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Suspeito de enviar carta envenenada a Obama é imitador de Elvis

18 de abril de 2013

Além de interpretar cantores de rock, preso como suspeito de tentar envenenar políticos americanos supostamente divulgava teorias de conspiração. Autoridades esperam resultado de exame no conteúdo das cartas.

Foto: Getty Images

O principal suspeito de ter enviado cartas que teriam material tóxico para o presidente dos EUA, Barack Obama, e um outro político acreditava ter descoberto uma conspiração para vender partes do corpo humano no mercado negro e atuava como imitador de Elvis Presley.

Paul Kevin Curtis, de 45 anos, foi preso na quarta-feira (17/04) em sua casa, em Corinth, cidade no nordeste do estado do Mississippi. Nesta quinta, as autoridades esperavam ainda os resultados de testes definitivos nas cartas interceptadas, que foram endereçadas a Obama e ao senador republicano Roger Wicker, do Mississipi. Uma terceira carta apreendida com conteúdo similar foi enviada a uma juíza do mesmo estado.

Exames preliminares teriam detectado vestígios de ricina. A substância é derivada da mamona, com a qual se produz o óleo de rícino, sendo uma das toxinas mais potentes de origem vegetal. Seu pó pode ser letal quando inalado.

Segundo a agência de notícias AP, um boletim de inteligência do FBI afirma que as cartas foram enviadas de Memphis, no Tennessee, e apresentavam o mesmo texto: "Ver algo errado e não expô-lo é tornar-se um aliado silencioso da sua continuação." Ambas eram assinadas "sou KC e eu aprovo esta mensagem", expressão comum nos EUA em propagandas eleitorais de políticos.

Nervosismo

As cartas causaram nervosismo em Washington nos dias após as explosões de duas bombas na Maratona de Boston. Enquanto as autoridades se apressaram para investigar três pacotes suspeitos ​​descobertos nos edifícios de escritório do Senado nesta quarta-feira, relatos de itens suspeitos também vieram de pelo menos três gabinetes de senadores nos seus estados de origem. Os itens, entretanto, eram inofensivos.

Após explosões na Maratona de Boston, cartas suspeitas provocaram intranquilidade na capital dos EUAFoto: picture-alliance/dpa

O jornal local The Clarion-Ledger descreveu Curtis como alguém que fazia divulgação na internet de teorias conspiratórias. Na região próxima a Tupelo, ele fez fama como imitador de ídolos do rock como Elvis Presley e Johnny Cash.

Ricky Curtis, que disse ser primo de Kevin Curtis, contou que a família ficou chocada com a notícia da prisão. Ele descreveu seu primo como um "grande artista" que imita Elvis e vários outros cantores. "Estamos todos em estado de choque. Não acho que alguém tivesse a menor ideia de que este tipo de coisa estivesse pesando na cabeça dele", afirmou Ricky Curtis em entrevista por telefone à AP.

Ricky Curtis afirmou que o primo havia escrito sobre os problemas que teve com sua empresa de limpeza e que sentia que o governo não o tinha tratado bem. Mas ressaltou que ninguém na família esperava por isso.

Conspiração

Várias mensagens postadas em sites sob o nome de Kevin Curtis referem-se a uma conspiração que ele alega ter descoberto quando trabalhava em um hospital entre 1998 e 2000.

O autor descreve uma conspiração que teria começado com a descoberta de "uma geladeira cheia de órgãos e partes de corpos desmembrados, envoltos em plástico no necrotério da maior organização de saúde não metropolitana dos Estados Unidos."

Curtis escreveu que tentou alertar várias autoridades, incluindo membros do governo FBI e policiais, sem sucesso. Em uma postagem, afirma que enviou cartas para Wicker e outros políticos. Ele assinou: "este é Kevin Curtis e aprovo esta mensagem".

O FBI declarou que não há indicação alguma de haver conexão entre as cartas e as explosões de segunda-feira em Boston, que mataram três pessoas e feriram mais de 180. As cartas para Obama e Wincker foram postadas no dia 8 de abril, ou seja, antes da maratona.

MD/ap/rtr/dpa

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