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Têxteis da China poderão entrar na UE

(fs)5 de setembro de 2005

União Européia libera produtos chineses retidos nas estações aduaneiras, mas não resolve a questão principal: afinal, qual é o patamar ideal para a entrada de produtos da China no mercado europeu?

Negociadores: meio acordoFoto: AP

A reunião entre representantes da União Européia (UE) e do governo da China para tratar da questão da importação de têxteis por países europeus resolveu um problema momentâneo, mas não colocou um ponto final na discussão comercial.

Isso porque os produtos têxteis chineses barrados nas estações aduaneiras européias – cerca de 75 milhões de peças – deverão ser liberados, embora ainda não haja sinais de mudança na política de limitação de importações praticada pela UE.

O primeiro sinal de que o acordo é apenas temporário é o fato de que as peças liberadas deverão ser subtraídas da quota de importação estabelecidas para a China em 2006. O entendimento também terá ainda de passar pelo crivo de todos os países-membros da UE.

Representantes chineses parecem ter saído menos satisfeitos da mesa de negociações do que os europeus. O ministro chinês da Economia, Bo Xilai, afirmou que nem o acordo referente aos produtos barrados foi ainda ratificado: "Estamos quase lá, ainda não assinamos o contrato final", disse o ministro à agência de notícias Reuters.

Comércio versus indústria

Vitrine chinesa: confecções de bom preçoFoto: AP

O impasse sobre os produtos chineses divide a União Européia literalmente ao meio. Comerciantes de diversos países pedem o fim das limitações aos produtos chineses, alegando que a produção do país é essencial para a composição dos estoques das lojas para o inverno deste ano. Enquanto isso, países como Itália, França e Espanha – que têm indústrias têxteis pouco competitivas – têm solicitado reduções na quota de exportações da China em 2006 e 2007.

Até agora, porém, nada mudou: nos próximos dois anos, a entrada de produtos têxteis chineses poderá crescer entre 8% e 12% ao ano, conforme o tipo da confecção. As quotas foram definidas em junho, seis meses após o cancelamento pela Organização Mundial do Comércio (OMC) de um sistema mundial de quotas para importação e exportação de têxteis que vigorava desde os anos 1970.

Importância da diplomacia

Outro problema que se apresenta para a União Européia é a posição dura que o governo chinês costuma ter nas rodadas de negociação. Os Estados Unidos tentaram um acordo com representaes de Pequim, mas voltaram a impor quotas de importação após a estagnação das conversas. A administração de George W. Bush limitou a importação de calças, camisas e roupas íntimas produzidas na China.

Tony Blair: todo ouvidosFoto: AP

Entretanto, na relação com uma potência mundial como a China, todo o cuidado é pouco. Hoje, o país é o segundo maior parceiro comercial da Europa, atrás apenas dos Estados Unidos. Por outro lado, a UE é hoje o principal comprador de artigos chineses no mundo.

Por isso, é importante que as negociações entre as partes esteja cercada de diplomacia. Neste sentido, a participação do premiê britânico Tony Blair, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, foi fundamental para o fechamento do acordo parcial.

Além de chamar a atenção para o crescimento econômico chinês, que na última década chegou a quase 10% ao ano, em média, Blair chamou ressaltou os estreitos laços comerciais entre a potência asiática e a UE: "A parceria estratégica entre a China e a União Européia é de grande importância, não apenas por causa das negociações sobre comércio exterior, mas também na determinação de estratégias de cooperação dentro de um cenário de desafios políticos mundiais", disse o primeiro-ministro à Reuters.

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