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Bloqueio aéreo

21 de abril de 2010

A nuvem vulcânica islandesa se dispersa e os aeroportos já se normalizam na Europa. Prejuízos para as companhias chegam a 1,7 bilhão de dólares. Por outro lado, pausa no tráfego aéreo reduz sensivelmente emissões de CO2.

Situação se normaliza gradativamente

A nuvem de cinzas resultante da erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull já desapareceu quase inteiramente do céu da Alemanha, anunciou um porta-voz do Controle Aéreo Alemão (DFS).

O espaço aéreo do país foi inteiramente liberado nesta quarta-feira (21/04) e já se conta com uma gradativa normalização dos voos na Europa. O tempo também contribui: segundo o Serviço Alemão de Meteorologia (DWD), o vento mudou de direção e levará, nos próximos dias, as cinzas em direção nor-noroeste, por sobre o Oceano Atlântico. Portanto, a Europa Central não será mais afetada.

O departamento de segurança aérea Eurocontrol prevê um total de 21 mil voos em todo o continente, nesta quarta-feira. A média diária normal é de aproximadamente 28 mil.

Pior que o 11 de Setembro

Também foram liberados os voos por instrumentos nos grandes aeroportos, o que permite um tráfego mais intenso do que somente através do voo visual. Neste procedimento, adotado sobretudo na segunda e na terça-feira, os pilotos recebiam apoio parcial da torre de controle, porém deviam, eles mesmos, atentar para a área em torno da aeronave, arcando com a responsabilidade do voar apesar da cinza vulcânica.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou uma estimativa segundo a qual os prejuízos das companhias devido ao bloqueio aéreo já somam 1,7 bilhão de dólares. Somente entre 17 e 19 de abril, quando o espaço aéreo europeu estava em grande parte interditado, as perdas foram de 400 milhões de euros por dia.

Em seus piores momentos, a crise do Eyjafjallajökull atingiu 29% do tráfego aéreo internacional e 1,2 milhão de passageiros por dia. Desse ponto de vista, ela superou até mesmo as consequências dos atentados de 11 de setembro de 2001, que acarretaram um bloqueio de três dias, observou a Iata.

Milhões de toneladas de CO2 a menos

Os transtornos gerados pela erupção na Islândia, porém, trazem efeitos positivos para o clima global. Com base em estatísticas do tráfego aéreo europeu, Jan Burck, especialista em clima da ONG Germanwatch, calcula que "bem mais do que" 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser emitidas por dia, devido à atual suspensão dos voos internacionais.

"Multiplicando por uma semana, isso equivale aproximadamente ao total das emissões de gases-estufa da Letônia ou a 1% das da Alemanha em um ano, o que é enorme."

Trata-se apenas de uma estimativa, lembra Burck. Na Europa, nem todos os voos foram cancelados, por outro lado não se incluíram nos cálculos a reduções de emissões causadas pelos voos transatlânticos que partiram dos Estados Unidos e Canadá. No total, a Germanwatch considera as projeções realistas.

AV/dw/afp/rtr
Revisão: Simone Lopes

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