Cerca de 200 postos de trabalho serão cortados no jornal "Bild", na transição para o jornalismo exclusivamente digital. Inteligência artificial deverá substituir profissionais em determinadas funções.
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A editora Axel Springer anunciou a intenção de cortar 200 vagas de trabalho no tabloide Bild, o mais vendido da Alemanha, e fechar cerca de um terço de seus escritórios regionais em todo o país, como parte de uma transição para a produção digital. Algumas funções poderão se tornar obsoletas com a adoção de inteligência artificial (IA).
"As atuais mudanças estruturais estão resultando em cortes de postos. Estamos nos distanciando de produtos, projetos e maneiras de fazer coisas que nunca mais serão lucrativas", diz um e-mail enviado pela diretoria aos funcionários na tarde de segunda-feira (19/06).
Além disso, toda a equipe executiva será reestruturada para a "transformação digital e impressa", prossegue o comunicado. As mudanças se efetuarão até 1º de janeiro de 2024.
Segundo a agência de notícias EPD, haverá cerca de 200 cortes nos setores de redação, publicação e marketing, assim como a redução do número de suas edições regionais de 18 para 12.
Avanço da inteligência artificial
Como a diagramação da edição imprensa passa a ser padronizada, a maior parte dos postos dos departamentos de produção será em breve eliminada e gradativamente substituída por IA. Grande parte dos cortes afeta também as funções de chefe de redação, editor-chefe, revisor, secretário e redator fotográfico.
Os cortes totalizam cerca de 100 milhões de euros. A intenção do conglomerado Axel Springer seria agilizar workflows e hierarquias e enxugar os níveis de chefia. No fim de fevereiro, seu presidente, Mathias Döpfner, já anunciara uma redução dos quadros tanto do Bild quando do diário Die Welt, sob o lema "Digital only".
Na ocasião, ele adiantou que em breve a IA seria melhor do que jornalistas humanos na "agregação de informação", e que só sobreviveriam as editoras que criassem "o melhor conteúdo original", como jornalismo investigativo e comentários originais.
av (AFP, EPD, ots)
Os principais jornais e revistas da Alemanha
No país em que Gutemberg aperfeiçoou a imprensa, os jornais têm forte tradição. O mercado alemão de jornais é o maior da Europa e o quinto maior do mundo, segundo a Federação Alemã das Editoras de Jornais.
Foto: picture-alliance
Bild Zeitung
O jornal de maior circulação na Alemanha é o popular Bild, da editora Axel Springer, editado desde 24 de junho de 1952. Segundo a agência alemã que avalia a circulação de mídia IVW, são vendidos em média 597 mil exemplares por mês, incluindo a versão e-paper.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Süddeutsche Zeitung
Entre os jornais de circulação nacional mais influentes do país está o diário Süddeutsche Zeitung, de Munique. O Süddeutsche Zeitung é impresso pela editora Süddeutscher Verlag e é publicado de segunda a sábado. São vendidos, em média, 116,7 mil exemplares por mês, incluindo a versão e-paper. Ele foi publicado pela primeira vez em 6 de outubro de 1945.
Foto: DW/B. Kling
Frankfurter Allgemeine Zeitung
O Frankfurter Allgemeine Zeitung é um dos jornais alemães de circulação nacional mais respeitados no exterior. Ele é impresso em Frankfurt e existe desde 1º de novembro de 1949. Segundo o IVW, que apura a circulação de jornais e revistas na Alemanha, são vendidos no país, em média, 81,6 mil exemplares por mês. Além disso, ele é distribuído em outras 120 nações.
Foto: Meedia.de
Die Welt
O jornal Die Welt foi criado em Hamburgo em 2 de abril de 1946 pelas potências vencedoras da 2ª Guerra. Em 1953 foi comprado pela editora Axel Springer, passando a ser editado em Berlim. Segundo o IVW, de segunda a sábado, são vendidos em média 56,8 mil exemplares por mês do formato convencional e da versão tabloide Welt Kompakt. O jornal também é distribuído em outros 130 países.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Rothermel
Handelsblatt
O diário Handelsblatt é o maior jornal sobre economia e finanças em língua alemã, com 40,5 mil exemplares vendidos ao mês em 2017. Publicado desde 1946, o jornal é impresso em Düsseldorf pelo grupo editorial Handelsblatt.
Foto: Imago/Plusphoto
Die Tageszeitung
O jornal Tageszeitung, ou apenas taz, foi criado em 1978 em Berlim Ocidental como um projeto de jornal alternativo, autogestionado e ligado ao espectro político de esquerda. Sua editora é a TAZ Verlag. Segundo o IVW, são vendidos cerca de 17 mil exemplares por mês, incluindo a versão e-paper.
Foto: Meedia.de
Neues Deutschland
Este diário impresso em Berlim se considera um "jornal socialista" e tem como público-alvo ao leste da Alemanha. De 1946 a 1989, pertenceu ao partido único da Alemanha de regime comunista. De 1989 a 2007, foi do Partido do Socialismo Democrático. É impresso pela editora Neues Deutschland e mantem laços políticos e financeiros com o partido A Esquerda. Vende, em média, 8,5 mil exemplares ao mês.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gentsch
Jornais regionais
O principal jornal de circulação regional é o Westdeutsche Allgemeine Zeitung (WAZ), com 28 edições locais em cidades da região do Ruhr. Ele foi fundado em 3 de abril de 1948 e é publicado em Essen pela editora Funke Medien NRW. Outros importantes jornais de circulação regional são Stuttgarter Zeitung, Münchner Merkur, Hamburger Abendblatt e Kölner Stadtanzeiger.
Foto: DW/N. Werkhäuser
Die Zeit
O semanário Die Zeit é publicado às quintas-feiras, com uma tiragem de 506 mil exemplares em 2016. Ele surgiu em 21 de fevereiro de 1946 e pertence ao Grupo Editorial Holtzbrinck, de Hamburgo.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Rothermel
Dominicais
As edições dominicais de jornais de circulação nacional têm forte tradição na Alemanha. Para diferenciá-los das edições de segunda a sexta, eles levam a palavra "Sonntag" (domingo) no nome, como Bild am Sonntag, Welt am Sonntag e Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.
Foto: picture-alliance/dpa
As principais revistas
A principal revista alemã é Der Spiegel, que surgiu em 04/01/1947, é da editora Rudolf Augstein, de Hamburgo, e tem uma média mensal de vendas de 256 mil exemplares. A Stern (1º/08/1948), da Gruner+Jahr, de Hamburgo, tem 196 mil exemplares vendidos ao mês. A redação da Focus fica em Berlim, embora sua editora, a Hubert Burda, seja de Munique. Lançada em 18/01/1993, vende 140 mil revistas ao mês.
Foto: imago
As principais editoras
Berlim é a sede da Axel Springer, a maior editora de jornais da Alemanha e um dos maiores conglomerados de mídia da Europa, com atuação em vários países. A empresa foi fundada em 1946 pelo jornalista Axel Springer. Seu principal título é o diário popular Bild. A maior editora alemã de revistas é o Grupo Bauer Media, de Hamburgo.