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'Ivan, o terrível'

12 de maio de 2009

O ucraniano John Demjanjuk, de 89 anos, ficará preso na capital bávara. Como vigia no campo de Sobibor em 1943, ele teria sido cúmplice da morte de 29 mil judeus.

Jato com suposto criminoso nazista no aeroporto de MuniqueFoto: AP

O suposto criminoso de guerra nazista John Demjanjuk chegou a Munique nesta terça-feira (12/05), após ter sido extraditado pelos Estados Unidos. Na tarde de segunda-feira, ele havia sido transportado de ambulância por autoridades migratórias dos EUA de sua residência em Seven Hill, no estado norte-americano de Ohio, para Cleveland.

O ucraniano de 89 anos de idade viajou com acompanhamento médico em um avião especial. Após sua detenção formal, ele foi levado para a prisão de Stadelheim, em Munique. Também seu julgamento deverá ser na capital bávara.

A Promotoria Pública de Munique acusa Demjanjuk de, aos 23 anos de idade, entre março e setembro de 1943, haver trabalhado como vigia do campo de extermínio de Sobibor, durante a ocupação nazista no território da atual Polônia.

Longo caminho jurídico

Demjanjuk recebe ajuda para embarcar no aviãoFoto: AP

A extradição põe fim a um processo que durou vários anos. Em 11 de março último, foi expedida a ordem de prisão contra o ucraniano, acusado de cumplicidade na morte de pelo menos 29 mil judeus. Para tentar impedir o transporte à Alemanha, os familiares de Demjanjuk alegavam problemas de saúde e a avançada idade do acusado.

Na última quinta-feira, a Suprema Corte em Washington rejeitou definitivamente o recurso contra a extradição. Demjanjuk também tentou em vão evitar sua extradição na semana passada através do Tribunal Administrativo de Berlim e do Superior Tribunal Administrativo de Berlim-Brandemburgo.

Nova vida nos Estados Unidos

Demjanjuk nega as acusações que lhe são feitas pela Promotoria Pública de Munique. Segundo o jornal The Plain Dealer, um filho de Demjanjuk declarou não haver provas nem mesmo de que seu pai algum dia tenha ferido alguém.

O acusado, que em 1952 emigrou para os Estados Unidos e alterou seu nome de Ivan para John, havia servido ao Exército Vermelho durante a Segunda Guerra. Em 1942, mudou de lado, passando a ajudar os nazistas. Ele alega que havia sido feito prisioneiro pelos alemães.

O sentinela de diversos campos de concentração e de extermínio era conhecido como "Ivan, o terrível" entre os prisioneiros. Também para esta terça-feira é aguardado o depoimento do possivelmente último sobrevivente de Sobibor, Thomas Blatt, de 82 anos. Aos 15 anos de idade, Blatt perdeu seus pais e um irmão no campo de extermínio.

Caso seja condenado, ele poderá receber de 3 a 15 anos de prisão por cada morte de cuja cumplicidade é acusado.

RW/dw/dpa

Revisão: Rodrigo Abdelmalack

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