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Suspeito de atentado terrorista frustrado em Bonn vai a julgamento

8 de setembro de 2014

Alemão de 27 anos também é suspeito de participar, com mais três islamistas, de um complô para assassinar um líder de um partido de extrema direita. Tribunal prevê mais de 50 dias de audiências.

No Tribunal de Düsseldorf, Marco G. cumprimenta o também acusado Koray D.Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini

Às 13h do dia 10 de dezembro de 2012, um homem largou uma mala esportiva azul na plataforma de número 1 da estação central de Bonn, no oeste da Alemanha. A bolsa continha uma bomba caseira programada para explodir às 13h30. O ataque acabou fracassando em razão de uma falha no detonador – o que se seguiu foi uma investigação policial sobre a identidade do portador da mala.

Nesta segunda-feira (08/09), o apontado pelos investigadores como autor do atentado falho – o suposto islamista Marco G. – começou a ser julgado, juntamente com mais três outros réus, no Tribunal Regional de Düsseldorf.

Os quatro estão sob suspeita de terem formado uma célula terrorista, que tinha como objetivo realizar ataques na Alemanha. Seria uma resposta violenta às provocações do partido radical de extrema direita e anti-Islã Pro-NRW, do estado da Renânia do Norte-Vestfália, feitas durante a campanha para as eleições regionais de 2012.

Se a Promotoria Pública acusa apenas Marco G. – um alemão de 27 anos convertido ao Islã – da tentativa de atentado à bomba na estação central de Bonn, ele e os outros três supostos terroristas são acusados de planejar atentados com armas de fogo e bomba a políticos do Pro-NRW.

Os ativistas de extrema direita do partido realizaram diversas manifestações em frente a mesquitas, em que mostravam caricaturas do profeta Maomé. Por isso, os quatro islamistas teriam planejado o assassinato do presidente do Pro-NRW, Markus Beisicht, poucas semanas após o atentado fracassado em Bonn.

Segundo os investigadores, os acusados espionavam a residência de Beisicht em Leverkusen e conseguiram armas de fogo, silenciadores e explosivos para o ataque, programado para ocorrer na manhã do dia 13 de março de 2013.

Segundo a polícia, bomba não explodiu na estação central de Bonn graças a uma falha no detonadorFoto: picture-alliance/dpa

Interceptações telefônicas

Poucas horas antes do atentado a Beisicht, Marco G. e o albanês Enea B. foram presos em Leverkusen. Seus supostos cúmplices, o turco-alemão Koray D. e o alemão Tayfun S., também foram apreendidos nas cidades de Bonn e Essen. Os quatro têm entre 24 e 44 anos.

Segundo relatos na imprensa, os investigadores estavam cientes há um bom tempo dos planos de assassinato do líder do Pro-NRW, pois interceptaram ligações telefônicas realizadas pelos quatro acusados.

Durante as investigações, surgiram indícios de que Marco G. seria o autor da tentativa de atentado à bomba em Bonn. Segundo os investigadores, ele pretendia causar o maior número de mortes possível.

Uma catástrofe foi evitada pela falha do detonador da bomba caseira. "Caso a bomba explodisse, teria efeito mortal para as pessoas que estavam na plataforma", disse a Promotoria Pública durante o indiciamento dos quatro suspeitos, em março deste ano.

Por ser considerado o único autor do atentado à bomba em Bonn, Marco G. poderá ser condenado à prisão perpétua por tentativa de assassinato. Ao lado dos outros três suspeitos ele responde por formação de organização terrorista na Alemanha, complô para assassinar o líder do Pro-NRW e violação da Lei de Armas alemã.

Em seus depoimentos até o momento, os acusados silenciaram sobre as acusações. Para o processo, realizado na ala de segurança máxima da corte de Düsseldorf, o Tribunal Regional programou inicialmente mais de 50 dias de audiências, até abril de 2015.

RC/dpa/afp

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