Suspeito de envolvimento em atentado é solto em Berlim
29 de dezembro de 2016
Investigadores descartam que tunisiano, detido um dia antes, seja o possível contato de Anis Amri, principal suspeito pelo ataque a uma feira de Natal da capital alemã.
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Um tunisiano de 40 anos que havia sido detido em Berlim por suspeita de envolvimento no atentado ao mercado natalino foi solto nesta quinta-feira (29/12), apenas um dia depois da detenção.
De acordo com a Procuradoria Federal da Alemanha, as investigações revelaram que o homem não é o possível contato do também tunisiano Anis Amri, principal suspeito pelo atentado. O número do detido estava gravado no celular de Amri, o qual foi encontrado no local do ataque.
A procuradoria confirmou também a veracidade do vídeo no qual Amri jura lealdade ao grupo terrorista "Estado Islâmico". Segundo os investigadores, é realmente Amri quem aparece nas imagens. O vídeo foi divulgado pela agência Amaq, ligada aos jihadistas, logo depois de Amri ser morto num tiroteio com policiais italianos, na sexta-feira passada.
As investigações revelaram ainda que antes de chegar à Itália, Amri passou pela Holanda e pela França. Além disso, tanto um policial italiano quanto o motorista polonês foram alvejados com tiros de uma pistola de calibre 22. A perícia ainda analisa se a arma usada nas duas ocasiões é a mesma que estava com Amri.
O atentado ao mercado de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, deixou 12 mortos e mais de 50 feridos no dia 19 de dezembro. Amri foi morto pela polícia italiana na cidade de Sesto San Giovanni, nos arredores de Milão, quatro dias depois.
CN/dpa/afp
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.