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Sylt, uma ilha para a arte

25 de janeiro de 2008

Nomes da cultura alemã como Thomas Mann, Emil Nolde e Gret Palucca cederam aos encantos da ilha e marcaram sua história. Fundação Kunst: Raum Syltquelle quer trazer a arte de volta ao Mar do Norte.

Natureza fascinante à beira-marFoto: dpa
Paisagem de Emil NoldeFoto: Sammlung Hermann Gerlinger: Klaus Göltz

Há cerca de cem anos chegaram os primeiros pintores e poetas a Sylt, fascinados por sua imponente natureza de dunas, vento e mar. Após uma quebra dessa tradição, nos anos 60, pouco a pouco artistas das mais diversas orientações e nacionalidades voltam a ser atraídos para aquela ilha no Mar do Norte.

Sustentando este afluxo, criou-se a fundação cultural Kunst: Raum Syltquelle (Arte: Espaço Fonte Sylt), na cidadezinha de Rantum. Suas dependências, no grande terreno da fábrica de água mineral Syltquelle, são um local para pintar, fotografar e representar.

"Desde 2000 concedemos bolsas a artistas plásticos, autores, compositores e gente de teatro", explica Indra Wussow, mecenas e criadora do projeto de reativação artística da ilha.

Ecologista incompreendido

Relaxando no 'strandkorb'Foto: DW-TV

Em 1903, o poeta berlinense – sobrinho de Richard Wagner e editor da revista de arte Der Kunstwart – Ferdinand Avenarius (1856–1923) estabeleceu-se em Sylt. Lá mandou construir uma casa segundo seus próprios esboços. E passou a se engajar em defesa da natureza, advertindo contra a construção descontrolada na ilha.

Os habitantes locais não entenderam tal oposição. Eles eram, na maioria, pescadores que trabalhavam duro pela subsistência. A localidade em si lhes oferecia poucas possibilidades de renda.

Seus ancestrais haviam tido que se impor como caçadores de baleias nos mares congelados em torno da Groenlândia. Eles jamais haviam dado qualquer valor à paisagem insulana, e para eles Avenarius não passava de um louco varrido.

Da badalação midiática à poesia

Porém cada vez mais artistas, literatos, atores e diretores de teatro afluíam a Sylt. Por exemplo, à legendária Casa Kliffende, onde o escritor Thomas Mann morou por uma semana, em 1928 e em cujo livro de honra se eternizou com as seguintes palavras: "À beira destes mares vivi profundamente".

Antiga propriedade do editor Axel Springer em Kampen, SyltFoto: dpa

Outros hóspedes ilustres de Sylt nas décadas de 1920 e 1930 foram o pintor Emil Nolde, o editor Ernst Rowohlt, o autor Kurt Tucholsky e a bailarina Gret Palucca. Até após a Segunda Guerra Mundial a residência de Peter Suhrkamp, na localidade de Kampen, também marcou a vida da ilha.

Lá, o editor literário recebeu autores de renome como Robert Musil e Carl Zuckmayer. Após a morte de Suhrkamp, em 1959, começou uma nova era, mais centrada nos VIPs da televisão, cinema e imprensa. Na década de 70 e 80, quem ditava o tom era Axel Springer, proprietário do popularesco jornal Bild.

Porém é cada vez maior o número dos que desejam a volta dos áureos tempos da virada do século 20, quando uma das mais belas ilhas da Alemanha evocava idéias poéticas. A Kunst: Raum Syltquelle é um primeiro passo nesta direção. (kvs/av)

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