A partir dessas simulações, pesquisadores podem projetar melhores respostas emergenciais e reforçar prédios com fragilidades detectadas.
Akihiko Okada trabalha com a equipe de pesquisa em comunicação no instituto Riken em Kobe. Ele destaca o fato de computadores como o K poderem trabalhar para evitar mais mortes e destruição no caso de outro terremoto como o Tohuku, de 2011, que provocou o desastre nuclear de Fukushima e deixou mais de 16 mil mortos.
"As pessoas dizem que quando ocorreu o terremoto Tohuku, ele estava além do que imaginávamos, era tão grande que se acreditava ser impossível se preparar para ele", diz Okada. "Mas usando este computador tentamos simular vários casos. E gostaríamos de eliminar esse sentimento do inesperado para poder salvar vidas."
Porta para o futuro
Roland Potthast, diretor de assimilação de dados no Centro Climático Alemão, próximo a Frankfurt, afirma que os modelos e a enorme quantidade de dados a que meteorologistas têm acesso hoje representam apenas um ínfimo do potencial que existe.
Ele destaca a importância de se ter computadores como o K para rodar ciclos de assimilação de dados. O Centro Climático Alemão tem hoje dois supercomputadores: um que roda previsões do tempo 24 horas por dia para atender, em parte, a todas as rotas de voo que atravessam a Alemanha e a Europa, e outro usado para experimentos.
Sem esse cruzamento constante de dados, todos os voos teriam que ser cancelados, pois um avião não pode decolar sem uma previsão do tempo precisa para sua trajetória de voo.
Próxima geração
Myoshi afirma que sua equipe espera agora pela próxima geração de supercomputadores, que deve estar disponível para uso em 2021. "O Riken AICS está planejando a próxima geração do K, para termos ainda mais capacidade de computação no futuro."
Mas não é de apenas capacidade de computação que eles precisam. Agora a corrida foca no design de softwares específicos para aproveitar o potencial dessa capacidade. Isso e os cabos podem ser a verdadeira chave para realmente se vislumbrar o futuro.
Uma das primeiras tarefas do novo computador será trabalhar num projeto já iniciado que objetiva contar todas as árvores do planeta para avaliar danos ambientais, explica Miyoshi. Como há muito mais árvores na Terra que estrelas na nossa galáxia, é uma coisa boa que o supercomputador da próxima geração esteja programado para ser 100 vezes mais rápido.
De caixotão a pulseira, a evolução do computador
Há 75 anos, um invento abria a era digital: em 12 de maio de 1941, o alemão Konrad Zuse apresentou o Z3. A primeira calculadora programável de base eletrônica parecia um armário. Hoje, minicomputadores cabem no pulso.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Cowie
Retrô chique no museu
O design retrô dos primeiros tempos da informática, como este Commodore PET 2001 de 1977, voltaram a ser chiques. E, na maioria dos casos, ainda funcionam. Neste ano de 2016, deverá ser criado em Dortmund, na Alemanha, o Museu Alemão da Cultura Digital.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Thissen
O inventor
O primeiro computador a funcionar com um sistema binário foi construído pelo engenheiro mecânico alemão Konrad Zuse. Ele montava suas máquinas de calcular com material de sucata e os cartões de perfurar eram de filmes velhos. Quando visitou a feira de computadores em Nurembergue em 1982 (foto), ele ficou maravilhado com a evolução da máquina que criou.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Staedele
O legendário Z3
Konrad Zuse fez a primeira máquina de calcular programável em 1938. O Z3 foi criado três anos depois. Era do tamanho de três guarda-roupas e fazia três operações básicas de matemática e extraía raízes. Por ser a primeira máquina de calcular calcada no sistema binário (0 e 1), é considerada antecessora do computador moderno. O Z3 foi destruído na 2ª Guerra. Uma réplica está num museu em Munique.
Foto: picture-alliance/dpa/T.. Brakemeier
Altair 8800, o primeiro computador pessoal
Em 1974, uma revista americana lançou um kit de um computador fácil de montar em casa. O sucesso foi inesperado. Logo se formaram clubes de aficionados do "personal computer". Até os fundadores da Apple Steve Jobs e Steve Wozniak eram frequentadores regulares e se deixaram inspirar para criar seus inventos.
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O sucesso da Apple
O Apple I ou Apple-1, de 1976, foi montado na legendária garagem de Steve Wozniak, cofundador da Apple. O que mais parece um televisor improvisado, custava na época 666,66 dólares. O teclado e a carcaça tinham de ser comprados separadamente. Hoje, os Apple I são cobiçados por colecionadores. Em leilões, podem chegar a custar centenas de milhares de dólares.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Ben Margot
O primeiro mainframe da IBM
A americana IBM apresentou seu primeiro computador pessoal em 1981. Este, no entanto, não fez tanto sucesso quanto os caros mainframes, os computadores de grande porte, que já existiam há mais tempo. Em 1964, havia sido lançado o IBM System/360 (S/360). O sistema permitia combinar computadores para as áreas científica, econômica, industrial e administrativa, conforme a necessidade.
Foto: picture-alliance/dpa/IBM
Apple II, peça de museu
Após a fundação da Apple, cresceu rapidamente a influência de Steve Jobs sobre os produtos a serem oferecidos pela inovadora empresa de computadores no Vale do Silício. Os novos modelos da Apple se caracterizaram pelo design claro e purista. O Apple II, lançado em 1977, pode ser visto no Museum of Moving Image de Nova York.
Foto: cc-by-2.0 Marcin Wichary
Formas e cores variadas
Enquanto a concorrente Microsoft apostava no desenvolvimento inovador de software e sistemas operacionais, e manteve os computadores em forma de caixas cinzas, a Apple se dedicou também à estética de seus produtos. O primeiro iMac, em 1998, inovou não só por ser em cor turquesa e ter cantos arredondados, mas também por ser levemente transparente.
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O chipe como espécie de joia
O lançamento dos primeiros microprocessadores no mercado, em 1971, pela Intel, acelerou o desenvolvimento de computadores cada vez menores. Hoje em dia, minúsculos circuitos integrados, ou chips, também são trabalhados por designers de joias. Dentro dos computadores, eles são responsáveis por verdadeiros milagres de processamento.
Foto: picture-alliance/dpa/Intel
Fácil de manusear
Os tablets são um minicomputador prático e leve. Ao contrário do jornal, cuja leitura é complicada pelo tamanho e pelo barulho do virar de páginas, o usuário do tablet pode ler seu jornal, ou mesmo livro ou revista, de forma prática e silenciosa. Sem falar das facilidades de navegar na internet.
Foto: Colourbox
Computador de pulso
O smartwatch, ou relógio inteligente, que permite checar emails, monitorar a saúde e também ver as horas, já está há alguns anos no mercado. Mas só se tornou conhecido do grande público com o lançamento do Apple Watch em 2015.