Carro-bomba explode próximo à embaixada da Espanha na capital do Afeganistão e deixa pelo menos um morto e sete feridos. Novo ataque reduz chances de que negociações de paz com movimento insurgente sejam retomadas.
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A explosão de um carro-bomba nesta sexta-feira (11/12), perto da Embaixada da Espanha em Cabul, deixou pelo menos uma pessoa morta e outras sete feridas. O ataque foi reivindicado pelo movimento extremista Talibã, e a vítima é um policial espanhol.
"Um policial morreu no ataque em Cabul", confirmou o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy.
A explosão foi sentida em vários prédios da região, que concentra escritórios do governo e representações diplomáticas. Segundo uma fonte da polícia, duas casas pegaram fogo devido ao ataque.
Forças de segurança com veículos blindados foram enviados ao local. Pelo menos três militantes do movimento teriam participado do atentado. De acordo com o vice-ministro afegão do Interior, Ayoub Salangi, dois deles foram mortos por franco-atiradores e um foi ferido.
A polícia está agindo com cautela, pois não sabe exatamente quantos combatentes do Talibã estão envolvidos no ataque.
A Espanha, que contribuiu com a força internacional no Afeganistão, retirou suas tropas em outubro, embora alguns militares ainda permaneçam na sede da missão da Otan em Cabul.
A violência do Talibã se intensificou com a retirada das tropas estrangeiras, no final do ano passado. O atentado desta sexta-feira ocorreu um dia após militantes do movimento atacarem o aeroporto de Kandahar, no sul do país.
Durante 27 horas, militantes do Talibã tentaram assumir controle de local que também abriga uma base militar da Otan, mas acabaram neutralizados por forças de segurança. O ataque deixou pelo menos 50 mortos e 37 feridos.
O ataque, que pôs fim a vários meses de relativa calma na capital afegã, ocorreu quando o presidente afegão, Ashraf Ghani, voltava de uma conferência de paz regional em Islamabad, cujo objetivo é justamente ressuscitar as negociações de paz com o Talibã.
CN/rtr/afp/ap
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.