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Bactéria agressiva

5 de junho de 2011

Autoridades alemãs dizem que situação de atendimento hospitalar é crítica em algumas unidades. Investigações em restaurante podem indicar fonte de contaminação da bactéria EHEC.

EHEC: faltam vagas em Bremen e HamburgoFoto: picture-alliance/dpa

A onda de contaminação pela bactéria EHEC provoca lotação em hospitais no norte da Alemanha. "Temos uma situação crítica no atendimento hospitalar", confirmou neste domingo (05/06) Daniel Bahr, ministro alemão da Saúde, em entrevista ao jornal Bild am Sonntag. As cidades de Hamburgo e Bremen são as mais afetadas. No entanto, segundo o ministro, pacientes ainda encontram vagas em hospitais localizados na vizinhança.

O ministro agendou para este domingo uma visita ao Hospital Universitário Hamburgo-Eppendorf, que concentra a maioria dos pacientes, para verificar a situação do atendimento. A fonte de contaminação da super bactéria continua desconhecida, e pesquisadores trabalham intensamente para desvendar o mistério.

Bahr também deve se reunir com a ministra alemã de Agricultura e Defesa do Consumidor, Ilse Aigner, e representantes das pastas de Saúde e Defesa do Consumidor das administrações estaduais e federal para discutir a situação. A oposição exige que um comitê de crise seja estabelecido e critica a falta de coordenação entre ministérios, governos estaduais, locais e autoridades de saúde. Políticos também sugerem que um número telefônico de atendimento à população seja criado.

Suspeita em Lübeck

Um porta-voz da secretaria de Saúde do estado de Schleswig-Holstein informou que a investigação no restaurante em Lübeck está em andamento. Segundo noticiou o jornal local Lübecker Nachrichten, 17 pessoas teriam adoecido depois de fazer uma refeição no estabelecimento.

Ministro alemão da Saúde, Daniel BahrFoto: AP

Os contaminados pertencem a três grupos diferentes, que estiveram no restaurante em 13 de maio último: turistas dinamarqueses, um grupo de sindicalistas e uma família. Uma das sindicalistas que comeram no restaurante morreu, e duas estão em estado crítico.

O proprietário do local conversou com a imprensa alemã sobre a suspeita. "Eu não tenho nada a esconder. Tenho certeza que está tudo em ordem com o restaurante", disse o homem, de 67 anos. Especialistas estiveram no local, examinaram a cozinha e colheram amostras também dos empregados. Segundo o empresário, nenhum dos trabalhadores – que comem a mesma comida que os clientes – teria sido infectado com a EHEC.

O caso em Lübeck pode ajudar os pesquisadores a encontrar a fonte da contaminação. Não se descarta que o problema esteja num dos fornecedores do restaurante.

Evolução da doença

Entre sexta-feira e sábado, Hamburgo registrou 19 casos confirmados ou suspeitos de infecção pela bactéria, sendo que um com HUS, a síndrome hemolítico-urêmica, desenrolar mais severo da contaminação, que pode causar falência dos rins e lesões neurológicas. Ao menos 552 pessoas apresentaram essa síndrome até agora, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (WHO).

Casos de contaminação já foram registrados em outros 11 países: Áustria, Reino Unido, República Tcheca, Dinamarca, França, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Estados Unidos. Em todos eles, os pacientes tiveram algum tipo de contato com visitantes da Alemanha ou retornaram de viagens ao país.

NP/dapd/dpa/afp
Revisão: Marcio Damasceno

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