1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Supremo russo confirma veto a candidatura de rival de Putin

27 de dezembro de 2023

Tribunal rejeitou apelação de Ekaterina Duntsova, política contrária à guerra na Ucrânia, e manteve decisão da Comissão Eleitoral. No poder há 24 anos, Putin será candidato em março virtualmente sem competição.

Ekaterina Duntsova conversa com jornalistas
Duntsova afirma ter sido injustamente desqualificada como candidataFoto: Alexander Zemlianichenko/AP Photo/picture alliance

A Suprema Corte da Rússia rejeitou a candidatura da jornalista Ekaterina Duntsova às eleições presidenciais de 2024, mantendo a decisão anterior da Comissão Eleitoral Central russa que havia alegado "inúmeras violações" nos documentos apresentados por ela para o registro da candidatura.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (27/12) pela própria Duntsova, uma política de pouca experiência com posições contrarias à guerra na Ucrânia que tentava disputar a eleição como candidata independente. Após a Comissão Eleitoral rejeitar no sábado por unanimidade a sua candidatura, ela decidiu apelar à Suprema Corte do país.

Ela afirmou em seu canal no Telegram que planeja a partir de agora criar seu próprio partido político para representar os eleitores que desejem "paz, liberdade e democracia", e avalia que foi injustamente desqualificada como candidata.

A ex-legisladora regional tenta promover uma visão mais "humana" da Rússia como um país "pacífico, amigável e pronto para colaborar com todos a partir do princípio do respeito". "Vamos conquistar o direito de viver sem medo, de falar livremente e de nos sentirmos confiantes em relação ao futuro", afirmou no Telegram.

Duntsova, de 40 anos, era pouco conhecida na Rússia. Ela reconhece que sua base de apoio é pequena, com alguns milhares de apoiadores em um país de 140 milhões de habitantes, mas diz que sua plataforma política representaria dezenas de milhões de russos.

"Hoje a situação na Rússia é assim: qualquer um que queira representar os cidadãos com visões democráticas nas próximas eleições ou está na prisão, ou tem seus direitos restritos e é processado na Justiça, ou é forçado ao exílio", afirmara Duntsova em entrevista recente à DW, antes de ter sua candidatura barrada.

Na ocasião, ela disse que desejava se colocar como uma alternativa real. "Por que não uma mulher como presidente, como símbolo de moderação, gentileza e sensibilidade?

Caminho aberto para Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, de 71 anos, confirmou neste mês que disputará pela quinta vez as eleições presidenciais a serem realizadas durante três dias a partir de 15 de março de 2024. Ele está no poder há 24 anos – seja como presidente ou primeiro-ministro – e não enfrenta praticamente nenhuma competição.

Com a maioria das figuras da oposição russa atrás das grades, como o adversário Alexei Navalny, ou exilados fora do país, a vitória de Putin em março é praticamente certa.

O Kremlin destacou pesquisas de opinião segundo as quais Putin teria um índice de aprovação de 80%, e relatou que a maioria dos russos aprova a "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia – tempo utilizado pelo governo russo para se referir ao conflito iniciado por Moscou no país vizinho.

rc/bl (Reuters, AP, DW)

Pular a seção Mais sobre este assunto